Guia do Investimento em Renda Fixa: o que é, como funciona e como investir

O investimento em renda fixa está presente em estratégias para todos os perfis, entregando mais estabilidade e previsibilidade para a carteira. Entenda o que é e como funciona!

Nord Research 05/04/2024 11:57 20 min
Guia do Investimento em Renda Fixa: o que é, como funciona e como investir

O investimento em renda fixa é uma modalidade na qual o investidor empresta dinheiro para uma instituição financeira, governo ou empresa em troca de uma remuneração predefinida, que pode ser fixa ou variável ao longo do tempo.

As pessoas se deparam com o investimento em renda fixa tão logo começam a jornada pelo mercado financeiro. É uma das classes de ativos mais importantes, sendo útil para todos os perfis: conservador, moderado e arrojado.

Existem estratégias diferentes, mas todos utilizam os ativos dessa classe em algum nível. Afinal, a diversificação é a chave para gerenciar os riscos e conquistar uma boa rentabilidade no longo prazo.

Neste conteúdo, você encontra um guia completo para conhecer os ativos de renda fixa e entender como eles podem ser aplicados na sua estratégia. Continue a leitura e tire as suas dúvidas sobre o assunto!

Sumário

O que é renda fixa?

O investimento em renda fixa é uma modalidade na qual o investidor empresta dinheiro para uma instituição financeira, governo ou empresa em troca de uma remuneração predefinida, que pode ser fixa ou variável ao longo do tempo.

Essa remuneração pode ser feita por meio de juros, correção monetária, ou uma combinação de ambos.

Diferentemente dos investimentos em renda variável, como ações, onde os rendimentos não são previsíveis e podem oscilar bastante, os investimentos em renda fixa oferecem maior previsibilidade de retorno, pois as condições de remuneração são conhecidas no momento da aplicação.

Veja também o vídeo:

Quais as características dos investimentos em renda fixa?

O investimento em renda fixa tem rentabilidade, modalidades e tributação que precisam ser conhecidas caso você se interesse pelos ativos.

Rentabilidade do investimento em renda fixa

A rentabilidade da renda fixa é definida com base em indicadores de mercado ou taxas percentuais predefinidas. Para o investidor, o mais comum é encontrar uma oferta realizada por corretora, banco ou governo já com as condições indicadas.

Taxa selic

Um indicador bastante utilizado é a taxa SELIC. A taxa de juros definida pelo Banco Central do Brasil é uma meta para o país, além de ser a remuneração paga em um dos títulos da dívida pública: o tesouro SELIC+.

Taxa DI

Os bancos costumam adotar a taxa DI. Trata-se de um indicador com percentual quase igual a SELIC, sendo utilizado com frequência nos CDBs.

Taxa Referencial (TR)

Já a taxa referencial (TR) é usada para remuneração do FGTS e da poupança, sendo a mais baixa entre os indicadores comuns.

IPCA-E

O investimento em renda fixa também pode repor a perda do poder de compra dos recursos. O principal indicador com essa finalidade é o IPCA-E, mas também é possível encontrar o uso do IGP-M.

Ambos são levantamentos de variações de preços de produtos e serviços.

Modalidades de renda fixa

A renda fixa pode ser prefixada ou pós-fixada. No primeiro caso, o investidor já sabe quanto ganhará no momento da aplicação. No segundo, a remuneração é garantida, mas o cálculo será apurado conforme uma taxa.

Para ilustrar, o título do tesouro prefixado 2026 apresenta uma rentabilidade anual já estabelecida de 11,87%, nesta data. Já o tesouro SELIC+ 2026 é um exemplo de pós-fixado, pois o valor exato depende da taxa de juros ao longo do tempo.

Em ambos os casos, o investidor terá alguma rentabilidade. É o que diferencia da renda variável, em que os ganhos podem não acontecer.

Tributação no investimento de renda fixa

A tributação da renda fixa privilegia o investidor de médio prazo. Isso porque diversos produtos dessa classe oferecem o imposto de renda regressivo.

