IDIV: como calcular o índice de dividendos?

Saiba o que é o índice de dividendos, como ele funciona, como é feito o cálculo e quais as vantagens e desvantagens de acompanhá-lo.

Nord Research 28/07/2023 14:04 7 min
IDIV: como calcular o índice de dividendos?

O IDIV, ou índice de dividendos, é uma das métricas mais interessantes de se analisar na montagem de uma carteira baseada na busca pela obtenção de proventos.

Muitas pessoas que começam a investir no mercado financeiro, têm como principal objetivo conquistar bons dividendos. Para que isso aconteça, é imprescindível que o investidor acompanhe o IDIV, que serve como referência na hora de montar um portfólio com ativos de boa rentabilidade.

Essa é uma forma eficaz de entender o desempenho de ações que estejam no radar dentro desse quesito. Mas vale ressaltar que a lucratividade não deve ser o único fator a ser levado em consideração.

Não existe a possibilidade de fazer investimentos diretamente em um IDIV, afinal, estamos falando de um índice. Em contrapartida, os rendimentos de uma carteira podem ser atrelados a ele.

Neste artigo, falaremos mais sobre esse assunto, como essa métrica funciona, como calculá-la e suas principais vantagens e desvantagens. Continue a leitura!

Sumário

O que é IDIV?

O índice de dividendos é um tipo de indicador de desempenho que visa apresentar quais companhias contam com a melhor rentabilidade e Juros Sobre Capital Próprio (JCP). Ele foi criado pela Bolsa de Valores Brasileira, a B3, e também pode ser chamado de IDIV B3.

Essa carteira teórica conta com ativos com as melhores distribuições de proventos do mercado financeiro. Além de mostrar as melhores opções em aplicações, ela indica suas oscilações de preços e os impactos que a distribuição de proventos podem causar.

Como funciona o índice de dividendos?

Para sinalizar o desempenho das ações que pagam dividendos, o IDIV considera a aplicações que tenham distribuído mais proventos em um determinado período. Dessa forma, ele funciona como um portfólio fictício de investimentos com ativos dessas instituições que pode ser visualizado para entender o panorama de tais produtos financeiros.

Um detalhe importante é que empresas que emitem Brazilian Depositary Receipts (BDRs) não entram no IDIV, que considera apenas ações e units da B3. Além disso, toda e qualquer organização que passe por recuperação judicial também fica de fora.

As atualizações dessa carteira acontecem a cada três meses, permitindo que sejam feitas alterações em sua composição ou no peso dos ativos. Mas isso não ocorre em todas as companhias, pois algumas delas continuam no índice mesmo com possíveis mudanças.

Quais são as regras de inclusão e exclusão?

Existem alguns critérios que servem para identificar quais ativos podem ou não ser incluídos no IDIV. Conheça quais são, de forma mais detalhada, abaixo:

Critérios para inclusão

Para compor o índice de dividendos da B3, as empresas precisam atender a alguns requisitos, são eles:

  • as ações precisam ter sido operadas em, pelo menos, 95% dos pregões nas últimas três carteiras;
  • fazer parte dos ativos que representem 99% do IN (Índice de Negociabilidade);
  • as ações não podem ser negociadas por menos de R$ 1, que faz com que elas integrem a classificação de penny stock;
  • elas devem estar entre 33% dos ativos com os melhores pagamentos de dividend yield pelos últimos três anos;
  • a soma do dividend yield de 12 meses precisa ser superior a 0 e isso deve acontecer por 36 meses consecutivos.

Além disso, é importante frisar que nem todos os ativos que distribuem dividendos na bolsa de valores brasileira podem compor a métrica. Nesse caso, não podem fazer parte do IDIV:

  • Certificados de Depósitos de Valores Mobiliários (BDRs);
  • aplicações de empresas que estejam em recuperação judicial ou extrajudicial;
  • ativos de companhias submetidas a qualquer regime especial.

Critérios para exclusão

Basicamente, os critérios de exclusão do IDIV são baseados nos de inclusão. Os ativos que os descumprirem deixam a carteira teórica. Além disso, todos os que não fizerem parte dos 44% dos principais pagadores de dividendos, também são retirados do índice.

Qual a composição do IDIV?

Atualmente, o IDIV é composto por 45 ações. As principais entre elas são:

  • PETR3 (Petrobrás);
  • PETR4 (Petrobrás);
  • JBSS3 (JBS);
  • VIVT3 (Telefônica Brasil);
  • VALE3 (Vale);
  • CMIG4 (Cemig);
  • CEPL6 (Copel);
  • GGBR4 (Gerdau).

