Novas alíquotas do IOF após decisão de Moraes: o que muda

Veja como ficam as novas alíquotas do IOF após decisão de Alexandre de Moraes no STF e saiba o impacto para pessoas físicas e jurídicas.

Guilherme Abreu 17/07/2025 11:00 3 min
Novas alíquotas do IOF após decisão de Moraes: o que muda

O ministro Alexandre de Moraes, do STF, manteve a maior parte do decreto presidencial de maio, que aumentou as alíquotas do IOF. A única mudança imposta pelo ministro foi a exclusão da cobrança das operações de risco sacado. 

A determinação tem efeitos imediatos e passará por referendo do Plenário do STF. Acompanhe o que mudou, quem é impactado e os próximos passos.

Como ficam as novas alíquotas após decisão de Moraes

A decisão de Moraes restabelece parcialmente os efeitos do decreto presidencial, exceto o risco sacado, que permanece isento do tributo.

OperaçãoCom decreto do governoApós revogação do Congresso
Cartões internacionais (crédito, débito, pré-pagos)3,5% 3,38%
Compra de moeda estrangeira em espécie3,5% 1,1%
Remessa para conta no exterior (gastos pessoais)3,5% 1,1%
Remessa para conta no exterior (investimento)1,1% (após recuo)0,38%
Transferência de fundos ao exterior (fundos brasileiros)0% (após recuo)0%
Empréstimos de curto prazo (até 364 dias)3,5%0%
Crédito para empresas (PJ)0,38% + 0,0082% ao dia0,38% + 0,0041% ao dia
Crédito para empresas do Simples Nacional0,38% + 0,00274% ao dia (1,38% ao ano)0,38% + 0,00137% ao dia (0,88% ao ano)
Crédito para MEI0,38% + 0,00274% ao dia (1,38% ao ano)0,38% + 0,00137% ao dia (0,88% ao ano)
Operações de risco sacado0,0082% ao dia (sem fixa) Isento
Aportes em VGBL e similares (2025) 5% sobre excedente a R$ 300 milIsento
Aportes em VGBL e similares (2026) 5% sobre excedente a R$ 600 milIsento

Saída do risco sacado da cobrança do IOF e impactos estimados

A exclusão das operações de risco sacado da cobrança de IOF era o principal impasse porque impactaria fortemente o setor varejista e outras empresas que dependem dessa modalidade de financiamento para manter o capital de giro.

No risco sacado, uma empresa antecipa o pagamento a fornecedores por meio de instituições financeiras, assumindo o risco da operação. Se fosse tributado pelo IOF, o custo dessas transações aumentaria consideravelmente, afetando especialmente varejistas de grande porte, que operam com margens apertadas e alto volume de fornecedores.

A decisão de Alexandre de Moraes de excluir essa cobrança atendeu à pressão de entidades empresariais e do próprio Congresso, porém, pode causar um impacto significativo nas receitas federais. 

Em 2026, estima-se uma queda de R$ 3,5 bilhões na arrecadação — uma redução de cerca de 11,4% sobre o ganho originalmente previsto — e o governo já planeja medidas compensatórias. A seguir, entenda o que é risco sacado, o porquê da tributação e suas consequências.

Caminhos e desafios para ajustar as contas públicas

A situação das contas públicas do Brasil em 2025 é considerada delicada, com deterioração fiscal. A dívida bruta deve ultrapassar 79% do PIB em 2025, chegando ao redor de 79,8%. 

O Tesouro projeta déficit primário de aproximadamente 0,4% do PIB, ou cerca de R$ 64,2 bilhões. Já o déficit nominal (incluindo juros) deve atingir cerca de 8,6% do PIB, configurando um dos mais altos globalmente em 2025.

Cortar gastos públicos no Brasil é uma necessidade urgente diante do crescimento da dívida. As despesas obrigatórias, como salários de servidores, aposentadorias e pagamentos de precatórios, representam grande parte do orçamento e têm crescimento automático. 

Além disso, sem controlar os gastos, o Brasil precisará elevar ainda mais sua carga tributária, que já representa 34% do PIB.

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