Hypera (HYPE3) tem alta de 22,6% no lucro no 3T25 e gera caixa recorde
Empresa farmacêutica Hypera (HYPE3) tem 3T25 forte com 3T24 mais fragilizado e otimização do capital de giro
A Hypera (HYPE3) reportou receita líquida de R$ 2.227,2 milhões, representando um crescimento de 16,3% em relação ao mesmo período do ano anterior. O Ebitda alcançou R$ 756,2 milhões, com alta de 34,7% e margem de 34,0%, frente a 29,3% no 3T24. Já o lucro líquido foi de R$ 453,9 milhões, um aumento de 22,6%.
Destaques financeiros do 3T25
A melhora da receita líquida no trimestre decorre, principalmente, do crescimento das vendas no varejo, com destaque para categorias como antigripais, analgésicos e produtos dermatológicos, beneficiadas por lançamentos recentes e maior investimento em marketing digital e nos pontos de venda.
O desempenho também foi favorecido pela base de comparação mais fraca (easy comps) do 3T24, período em que a companhia reduziu o nível de faturamento para promover a diminuição de estoques nos clientes, no contexto da estratégia de otimização do capital de giro.
O Ebitda cresceu de forma relevante, puxado por uma melhor alavancagem operacional e por um mix de vendas mais favorável. A margem Ebitda de 34,0% superou tanto o resultado do mesmo trimestre do ano anterior quanto o do trimestre imediatamente anterior.
A empresa também reduziu despesas gerais e administrativas em 13,9% e despesas com vendas em 5,2%, contribuindo para a expansão da rentabilidade.
O resultado financeiro teve impacto negativo, totalizando R$ 229,1 milhões no trimestre, reflexo do aumento das despesas com juros devido à elevação da taxa Selic. No lucro líquido, o avanço de 22,6% frente ao 3T24 refletiu o forte crescimento mesmo com o aumento das despesas financeiras.
A dívida líquida (pós-hedge) foi reduzida em R$ 345,8 milhões em relação ao 2T25, encerrando o trimestre em R$ 7,27 bilhões. O indicador de alavancagem, medido pela relação dívida líquida/Ebitda anualizado, ficou em 2,4x.
Sell-out acima do mercado impulsiona desempenho
Entre os principais destaques positivos do trimestre estão o crescimento do sell-out no varejo farmacêutico, que avançou 8,3% (acima dos 6,4% do mercado nas categorias em que a empresa atua), a expansão das margens bruta e Ebitda, e a forte geração de caixa.
A Hypera alcançou um fluxo de caixa operacional recorde de R$ 853,6 milhões no trimestre, impulsionado pela redução do capital de giro, que caiu de 54% da receita líquida anualizada no 3T24 para 30% no 3T25.
Também houve melhora no ciclo de conversão de caixa, que recuou de 257 para 169 dias.
HYPE3 pagará R$ 185,1 milhões em juros sobre capital próprio
Outro ponto de destaque foi a declaração de juros sobre capital próprio (JCP) no valor de R$ 185,1 milhões, equivalente a R$ 0,29 por ação. A data-base para ter direito ao provento é 26 de setembro de 2025. O pagamento será realizado até o fim do exercício social de 2026, em 30 de dezembro.
Perspectivas estratégicas
A Hypera reforçou seu foco em crescimento sustentável, inovação e expansão do portfólio, mas não divulgou projeções (guidance) financeiras específicas. O investimento contínuo em capacidade produtiva e a remuneração aos acionistas por meio de JCP sinalizam uma gestão voltada para eficiência e retorno ao capital.
A nosso ver, a empresa vem se reposicionando de forma eficaz após a implementação de medidas para otimização de capital de giro, o que gerou impactos positivos tanto operacionais quanto financeiros.
Daqui para frente, dado que a otimização do processo de capital de giro já foi concluída, o crescimento da companhia dependerá de fatores como crescimento de receita, controle de custos e disciplinas operacionais normais.
Os principais riscos seguem relacionados ao alto nível de endividamento e à sensibilidade à taxa Selic, que afeta diretamente o custo da dívida e, consequentemente, o resultado financeiro.