Veja o exemplo dos CDBs, fundos, debêntures, LF, LC e tesouro direto:

  • de 0 até 180 dias — 22,5%;
  • de 181 até 360 dias — 20%;
  • de 361 até 720 dias — 17,5%;
  • acima de 721 dias —  15%.

O imposto de renda é cobrado apenas sobre a rentabilidade, e o aporte inicial não sofre a incidência do tributo.

Alguns títulos são isentos do imposto de renda:

  • caderneta de poupança;
  • letra de crédito agrícola (LA);
  • letra de crédito imobiliário (LC);
  • certificados de recebíveis imobiliários (CRIs)
  • certificados de recebíveis do agronegócio (CRAs).

Em retiradas por período inferior a 30 dias, existe a aplicação do imposto sobre operações financeiras (IOF). A alíquota é proporcional ao tempo em que os recursos permaneceram acumulados, zerando a partir do trigésimo dia.

Fundo garantidor de crédito (FGC)

A proteção do fundo garantidor de crédito está presente em alguns ativos. Trata-se de um seguro caso aconteça o inadimplemento do título contratado pela instituição financeira.

A cobertura do FGC alcança aplicações de até R$ 250 mil por instituição financeira. Além disso, cada CPF pode receber até o teto de R$ 1 milhão a cada 4 anos.

Os ativos protegidos pelo FGC:

  • poupança;
  • certificados de depósito bancário (CDBs);
  • recibos de depósito bancário (RDB);
  • letras hipotecárias (LH);
  • letras de câmbio (LCs);
  • letras imobiliárias garantidas (LIGs);
  • letras de crédito imobiliário (LCIs);
  • letras de crédito do agronegócio (LCA).

Por exemplo, o que acontece se um investidor tem R$ 260 mil para resgatar de um CDB, mas a instituição financeira vai à falência? Nesse caso, é possível receber R$250 mil do FGC, e R$ 10 mil estarão perdidos. 

Por isso, quem deseja a proteção deve projetar o valor principal com juros na retirada para ficar dentro dos limites de cobertura do FGC.

Tesouro Direto tem como garantia o pagamento pelos cofres públicos. Logo, é uma situação em que não há proteção do FGC sem grandes preocupações para o investidor em relação ao pagamento.

Casos de investimento em renda fixa para ficar atento são as debêntures, as letras de câmbio e os certificados de recebíveis agrários e imobiliários. Nessas situações, não há nem o governo, nem o FGC como garantidores.

Qual a diferença entre renda fixa e renda variável?

A diferença entre renda fixa e renda variável está relacionada à previsibilidade dos ganhos. Créditos: Freepik

A diferença entre renda fixa e renda variável está relacionada à forma como os investimentos são remunerados e à previsibilidade dos ganhos.

Renda fixa

O investimento em renda fixa é aquele em que a remuneração ou a forma de cálculo dos ganhos podem ser previamente definidas no momento da aplicação.

Isso significa que você consegue saber de forma antecipada qual será a rentabilidade sobre o seu investimento. Essas aplicações são consideradas menos arriscadas e o investidor costuma se sentir mais seguro ao investir em títulos do governo.

No entanto, como investir em renda fixa é considerado algo estável, nem sempre as pessoas se lembram de que, a depender do título, em especial os de longo prazo e para resgates antes do vencimento, pode haver oscilações de preços como acontece na renda variável.

Renda variável

Diferentemente do investimento em renda fixa, na renda variável o investidor não tem como saber previamente qual será a rentabilidade que poderá obter. Os ganhos nesse tipo de investimento são imprevisíveis, pois os preços dos ativos oscilam de acordo com diversos fatores econômicos e políticos.

A renda variável é mais volátil e está sujeita a maiores riscos, mas também pode oferecer retornos mais altos. Um exemplo clássico de investimento em renda variável é o mercado de ações, no qual os preços dos ativos mudam com frequência.

Quais os principais tipos de investimentos em renda fixa?

