Investir em prefixados: vale a pena em 2024?

Está pensando em investir em prefixados? Entenda o atual cenário do mercado e veja se vale a pena fazer esse investimento.

Nord Research 30/05/2024 12:00 5 min
Investir em prefixados: vale a pena em 2024?

No início de maio de 2024, as taxas dos títulos pré-fixados de longo prazo geraram bastante turbulência no mercado financeiro, atingindo patamares próximos a 12%. Essa movimentação foi impulsionada por diversos fatores, como questões geopolíticas e econômicas globais, além das expectativas quanto à política monetária nos Estados Unidos. Mas, será que vale a pena investir em prefixados em 2024?

Acompanhe o artigo abaixo e entenda o cenário dos prefixados em 2024 e entenda se vale a pena optar por esse investimento. Vamos lá?

Qual é o cenário dos prefixados em 2024?

Desde meados de 2023, as taxas dos títulos prefixados estão subindo consideravelmente, aproximando-se dos níveis vistos no início do ano anterior. 

Um exemplo disso é o título prefixado com vencimento em 2031, usado no mercado e com boa liquidez, que, desde julho de 2023, viu suas taxas oscilarem em torno de 12%. Recentemente, houve picos que chegaram a quase 12%, sobretudo durante períodos de instabilidade do mercado.

Como saber se vale a pena investir em títulos prefixados?

Para entender se vale a pena aplicar em títulos prefixados, é preciso considerar alguns fundamentos econômicos e financeiros. Entenda os principais. 

Expectativas em relação à Taxa Selic

O primeiro passo é entender a Taxa Selic, seu comportamento passado, atual e futuro. Atualmente, a taxa Selic está em 10,75%, com expectativa de queda ao longo do próximo ano, podendo atingir 9% até o final de 2024 e 8,5% em 2025. 

No entanto, essa trajetória de queda depende da evolução da taxa de juros nos Estados Unidos, que influencia diretamente as condições financeiras globais.

Inflação e taxa de juros neutra

Outro ponto importante para notar é a inflação no Brasil, que está desacelerando, indicando que a Selic atual (10,75%) está acima da taxa neutra, estimada em torno de 11,75%. Ou seja, ainda há espaço para redução das taxas de juros no país.

É importante analisar os últimos dados de inflação para entender se a taxa de juros atual está efetivamente promovendo a desinflação. Os dados mais recentes indicam uma desaceleração, tanto no índice geral quanto nos núcleos de inflação. Esse comportamento é esperado para continuar nos próximos meses.

Isso demonstra que o país está passando por uma desinflação mesmo nos itens mais sensíveis à política monetária. Se há desinflação, significa que a taxa de juros está acima da taxa neutra e está sendo eficaz em controlar a inflação. Portanto, em algum momento, ela terá que ser reduzida, impactando diretamente os títulos prefixados.

Cenário fiscal brasileiro

Após o lançamento do novo arcabouço fiscal proposto pelo governo e o fim da política de teto de gastos, algumas metas fiscais que não foram cumpridas. Por exemplo, para 2023, esperava-se um déficit de 0%, mas, na verdade, foi maior que 2%. 

Já para 2024, a meta era um déficit zero, mas é provável que seja maior que 0,5%. Ainda, o governo já anunciou que irá alterar a meta para 2025. 

Esses ajustes nas metas fiscais já eram esperados pelo mercado. O governo precisa fazer essas projeções para apresentar o orçamento e a LDO. Dessa forma, a situação fiscal é preocupante e deve ser monitorada de perto.

Aversão global ao risco

A movimentação recente das taxas de juros no Brasil não é única, mas sim parte de um movimento global de aversão ao risco, que tem impactado diversos mercados emergentes. Isso se deve, em parte, à política monetária dos EUA e a questões geopolíticas.

Assim, as taxas de juros ao redor do mundo estão elevadas, não apenas no Brasil. Mesmo com desacelerações econômicas, os bancos centrais enfrentam dificuldades para reduzir as taxas de juros devido às altas taxas nos EUA

Cenário econômico dos Estados Unidos 

Para decidir se vale a pena investir em títulos prefixados, é fundamental entender o que se espera das taxas de juros americanas. Embora a inflação nos EUA esteja mais resistente do que no Brasil, há sinais claros de desaceleração, como nos preços dos bens de consumo. 

Quando analisamos os dados de aluguéis, por exemplo, já vemos uma desaceleração completa, embora isso ainda não se reflita totalmente nos números do núcleo de inflação devido à média móvel e da sazonalidade nos EUA. Isso significa que o banco central americano pode demorar mais para reduzir as taxas de juros.

Se considerarmos um horizonte de curto prazo (1 ou 2 anos), as taxas de juros podem permanecer altas, já que o banco central americano demora para reduzir as suas. No entanto, olhando para um horizonte de 10 anos, parece pouco provável que elas continuem tão altas. Assim, espera-se uma queda de juros no futuro. 

Essa queda potencial nas taxas de juros americanas também deve influenciar a redução das taxas de juros nos mercados emergentes, como o Brasil.

Vale a pena investir em prefixados em 2024?

Apesar dos desafios fiscais no Brasil, acredita-se que as taxas de juros dos títulos prefixados possam oferecer oportunidades interessantes para investidores. 

No entanto, é importante diversificar a carteira de investimentos. Para isso, considere não apenas títulos prefixados, mas também outros ativos de renda fixa, como títulos pós-fixados e indexados à inflação, que podem oferecer maior segurança em tempos de volatilidade.

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Perguntas frequentes

Vale a pena investir em títulos prefixados em 2024?

Apesar dos desafios fiscais e da alta taxa de juros nos EUA, os títulos prefixados podem ser uma boa oportunidade devido às altas taxas atuais, mas é essencial diversificar a carteira de investimentos para mitigar riscos.

O que avaliar antes de investir em títulos prefixados?

  • Expectativas em relação à Taxa Selic;
  • Inflação e taxa de juros neutra;
  • Cenário fiscal brasileiro;
  • Aversão global ao risco;
  • Política monetária dos EUA.

Quais são as alternativas aos títulos prefixados?

Além dos títulos prefixados, é importante considerar outros ativos de renda fixa, como títulos pós-fixados e títulos indexados à inflação, que podem oferecer maior segurança em tempos de volatilidade.

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