O Índice de Dividendos tem em sua composição as empresas que apresentam os maiores dividend yields dos últimos dois anos, desde que estejam listadas na Bolsa de Valores Brasileira. Outro ponto importante é que, como é o caso de Petrobrás, Cemig e outras instituições, uma mesma empresa pode participar com mais de uma ação na carteira teórica.

São elegíveis também aquelas que estejam na lista há menos de um ano, mas que sejam negociadas por pelo menos seis meses. É importante ressaltar que elas precisam ter participado dos últimos pregões em pelo menos 95% do tempo.

Como calcular o IDIV?

O cálculo do IDIV é feito automaticamente pela própria bolsa de valores. Como se trata de um índice total, a matemática considera não apenas a variação nos preços das ações, mas também a distribuição dos dividendos que os papéis proporcionam para quantificar o retorno geral dado pelo ativo.

Vale ressaltar que os cálculos ponderam as diferenças de “peso” de cada ação no índice, visto que nem todas possuem a mesma expressividade no mercado.

Quais as vantagens e desvantagens do índice de dividendos?

O primeiro grande benefício de analisar o IDIV é a possibilidade de selecionar os ativos com base na sua capacidade de distribuir os proventos. Assim, fica mais fácil montar uma carteira que conte com as melhores opções do mercado para quem projeta retornos no longo prazo com reinvestimento dos dividendos.

Além disso, abre-se a oportunidade de se associar a empresas lucrativas já consolidadas no mercado. A solidez dessas marcas permite que suas ações sejam menos voláteis, o que culmina num risco menor de ter prejuízo.

Em termos de desvantagens, podemos destacar que o Índice de Dividendos considera as empresas com maior distribuição de receita. Isso faz com que companhias que não distribuem dividendos, mas são saudáveis, acabem ficando de fora do radar do investidor. Assim, a métrica representa um recorte nichado do mercado.

Outro ponto negativo é que esse índice não avalia outros aspectos como, governança, mercado e situação financeira da empresa.

Como montar uma carteira de dividendos?

Montar uma carteira de dividendos é uma estratégia popular entre investidores que buscam renda passiva e estabilidade financeira. O primeiro passo para isso é selecionar empresas sólidas e bem estabelecidas, com histórico consistente de distribuição de dividendos.

Em seguida, é essencial diversificar os setores e evitar concentrar os investimentos em apenas uma empresa ou indústria.

Posteriormente, é fundamental analisar os fundamentos das empresas escolhidas, como a saúde financeira, lucratividade e capacidade de gerar caixa. Além disso, é fundamental considerar o dividend yield, indicador que mostra a relação entre os dividendos pagos e o preço da ação.

Por fim, é fundamental ter uma visão de longo prazo e reinvestir os dividendos recebidos. Esse processo, conhecido como "juros compostos", potencializa os retornos ao longo do tempo. Com disciplina, paciência e uma abordagem cuidadosa na seleção das empresas, é possível construir um portfólio sólido e rentável para alcançar seus objetivos financeiros.

Gostou do nosso conteúdo sobre o IDIV e como ele funciona? Leia nosso site para se manter informado sobre as principais novidades a respeito do mercado financeiro. Você também pode entrar em contato com a Nord Investimentos e conhecer nossos serviços focados em dividendos.

Resumindo

O que é o indicador IDIV?

O IDIV é um índice total de mercado que representa o comportamento das empresas listadas na bolsa de valores brasileira com os melhores números em termos de distribuição de dividendos. Atualmente, ele é composto por 45 empresas, entre as quais estão gigantes nacionais como Vale, Cemig e Petrobrás.

Como comprar o IDIV?

Por se tratar de um índice de mercado, não é possível aplicar diretamente sobre o IDIV. A solução para atender a esse objetivo é aplicar sobre Exchange Traded Funds (EFTs) que repliquem o comportamento dessa métrica. No caso desse indicador, há o fundo de índice DIVO11 como opção.

Quais ações compõem o IDIV?

Alguns dos principais ativos que compõem o IDIV até o final de julho de 2023 são:

  • PETR3 (Petrobrás);
  • PETR4 (Petrobrás);
  • CSMG3 (Copasa);
  • JBSS3 (JBS);
  • VIVT3 (Telefônica Brasil);
  • VALE3 (Vale);
  • TAEE11 (Taesa);
  • CMIG 4 (Cemig)
  • CMIG4 (Cemig);
  • EGIE3 (Engie Brasil);
  • CEPL6 (Copel);
  • GGBR4 (Gerdau);
  • ITSA4 (Itausa);
  • KEPL3 (Kepler Weber);
  • PSSA3 (Porto Seguro).

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