O mercado financeiro apresenta diversos produtos de renda fixa. Neste tópico, você encontra os principais com suas particularidades na hora de realizar seu planejamento financeiro para investir.

Títulos do tesouro

Os títulos do tesouro funcionam como um empréstimo para o governo. Para isso, são emitidas ofertas em que, ao comprar o título, você receberá a aplicação com juros na data de vencimento. Atualmente, a dívida pública brasileira apresenta 4 opções.

Tesouro prefixado

título prefixado tem o percentual de rentabilidade definido no momento da aplicação.

Tesouro IPCA+

Tesouro IPCA+ é uma modalidade pós-fixada. Nele, a remuneração é a taxa de inflação (IPCA) acrescida de um percentual de juros.

Tesouro SELIC+

O tesouro SELIC remunera com a taxa de juros básica da economia acrescida de um pequeno percentual. Esse adicional é o que, geralmente, diferencia os títulos com vencimento mais distantes dos mais próximos.

Tesouro renda+

renda+ é uma modalidade focada na aposentadoria. O critério de remuneração é o IPCA acrescido de um juro percentual. Porém, o resgate acontece em parcelas ao longo de 20 anos.

Os títulos da dívida pública são didáticos em ilustrar por que mesmo o investimento em renda fixa tem riscos, embora menores e mais previsíveis. 

Por exemplo, a compra do tesouro IPCA+ protege contra a inflação, mas você pode receber menos se a SELIC tiver uma disparada, e a moeda perder pouco poder de compra no período.

O cenário inverso também é possível. Se a SELIC está muito próxima da inflação, o Tesouro IPCA+ pode ter um desempenho mais favorável, garantindo uma rentabilidade acima da desvalorização do dinheiro.

Por fim, o título prefixado congela a rentabilidade. Essa aplicação será vantajosa sempre que outros indicadores pagarem menos que a rentabilidade fixada ou desvantajosa se a SELIC e o IPCA alcançarem o valor estabelecido.

Tesouro Educa+

Tesouro Educa+ é um investimento em renda fixa oferecido pelo Tesouro com o objetivo de incentivar as famílias a pouparem para financiar a educação dos filhos na universidade, por exemplo, ou para pagar uma especialização, um intercâmbio ou atividades semelhantes.

Esse tipo de investimento consiste em emprestar dinheiro ao governo federal e receber de volta o valor, após alguns anos, acrescido de juros.

Além disso, está atrelado ao IPCA, que é o índice mais utilizado de inflação no Brasil. Isso significa que o objetivo é manter o poder de compra ao longo do tempo e garantir um retorno real para quem mantiver o título até a data de vencimento.

Suponha que você acabou de ter um bebê e deseja desde já pensar na educação do seu filho. Se ele vai começar a faculdade em 2042, basta comprar títulos com essa data de conversão. Quando o prazo vencer, você terá acesso aos recursos investidos por cinco anos, todo mês, corrigidos pela inflação e com acréscimo de juros.

O vencimento indica quando é a data para resgatar os valores investidos com juros. Créditos: Freepik

Vencimento do Tesouro Direto

O vencimento indica quando é a data para resgatar os valores investidos com juros, enquanto a liquidez é a facilidade para transformar o título em dinheiro.

O ano indica o vencimento do título público:

  • “Tesouro SELIC+ 2026”;
  • “Tesouro IPCA+ 2026”;
  • “Tesouro renda+ 2065”.

Quanto mais longe for o resgate do investimento em renda fixa, maior o percentual de rentabilidade oferecido.

Caso uma pessoa deseje converter o título da dívida em dinheiro, é possível vender via corretora de valores ou para o próprio tesouro. Porém, o preço pode ter um desconto com a antecipação.

A maior liquidez está no tesouro SELIC+. Como não faz muita diferença comprar este título novo ou de segunda mão, o valor recebido antes do vencimento costuma ser integral.

Caderneta de poupança

A caderneta de poupança é um tipo de conta bancária. Nela, o dinheiro é depositado para ser acumulado, e a instituição financeira realiza o pagamento de juros pelo período em que está com os recursos.

