Intelbras (INTB3) lucra R$ 136 mi no 2T25 e cresce em segurança

Com a expectativa de melhora nos indicadores de rentabilidade e fluxo de caixa, a empresa segue como um player relevante no setor de tecnologia e segurança eletrônica no Brasil

Danielle Lopes 30/07/2025 11:11 4 min
Intelbras (INTB3) lucra R$ 136 mi no 2T25 e cresce em segurança

A Intelbras (INTB3) apresentou uma melhora sequencial no segundo trimestre (2T25), com lucro líquido de R$ 136,3 milhões no segundo trimestre de 2025, avanço de 15,9% em relação ao mesmo período do ano passado. 

Resultados do 2T25

  • Receita líquida foi de R$ 1.246,4 milhões, aumento de 5,1% em relação ao 2T24,  puxada pela normalização operacional e maior volume de vendas, especialmente no segmento de segurança, que avançou 16,7%.
  • Ebitda foi de R$ 154,4 milhões, uma queda de 3,1% na comparação anual. A margem Ebitda caiu de 13,4% para 12,4%, reflexo do impacto negativo do Ajuste a Valor Presente (AVP) — vendeu mais a prazo e com os juros altos, o valor presente da venda é menor (o custo caiu, mas a receita caiu mais) — e da estabilidade das despesas operacionais, que cresceram apenas 0,8%.
  • Lucro líquido foi de R$ 136,3 milhões, uma alta de 15,9% frente ao mesmo período do ano anterior, beneficiado por melhor resultado financeiro (receitas financeiras +10,4%), menores despesas financeiras (-7,4%), mesmo com maior variação cambial negativa (dólar impactou menos que ano passado, INTB tem dívida em dólar).
  • Dívida líquida/Ebitda (LTM) ficou em cerca de 0,94x, considerando dívida líquida de R$ 144,8 milhões e Ebitda LTM de R$ 154,4 mi no 2T25.
  • ROIC (pre-tax) no 2T25 ficou em 13,6%, bem abaixo do 2T24 devido ao resultado fraco no 1T25 e maior estoque em 2024 (ainda temos esse descasamento de estoque em excesso e lucro operacional que ainda não veio, então é normal o ROIC ficar abaixo). Isso deve normalizar nos próximos trimestres. No ROIC, teremos dois efeitos: o lucro operacional crescendo ao longo dos trimestres e o estoque normalizado com 2025.
  • FCF yield estimado de 1,3% ao ano: resultado baixo pelo 1T25 ruim, estoque elevado. 2T25 começou a normalizar, e devemos ver números melhores daqui pra frente.
 Resumo dos resultados financeiros no 2T25. Fonte: Intelbras RI

Destaques por unidade de negócio

Segurança 

Na unidade de segurança, o destaque do trimestre foi a forte recomposição dos estoques, conforme o esperado, especialmente com a retomada de carteiras atrasadas.

  • Receita: R$ 779.068 mil
  • Crescimento: +16,7% vs 2T24 (R$ 667.522 mil)
  • Participação no consolidado: 62,5%

Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) 

Na unidade de TIC, a companhia enfrentou bastante concorrência, especialmente na venda de produtos para empresas que oferecem internet (os provedores). Para manter os clientes e recuperar vendas perdidas no começo do ano, INTB3 precisou reduzir preços, o que diminuiu o lucro por produto vendido. 

Apesar disso, cresceu a participação de cabos de rede (como os usados em estruturas de internet e redes internas de empresas). A notícia é boa, mas esses produtos costumam ter lucro menor, o que também puxou a rentabilidade geral do setor para baixo.

  • Receita: R$ 264.899 mil
  • Variação: -0,5% vs 2T24 (R$ 266.176 mil)
  • Participação no consolidado: 21,2%

Energia 

Já na unidade de energia, a empresa não fechou grandes projetos como de costume. Esses projetos envolvem, por exemplo, a instalação de miniusinas solares e geradores que funcionam de forma independente da rede elétrica. 

Ao invés disso, a empresa decidiu focar em produtos mais simples e com maior margem de lucro, como nobreakse e geradores solares para casas ou pequenos comércios (aqueles instalados no telhado, chamados de microgeradores). 

Um ponto positivo foi o lançamento de novos nobreaks mais potentes no mês de maio, que fazem parte da estratégia para melhorar os resultados dessa área no futuro.

  • Receita: R$ 202.481 mil
  • Variação: -19,6% vs 2T24 (R$ 251.861 mil)
  • Participação no consolidado: 16,2%

Perspectivas para os próximos trimestres

  • Segurança mantém ritmo de crescimento, com estoques normalizados e demanda aquecida.
  • TIC segue pressionada por concorrência e base de comparação difícil, com expectativa de estabilização no 2S25. Precisam reagir para não concentrar novamente resultado apenas em seguração.
  • Energia ainda sem retomada clara, com foco em rentabilidade e produtos como nobreaks e carregadores veiculares.
  • A empresa projeta continuidade na geração de caixa e melhora no ROIC, atualmente em 13,6%, o que deve elevar rentabilidade e FCF Yield ao longo de 2025.

Negociando a 11x lucros, mantemos recomendação de COMPRA para INTB3 na carteira Nord Ações.

Compartilhar

Receba conteúdos e recomendações de investimento gratuitamente

Obrigado pelo seu cadastro!

Acompanhe nossos conteúdos por e-mail para ficar por dentro das novidades.