Hedge: como proteger os investimentos?

Entenda como o hedge pode ajudar a proteger seus investimentos das oscilações no mercado. Saiba quais são os tipos e se vale a pena executar!

Nord Research 28/07/2023 13:32 8 min Atualizado em: 21/08/2023 15:22
Hedge: como proteger os investimentos?

Proteger nossos investimentos é uma das preocupações constantes quando entramos no mundo financeiro. Afinal, quem não deseja garantir ativos protegidos contra as incertezas do mercado? É aí que entra o hedge.

Muitos investidores enfrentam o desafio de minimizar os riscos de seus investimentos e, ao mesmo tempo, maximizar seus retornos. Neste cenário, o hedge é uma estratégia capaz de oferecer uma camada extra de segurança e estabilidade para os investimentos.

Ele pode ser utilizado em diferentes tipos de investimentos e mercados. Porém, é importante lembrar que ele não elimina completamente todos os riscos. Em todo caso, é sempre bom procurar formas de se precaver e afastar a volatilidade no mercado financeiro.

Se você está procurando maneiras de proteger seu patrimônio, acompanhe a leitura e entenda como isso é possível!

Sumário

O que é hedge?

Hedge é uma técnica utilizada por investidores para proteger seus investimentos contra possíveis oscilações futuras de mercado nas bolsas de valores. A tradução do termo em inglês quer dizer “cerca” ou “limite”. Basicamente, consiste em fazer uma operação financeira que compensa possíveis perdas que poderiam ocorrer.

Como funciona o hedge?

O hedge funciona como uma forma de "seguro" para os investidores. É um modo de proteger os investimentos em caso de variações no mercado. É como se o preço dos papéis fossem congelados para protegê-los. Portanto, o objetivo principal não é lucrar com a operação, e sim minimizar riscos.

Para fazer isso, os investidores usam instrumentos financeiros, como contratos futuros e opções. É uma maneira de transferir para terceiros os riscos envolvidos.

Vamos entender com um exemplo? Suponha que um produtor de commodities, como soja ou milho, esteja preocupado com a queda nos preços que possa ocorrer daqui a 12 meses.

O produtor pode usar o hedge para se proteger contra essa possível queda. Ou seja, ele pode vender contratos futuros de soja para garantir um preço fixo para sua colheita, mesmo que o preço da soja caia no futuro.

Um outro formato de hedge o envolve investir em ativos que, pelo histórico, têm desempenhos opostos no mercado, a exemplo do que acontece com as bolsas dos EUA e do Brasil. Ou seja, quando uma se valoriza, outra se desvaloriza e vice-versa.

Qual é a importância do hedge?

A importância do hedge é que ele permite reduzir perdas dos investimentos, visto que investir em renda variável sempre envolve riscos. Ray Dalio, por exemplo, que é o fundador de um dos maiores fundos de hedge do mundo, acredita que no mercado financeiro os ciclos de altos e baixos se repetem. Nesse sentido, essas estratégias são formas de conseguir proteção em momentos de baixa dos ativos.

Reduzir esses riscos é importante principalmente para investidores que têm uma grande exposição a um determinado mercado ou ativo.

Quais são os tipos de hedge?

Existem diferentes tipos de hedge, cada um adequado para um tipo específico de investimento ou mercado. Entenda a seguir!

Ações

O hedge de ações é utilizado por investidores que têm uma carteira de ações.

Existem alguns formatos que se aplicam neste caso. Por exemplo, utilizar derivativos para fixar o preço de um ativo no futuro, como contratos futuros. A ideia é travar o preço de um ativo para negociação em um momento posterior.

Outros formatos envolvem a utilização de opções sobre ações, índices de ações ou fundos de índices (ETFs).

Cambial

O hedge cambial é utilizado por investidores que têm exposição a moedas estrangeiras como proteção financeira. Ele consiste em fazer uma operação que proteja o investimento contra as variações cambiais.

Empresas exportadoras podem comprar contratos futuros para estabelecer a venda da moeda por um valor preestabelecido. Assim, impede-se que as transações sejam afetadas pela variação do câmbio.

Da mesma forma, empresas importadoras podem adotar uma estratégia de hedge para trazer um preço fixo e permitir que a compra das mercadorias ocorra sem o efeito do aumento de preços.

Existem diversas formas de utilizar essa estratégia nessa esfera, desde a negociação de contratos futuros de dólar e fundos cambiais até a compra da moeda em espécie.

Commodities

O hedge de commodities é utilizado por investidores que têm exposição a commodities, como café, açúcar, soja, entre outros, em geral voltadas para exportação.

Ele consiste em fazer uma transação financeira que proteja o investimento contra as variações de preço dessas commodities.

Se pensarmos em um produtor de café, é possível fazer um hedge vendendo contratos futuros do produto. Mesmo que o preço do café caia, ele ainda terá um preço preestabelecido.