Os juros da poupança variam com a SELIC:

  • 6,17% a.a. e taxa referencial (TR) quando a SELIC está 8,5% ou mais;
  • 70% da SELIC e taxa referencial (TR) quando a SELIC está acima de 8,5%.

O teto da poupança é um dos fatores que fazem a poupança não ser considerada um bom investimento. Afinal, com um risco similar, seria possível utilizar o tesouro direto e ter uma rentabilidade maior, mesmo com o imposto de renda.

Debênture

As debêntures funcionam como um empréstimo do investidor para uma empresa. Isto é, a organização emite títulos e oferece uma taxa de juros como remuneração, e os interessados podem aplicar comprando essa dívida.

Uma alternativa dentro dessa categoria são as debêntures incentivadas. Nesse caso, por ser destinado a investimentos em infraestrutura, o título recebe isenção do imposto de renda.

O investidor tem acesso a diferentes tipos de debêntures:

  • simples — não há um benefício de troca por outro ativo;
  • conversíveis — permite a troca por ações em certo período;
  • permutáveis — possibilita a troca por ações ou outro título emitido pela empresa.

As debêntures também podem ser prefixadas ou pós-fixadas. Caso usem um indicador para calcular a remuneração no futuro, o mais comum é a fixação de um percentual sobre o CDI. Por exemplo, um título de dívida com 110% do CDI paga 1,1 vezes a taxa DI.

Fundos de investimento em renda fixa

O fundo de investimento é um patrimônio acumulado a partir do aporte de diversos investidores, que adquirem cotas. Esses recursos são geridos por profissionais do mercado financeiro, e cada cotista recebe os resultados conforme a sua participação.

É comum comparar os fundos a um condomínio. Os investidores seriam os condôminos, e o gestor seria responsável por alocar os recursos.

Para o fundo ser considerado de renda fixa, é preciso que, no mínimo, 80% do patrimônio seja alocado em ativos dessa classe. Isso é caracterizado por aplicações em ativos atrelados à SELIC, ao IPCA ou ao IGP-M. Entre as aplicações mais comuns, encontramos os títulos do tesouro, os CDBs e as letras de crédito.

Um ponto importante dos fundos é que a gestão profissional é remunerada. Para isso, ocorre a cobrança da taxa de administração, que afetará a rentabilidade.

Letra de Crédito Imobiliário (LCI)

A letra de crédito imobiliário (LCI) é um título para captar recursos destinados ao setor de imóveis, como financiamentos, reformas e construções.

Na emissão, a instituição financeira se compromete em realizar o pagamento de uma taxa de juros. Então, destina o recurso para os interessados em crédito.

A LCI tem proteção do FGC e isenção do imposto de renda. Esses fatores são atrativos para os investidores.

É importante não confundir a letra de crédito com o certificado de recebíveis imobiliários (CRI). Embora também se destine à captação de crédito, esse segundo título não conta com o FGC nem com isenção do imposto de renda.

A opção entre os dois costuma estar relacionada à possibilidade de juros maiores no CRI, que podem compensar os riscos mais elevados em alguns casos.

Letra de crédito do agronegócio (LCA)

A letra de crédito do agronegócio é um título similar à LCI. Isto é, o resgate também acontece com isenção do imposto de renda e existe a proteção do fundo garantidor de crédito (FGC).

Em relação às diferenças, a destinação dos recursos captados pela LCI é o agronegócio. Por isso, os juros pagos não vão variar com a oferta e demanda no setor imobiliário, mas nas atividades agropecuárias.

Outra questão importante é a existência do CRA. Assim como na CRI, esse título não tem a proteção do FGC nem a isenção do imposto de renda.

O CDB é o investimento em renda fixa usado para os bancos captarem recursos. Créditos: Freepik

Certificado de depósito bancário (CDB)

O CDB é o investimento em renda fixa usado para os bancos captarem recursos. É como um empréstimo para o banco, que direcionará os recursos como linhas de crédito para os consumidores interessados.

