Inflação no Reino Unido permanece em 3,8% e segue acima da meta
Pressões em habitação e alimentos mantêm a inflação elevada; expectativa é de manutenção da política monetária pelo Banco da Inglaterra até dezembro.
A inflação do Reino Unido, medida pelo CPI, mostra um persistente distanciamento dos preços à sua meta (2%), desde outubro de 2024. O resultado de agosto, repetindo o dado de julho, mostra o índice de preços anual em 3,8% — em linha com o projetado pelo mercado.
As principais pressões sobre preço vêm de Habitação e Serviços Domésticos, que avançaram consideravelmente em abril — no que ficou conhecido como “abril terrível” — e, desde então, embora estejam desacelerando de forma gradual, segue com preços elevados.
Aluguéis efetivos de moradias são a maior contribuição para o setor, e Abastecimento de água e serviços diversos relacionados à habitação estão próximos de suas máximas em razão dos preços de coleta de esgoto e fornecimento de água.
Adicionalmente, a maior aceleração ocorreu em Restaurantes e Hotéis. Serviços de Hospedagem, que têm menor representatividade sobre os preços, avançou — especificamente fruto da alta das diárias em hotéis — e Serviços de Alimentação aceleraram marginalmente, mantendo patamar elevado.
Os preços de Alimentos e Bebidas Não Alcoólicas também avançaram para 5,1%. Este foi o quinto aumento consecutivo na taxa anual e o maior registrado desde janeiro de 2024, com destaque para o aumento dos preços de alimentos.
Por outro lado, o setor de maior desaceleração foi o de transportes, saindo de 3,2% em julho para 2,4%. A principal razão foi a desaceleração em serviços de transporte, impactado pela deflação nos preços de passagens aéreas, resultado de um índice relativamente alto em julho, provavelmente influenciado pelo momento em que os preços dos voos foram calculados em relação às férias escolares de verão, especialmente os voos de volta da Europa.
Inflação no Reino Unido hoje é a mais alta entre as grandes economias desenvolvidas
Os dados indicam que a inflação no Reino Unido permanece acima da meta e em patamar elevado, com pressões notáveis nos preços dos alimentos e da habitação.
Adicionalmente, dificultando o cenário da região, a atividade mostra sinais claros de fragilidade. Contudo, como os preços têm mostrado rigidez, o mercado ainda aposta na manutenção dos juros para evitar o comprometimento da missão de cortes nos juros.