Natural

O hedge natural é utilizado principalmente por empresas que têm nas commodities sua atividade principal. Trata-se de uma combinação de fatores que protege contra oscilações de preços de forma natural, sem necessidade de utilizar algum instrumento financeiro para proteção.

Um exemplo é o das empresas exportadoras que recebem suas receitas em dólar e têm parte de seus custos também cotados em dólar. Quando a moeda americana passa por uma valorização, os custos das exportadoras aumentam, mas suas receitas são beneficiadas, o que pode compensar as perdas de forma natural.

Qual a diferença para swap e diversificação?

Swap e a diversificação de portfólio são outras estratégias de proteção de investimentos alternativas ao hedge. No entanto, o funcionamento de todas essas três opções são distintos.

O swap é uma transação financeira em que as partes se comprometem a trocar fluxos de ativos ou de riscos futuros. Ele pode ser utilizado para proteger os investimentos contra variações de juros ou câmbio.

No caso do swap cambial, por exemplo, vamos considerar um exemplo em que uma empresa tenha um valor a receber de US$ 100.000 em 30 dias e precise converter esse valor para sua moeda local, que é o real brasileiro.

Suponhamos que a taxa de câmbio hoje seja de R$ 5,00 por dólar americano. Com essa taxa, a empresa teria a expectativa de receber R$ 500.000 ao converter os US$ 100.000.

No entanto, como as taxas de câmbio são voláteis e podem flutuar, há um risco de que ela mude até o momento da conversão. Se, por exemplo, a tarifa subir para R$ 5,20, a empresa receberia R$ 520.000, resultando em um lucro maior.

Por outro lado, se a taxa de câmbio cair para R$ 4,50, a empresa receberia R$ 450.000. Portanto, o swap ajuda a proteger contra essas flutuações cambiais e minimizar os riscos.

Já a diversificação consiste em investir em diferentes ativos ou mercados. A ideia é reduzir o risco de perdas ao ter uma carteira com opções diversificada, com comportamentos distintos no mercado. Porém, não acontece uma proteção do capital a exemplo do hedge.

A variação do portfólio consiste em distribuir o dinheiro em diferentes tipos de ativos, como ações, títulos públicos, fundos imobiliários, entre outros. Por conseguinte, o investidor não fica refém de um único nicho de mercado ou tipo de produto financeiro.

O hedge elimina todos os riscos do mercado?

A estratégia de hedge não elimina todos os riscos de investimento, mas pode ser muito eficaz para minimizá-los, protegendo a carteira contra possíveis oscilações. Investir dinheiro sempre envolve algum grau de risco e é importante estar ciente disso.

Existem diferentes tipos de hedge, incluindo commodities, ações e moedas. Então, você deve analisar estrategicamente se precisa dessa estratégia de proteção. Para isso, é preciso ter conhecimento e foco para construir um patrimônio sólido.

Veja também o vídeo sobre como proteger o patrimônio em 2023:

Como elaborar uma estratégia de hedge para investimentos?

Existem alguns passos que você pode seguir para adotar uma estratégia de hedge que atenda a seus objetivos financeiros. Confira!

Avalie os riscos

Antes de elaborar uma estratégia de hedge, é importante avaliar os riscos associados aos seus investimentos. Identifique os fatores que podem afetar negativamente o desempenho dos seus ativos.

Escolha o tipo de hedge

Existem diferentes tipos de hedge, como os que utilizam contratos futuros, opções e swaps. Escolha a alternativa que melhor se adapta aos seus objetivos e ao tipo de investimento que está fazendo.

Escolha o momento certo

Decida quando é o melhor momento para implementar a estratégia de hedge. É importante considerar as condições do mercado e o cenário econômico.

Monitore a eficácia da estratégia

Uma vez implementada a estratégia de hedge, monitore com regularidade a eficácia. Faça ajustes conforme necessário para garantir que seus investimentos estão no caminho certo.

Consulte um profissional

Se você não tiver experiência em elaborar estratégias de hedge, é recomendável consultar um profissional financeiro para ter a orientação necessária.

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Resumindo

Como é feito o hedge?

O hedge é feito por meio de instrumentos financeiros como índices de ações, contratos futuros, opções e EFTs (Exchange Traded Funds). No caso de ações, por exemplo, um investidor pode fazer um hedge comprando opções de venda para se proteger contra uma possível queda no preço das ações.

Qual é a função do hedge?

A função do hedge é minimizar os riscos de uma carteira de investimentos e, consequentemente, proteger o patrimônio do investidor. Há diferentes formas de implementar essa estratégia e ela deve ser pensada conforme as particularidades do portfólio em questão. Seus tipos são: hedge de ações, cambial, de commodities e natural.

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