Em relação aos juros, esse ativo pode ser prefixado ou pós-fixado. Geralmente, a taxa DI é a base da remuneração dos CDBs pós-fixados.

Se a oferta for de um percentual abaixo de 100%, o banco paga menos que esse indicador. Portanto, também paga abaixo da SELIC.

Então, como a tributação é similar ao tesouro direito, os CDBs abaixo de 100% do CDI não costumam ser atrativos para o investidor.

Por outro lado, ofertas acima da taxa de juros podem ser interessantes, a depender das demais oportunidades disponíveis.

Recibos de Depósito Bancário (RDB)

O RDI é um investimento que também é utilizado para os bancos captarem recursos. A diferença é que, em muitas instituições, a conta bancária por padrão passou a ter os recursos destinados a esse instrumento.

É o caso de diversos bancos digitais que oferecem uma remuneração com base no CDI para os recursos depositados. Nesse caso, o investidor tem liquidez imediata, pois as movimentações podem ser realizadas normalmente.

Uma questão natural é avaliar a retirada ou manutenção dos recursos na conta. Por exemplo, se uma conta com liquidez imediata oferece 100% do CDI, pode ser pouco interessante prender o dinheiro em um título que ofereça uma rentabilidade igual ou menor.

O investimento renda fixa costuma ser uma medida para atrair correntistas. Por isso, em muitas instituições, existe um valor máximo que gera os rendimentos em conta.

Por outro lado, é preciso diferenciar o RDA aplicado na conta bancária automaticamente da contratação deste título. Por ser um recibo, não é possível transferir o RDA para terceiros, diferentemente do que ocorre com os CDBs.

Assim, caso exista uma data de vencimento futura, o investidor deve estar atento à liquidez. Afinal, o resgate antecipado não pode ser feito com a venda do papel.

Letras de crédito (LC)

Para finalizar, as diferentes letras financeiras costumam ser de renda fixa. Além disso, variam enquanto a proteção do FGC e isenção de imposto.

As diversas opções de letra de crédito para investimento em renda fixa:

  • Letra de Crédito do Agronegócio (LCA);
  • Letra de Crédito Imobiliário(LCI);
  • Letra de Crédito Financeira (LCF);
  • Letra Hipotecária(LH);
  • Letra Imobiliária Garantida (LIG);
  • Letra de câmbio (LC).

As vantagens para o investidor dependem da oferta e demanda por crédito no mercado. Por isso, é importante saber que existem diferentes títulos, assim como que os juros podem variar conforme o cenário econômico.

Certificado de Recebíveis Imobiliários (CRI)

CRI é um título de renda fixa que gera um direito de crédito ao investidor. Ele permite que o investidor receba uma remuneração do emissor e, periodicamente, ou no vencimento do título, receba de volta o valor investido.

Trata-se de um instrumento de captação de recursos utilizado para financiar transações do mercado imobiliário. Ele é lastreado em créditos imobiliários, como financiamentos residenciais, comerciais, para construções e contratos de aluguéis de longo prazo.

Isso significa que o CRI permite que o investidor financie o mercado imobiliário ao antecipar os créditos que serão recebidos pelo setor, proporcionando liquidez ao mercado.

Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA)

O CRA é um investimento em renda fixa lastreado em recebíveis originados de negócios entre produtores rurais, suas cooperativas e terceiros.

Logo, envolve financiamentos ou empréstimos relacionados à produção e comercialização de insumos e produtos agropecuários.

O funcionamento do CRA é o seguinte: as empresas cedem seus recebíveis para uma securitizadora, que emite os CRAs e os disponibiliza para negociação no mercado de capitais.

A securitizadora paga à empresa pelos recebíveis cedidos, permitindo que a empresa antecipe o recebimento desses valores.

Depósito a Prazo com Garantia Especial (DPGE)

O DPGE é um tipo de investimento em renda fixa voltado para captação de recursos de instituições financeiras e bancos de pequeno ou médio porte. Quem vai investir precisa alocar um valor considerável, no mínimo R$ 250 mil.

