Isenção do Imposto de Renda até R$ 5 mil pode valer em 2026: saiba tudo
Câmara aprova ampliar a isenção do IRPF para rendas de até R$ 5 mil. Mais de 26 milhões de brasileiros serão beneficiados a partir de 2026

A Câmara dos Deputados aprovou o projeto de Lei (PL) 1.087/2025, que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) para quem recebe até R$ 5 mil por mês. Atualmente, a isenção vale para rendimentos mensais de até R$ 3.036.
Com a nova proposta, mais de 26,6 milhões de brasileiros poderão ser beneficiados a partir de 2026.
O texto agora segue para análise do Senado. Se aprovado, precisará ser sancionado pelo presidente da República antes de entrar em vigor.
Sumário
- Tabela do IR com projeto de isenção
- Quem ganha entre R$ 5.000 e R$ 7.350 também terá desconto
- Como o governo vai compensar a perda de arrecadação?
- Quando a nova regra do Imposto de Renda entra em vigor
- Com a nova regra, quem ganha 5 mil vai precisar declarar?
- Perguntas frequentes sobre a nova regra do IR
Tabela do IR com projeto de isenção
Faixa | O que vai ser aplicado | Economia anual estimada |
A partir de R$ 7.350 | Aplicação da alíquota de 27,5% | |
Até R$ 5.000 | Isenção total | R$ 4.356,89 |
Até R$ 5.500 | Desconto de 75% | R$ 3.367,68 |
Até R$ 6.000 | Desconto de 50% | R$ 2.350,79 |
Até R$ 6.500 | Desconto de 25% | R$ 1.333,90 |
Texto foi aprovado pela Câmara dos Deputados na quarta-feira (1º de outubro), com 493 votos favoráveis e nenhum contrário. Fonte: Governo Federal

Quem ganha entre R$ 5.000 e R$ 7.350 também terá desconto
Além da nova faixa de isenção, o projeto prevê um desconto no IR para quem ganha entre R$ 5.000,01 e R$ 7.350, aliviando a carga tributária também para esse grupo. Para compensar a perda de arrecadação, estimada em R$ 25,8 bilhões, a proposta inclui medidas de aumento de tributação para pessoas com renda mais alta.
Como o governo vai compensar a perda de arrecadação?
Entre os pontos de compensação está a cobrança de uma alíquota progressiva de até 10% sobre rendimentos anuais acima de R$ 600 mil, chegando ao teto de tributação para quem recebe mais de R$ 1,2 milhão por ano.
Também está previsto que lucros e dividendos distribuídos acima de R$ 50 mil por mês sejam tributados na fonte, com regras de transição válidas para o ano de 2025. Ou seja, até dezembro deste ano os dividendos ficarão isentos da tributação, mesmo que sejam distribuídos nos anos seguintes (até 2028).
Para saber se estará enquadrado, o contribuinte deverá somar suas fontes de renda para descobrir qual a alíquota mínima de imposto exigida. Caso já pague acima desse percentual, não haverá tributação adicional.
Quando a nova regra do Imposto de Renda entra em vigor
Se aprovada conforme proposto, a expectativa é de que a medida passe a valer a partir de janeiro de 2026 e deve impactar a declaração do Imposto de Renda feita em 2027.
O governo espera uma tramitação rápida do projeto no Senado, já que essa medida foi uma das promessas de campanha do presidente. Se aprovado sem mudanças, o texto vai diretamente para sanção presidencial.
Com a nova regra, quem ganha 5 mil vai precisar declarar?
Se a nova regra de isenção for aprovada, quem ganha até R$ 5.000 por mês não pagará imposto de renda — e, em regra, também não será obrigado a declarar, desde que não se enquadre em outros critérios de obrigatoriedade.
Ou seja, essa pessoa ficará dispensada da declaração, a menos que:
- tenha outras fontes de renda (como aluguel, pensão ou rendimentos de investimentos);
- tenha bens ou direitos acima de R$ 300 mil;
- tenha realizado operações em Bolsa de Valores acima de R$ 40 mil no ano, ou operações de menor valor com ganho sujeito à tributação;
- tenha recebido rendimentos isentos ou não tributáveis acima do limite definido pela Receita;
- ou tenha obtido ganho de capital (por exemplo, ao vender um imóvel com lucro).
Portanto, apenas com salário de R$ 5.000 por mês (R$ 60.000 por ano), não será mais declarar o Imposto de Renda quando a nova faixa de isenção estiver valendo.
Vale lembrar que, como a expectativa é que a nova tabela passe a valer em 1º de janeiro de 2026, o impacto ocorrerá na declaração do IR entregue em 2027, referente ao ano-calendário de 2026.
Perguntas frequentes sobre a nova regra do IR
Quem vai pagar mais imposto
A medida vai atingir aproximadamente 141 mil contribuintes que recebem mais de R$ 50 mil por mês (ou R$ 600 mil por ano). Esses rendimentos passarão a ter uma alíquota mínima progressiva de até 10%, incidindo apenas sobre o valor excedente.
Quem tem mais de uma fonte de renda pode ser beneficiado?
Sim. Desde que a soma dos rendimentos tributáveis não ultrapasse os R$ 5 mil mensais, o contribuinte terá direito à isenção total. Acima desse valor, a regra do desconto progressivo se aplica até R$ 7.350 por mês.