Investir em prefixados: vale a pena em 2024?
No início de maio de 2024, as taxas dos títulos pré-fixados de longo prazo geraram bastante turbulência no mercado financeiro, atingindo patamares próximos a 12%. Essa movimentação foi impulsionada por diversos fatores, como questões geopolíticas e econômicas globais, além das expectativas quanto à política monetária nos Estados Unidos. Mas, será que vale a pena investir em prefixados em 2024?
Acompanhe o artigo abaixo e entenda o cenário dos prefixados em 2024 e entenda se vale a pena optar por esse investimento. Vamos lá?
Qual é o cenário dos prefixados em 2024?
Desde meados de 2023, as taxas dos títulos prefixados estão subindo consideravelmente, aproximando-se dos níveis vistos no início do ano anterior.
Um exemplo disso é o título prefixado com vencimento em 2031, que, desde julho de 2023, viu suas taxas oscilarem em torno de 12%. Recentemente, houve picos que chegaram a quase 12%, sobretudo durante períodos de instabilidade do mercado.
Como saber se vale a pena investir em títulos prefixados?
Para entender se vale a pena aplicar em títulos prefixados, é preciso considerar alguns fundamentos econômicos e financeiros. Entenda os principais.
Expectativas em relação à Taxa Selic
O primeiro passo é entender a Taxa Selic, seu comportamento passado, atual e futuro. Atualmente, a taxa Selic está em 10,50%, com expectativa de queda ao longo do próximo ano, podendo atingir 9,5% até o final de 2025.
No entanto, essa trajetória de queda depende tanto da evolução da taxa de juros nos Estados Unidos, que influencia diretamente as condições financeiras globais, quanto de variáveis domésticas como inflação e controle fiscal.
Inflação e taxa de juros neutra
Outro ponto importante para notar é a trajetória de inflação no Brasil. É importante analisar os últimos dados de inflação para entender se a taxa de juros atual está efetivamente promovendo a desinflação.
Se há desinflação, significa que a taxa de juros está acima da taxa neutra e está sendo eficaz em controlar a inflação. Portanto, em algum momento, ela terá que ser reduzida, impactando diretamente os títulos prefixados.
Os dados mais recentes indicam uma desaceleração, tanto no índice geral quanto nos núcleos de inflação. No entanto, o risco fiscal vem elevando as expectativas de inflação, o que deve ser acompanhado de perto.
Cenário fiscal brasileiro
Após o lançamento do novo arcabouço fiscal proposto pelo governo e o fim da política de teto de gastos, algumas metas fiscais que não foram cumpridas. Por exemplo, para 2023, esperava-se um déficit de 0%, mas, na verdade, foi maior que 2%.
Já para 2024, a meta era um déficit zero, mas é provável que seja maior que 0,5%. Ainda, o governo já anunciou que irá alterar a meta para 2025.
O não cumprimento da meta já era esperado pelo mercado. No entanto, a alteração da meta foi lida pelo mercado como uma sinalização de aumento de risco fiscal.
Como atenuante a um cenário de completo descontrole fiscal, a existência de um arcabouço traz limites ao gasto do governo, ainda que haja ajustes ao longo do caminho. Em julho de 2024, foi anunciado um bloqueio de R$ 15 bilhões visando o cumprimento da meta de 2024.
Ainda assim, há um grande desafio para o cumprimento da meta, tornando inegável a necessidade de acompanhamento do risco fiscal.
Cenário econômico dos Estados Unidos
Para decidir se vale a pena investir em títulos prefixados, é fundamental entender o que se espera das taxas de juros americanas. Embora a inflação nos EUA esteja mais resistente do que no Brasil, há sinais claros de desaceleração, como nos preços dos bens de consumo.
Se considerarmos um horizonte de curto prazo (1 ou 2 anos), as taxas de juros podem permanecer altas, já que o banco central americano demora para reduzir as suas. No entanto, olhando para um horizonte de 10 anos, parece pouco provável que elas continuem tão altas. Assim, espera-se uma queda de juros no futuro.
Essa queda potencial nas taxas de juros americanas também deve influenciar a redução das taxas de juros nos mercados emergentes, como o Brasil.
Vale a pena investir em prefixados em 2024?
Apesar dos desafios fiscais no Brasil, acredita-se que as taxas de juros dos títulos prefixados possam oferecer oportunidades interessantes para investidores.
No entanto, é importante diversificar a carteira de investimentos. Para isso, considere não apenas títulos prefixados, mas também outros ativos de renda fixa, como títulos pós-fixados e indexados à inflação, que podem oferecer maior segurança em tempos de volatilidade.
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Perguntas frequentes
Vale a pena investir em títulos prefixados em 2024?
Apesar dos desafios fiscais e da alta taxa de juros nos EUA, os títulos prefixados podem ser uma boa oportunidade devido às altas taxas atuais, mas é essencial diversificar a carteira de investimentos para mitigar riscos.
O que avaliar antes de investir em títulos prefixados?
- Expectativas em relação à Taxa Selic;
- Inflação e taxa de juros neutra;
- Cenário fiscal brasileiro;
- Política monetária dos EUA.
Quais são as alternativas aos títulos prefixados?
Além dos títulos prefixados, é importante considerar outros ativos de renda fixa, como títulos pós-fixados e títulos indexados à inflação, que podem oferecer maior segurança em tempos de volatilidade.