Intelbras (INTB3): lucro recua 60% no 1T25, para R$ 61,6 mil

Os resultados do 1T25 foram significativamente impactados pela migração do sistema ERP da companhia, realizada no início do ano

Danielle Lopes 09/05/2025 17:56 4 min
Intelbras (INTB3): lucro recua 60% no 1T25, para R$ 61,6 mil

A Intelbras (INTB3) registrou receita líquida consolidada de R$ 921.267 mil no primeiro trimestre de 2025 (1T25), apresentando uma variação negativa de -11,3% em relação ao mesmo período de 2024. O Ebitda atingiu R$ 81.152 mil, com uma variação de -51,4% na comparação anual. O lucro líquido, por sua vez, foi de R$ 61.594 mil, representando uma queda de -60,0% frente ao 1T24.  

Os resultados do 1T25 foram significativamente impactados pela migração do sistema ERP da companhia, realizada no início do ano. A indisponibilidade de produtos acabados, gerada pela dificuldade na retomada das operações industriais, influenciou fortemente a receita. 

A companhia observou um nível de atividade de mercado compatível com o período e o sell-out nos distribuidores que ocorreu conforme o previsto. Houve também controle de despesas operacionais e busca por maior produtividade na estrutura fixa.

A receita líquida de R$ 921.267 mil no 1T25 representa uma queda de 11,3% em relação ao 1T24. Essa variação negativa é atribuída principalmente à migração do sistema ERP e à consequente falta de produtos acabados, que dificultou o faturamento, especialmente em fevereiro. Por segmento, a receita de Segurança caiu -6,6%, a de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) recuou -6,1%, e a de Energia teve a maior queda, de -26,2%.  

O Ebitda de R$ 81.152 mil no trimestre reflete uma redução de -51,4% na comparação com o 1T24. A margem Ebitda foi de 8,8%, uma diminuição de 7,3 pontos percentuais em relação aos 16,1% registrados no 1T24. Essa queda é explicada pela desalavancagem operacional, impactada pela redução da receita. O aumento das despesas devido à ociosidade industrial em janeiro, resultante da paralisação para a migração do ERP, também contribuiu para a queda do Ebitda.  

O lucro líquido de R$ 61.594 mil no 1T25 representa uma variação negativa de -60,0% em comparação com o 1T24. Assim como o resultado operacional, o lucro líquido foi impactado pela desalavancagem operacional e pela migração do sistema ERP. A margem líquida foi de 6,7%, inferior aos 14,8% do 1T24.  

A Intelbras apresentou um consumo de caixa total de R$ 240.041 mil no primeiro trimestre de 2025, com R$ 133.937 mil relacionados às atividades operacionais. Esse consumo se deve, em parte, ao volume relevante de pagamentos a fornecedores para a formação de estoques, visando mitigar os impactos da seca no Rio Amazonas e da transição do ERP.  

A posição de dívida se manteve em patamar adequado. A captação líquida no trimestre foi de R$ 43.766 mil, principalmente através de um contrato com o BNDES. O indicador Dívida Líquida/Ebitda consolidado foi de 0,1x. 

O que esperar da Intelbras em 2025?

A companhia considera a implementação do novo sistema ERP concluída, estando agora na fase de estabilização para buscar eficiência e melhoria dos processos. Os desafios do segundo trimestre são reconhecidos, com a expectativa de que o impacto nas operações se limite ao primeiro trimestre.  

A Intelbras espera recuperar parte das vendas não realizadas e dos resultados não alcançados no 1T25 com a reposição dos estoques nos canais de distribuição. No segmento de Segurança, a capacidade de recomposição de estoques gera uma perspectiva positiva para a retomada da receita. Em TIC, processos no novo sistema ainda requerem evolução para destravar receitas, principalmente com provedores de internet.  

A estratégia de priorizar a rentabilidade no segmento de Energia Solar deve limitar o crescimento da receita durante o ano, com menor participação de projetos de maior porte.

A companhia reafirma seu planejamento para o ano completo, buscando recuperar o desempenho nos próximos meses.  

Intelbras distribui R$ 60,4 mil em dividendos

Em relação a dividendos e JCP, a companhia aprovou em 25 de fevereiro de 2025 o pagamento de dividendos adicionais no valor de R$ 60.421 mil, pagos integralmente em 17 de março de 2025.  

Vale a pena investir na Intelbras (INTB3) em 2025?

Como vimos, os resultados do 1T25 da Intelbras foram negativamente impactados por um evento não recorrente e estrutural: a migração do sistema ERP. A queda expressiva na receita e, consequentemente, no Ebitda e lucro líquido, reflete as dificuldades operacionais enfrentadas durante esse processo. Essa mudança foi muito significativa dado que atrapalhou produção e vendas, mas ainda assim, sendo um processo de ajuste temporário.

O principal risco da tese de investimento neste momento reside na execução bem-sucedida da fase de estabilização do novo sistema e na capacidade da companhia de normalizar suas operações industriais e de faturamento para repor estoques e recuperar as vendas perdidas.

Os desafios na evolução de processos no sistema ERP para o segmento de TIC e a priorização da rentabilidade em Energia Solar, que limitará o crescimento, também são pontos de atenção.  

O primeiro trimestre de 2025 apresentou desempenho mais fraco; contudo, avaliamos que os níveis de estoque e a produção deverão se normalizar, favorecendo os resultados dos próximos trimestres.

A 8x Ebitda, seguimos com recomendação de compra para as ações da companhia.

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