Este investimento é garantido pelo FGC (Fundo Garantidor de Créditos), uma entidade privada sem fins lucrativos que tem como objetivo proteger os investidores em caso de insolvência das instituições. No DPGE, o FGC garante o valor investido até o teto de R$ 40 milhões.

Por esse motivo, é considerado um investimento seguro. Para fazer a aplicação financeira, o investidor realiza um depósito, por um prazo determinado e com uma taxa de juros acordada.

Confira o vídeo da Marília Fontes sobre como diversificar a carteira de renda fixa:

Quais são as vantagens e desvantagens dessa classe de ativos?

A remuneração assegurada do investimento de renda fixa é um atrativo, mas a classe também apresenta desvantagens.

Vantagens do investimento em renda fixa:

  • previsibilidade — os ganhos são acordados na contratação;
  • liquidez — o ativo pode ser rapidamente vendido e convertido em dinheiro;
  • segurança — o investidor tem a proteção do FGC até o limite de R$250 mil;
  • acessibilidade — muitos produtos têm investimento inicial baixo;
  • incentivos — diversos ativos têm reduções ou isenções no imposto de renda;
  • diversidade — há diferentes opções para o investidor.

Um ponto importante é o reinvestimento automático, que causa o efeito de juros compostos. Por exemplo, se você tem R$10,00 em tesouro direto e ganha R$1.00 de juros, o próximo recebimento considerará R$11,00, pois os recursos são reaplicados.

Desvantagens do investimento renda fixa:

  • carência — muitos títulos são vendidos com desconto quando antes do vencimento;
  • inflação — a inflação alta pode ser um risco e alcançar as taxas da renda fixa;
  • despesas — o investidor pode ter despesas com impostos e taxas administrativas;
  • come-cotas — o imposto de renda é cobrado a cada seis meses nos fundos de renda fixa.

Considere a prevalência do crédito como desvantagem comum entre os diferentes títulos. Assim, uma baixa da SELIC, por exemplo, pode empurrar os juros de todos os ativos na mesma direção.

Qual o perfil do investidor da renda fixa?

A renda fixa costuma ser associada ao perfil conservador. É tanto a porta de entrada para as pessoas que ainda não tem conhecimento sobre o mercado financeiro como uma classe de ativos mais ligada à segurança.

Contudo, os perfis moderado e arrojado também utilizam esses instrumentos para diversificação.

As recomendações de investimento conforme o perfil:

  • conservador — 90% de investimento em renda fixa, 10% em renda variável;
  • moderado — 80% de investimento em renda fixa, 20% em renda variável;
  • arrojado — 70% de investimento em renda fixa, 30% em renda variável.

Embora nem sempre a distribuição das aplicações seja feita dessa forma, os percentuais indicados ilustram a ideia de todos usarem da renda fixa em alguma medida. Logo, precisam conhecer essa classe de ativos para diversificar.

A diversificação é buscar investimentos com nenhuma ou pouca correlação. Com isso, o desempenho aquém do esperado em um não compromete os demais. Daí a analogia com colocar os ovos em cestas diferentes.

Essa estratégia pode usar rendas fixa e variável. Por exemplo, os diferentes títulos baseados em crédito não vão subir e descer necessariamente acompanhando oIBOVESPA.

Qual é o melhor investimento em renda fixa?

Não existe uma única forma de investir em renda fixa, tampouco um melhor ativo. É importante realizar diferentes análises, comparando os critérios e indicadores de remuneração com o cenário econômico.

Um passo interessante é avaliar o chamado risk free, ou seja, o que se pode obter em alternativas com risco quase inexistente. A taxa SELIC e a taxa DI costumam ser facilmente encontradas em sua integralidade em produtos do mercado financeiro, como CDBs com 100% do CDI e tesouro SELIC+.

Se um ativo gera um resultado abaixo dessas taxas, o investidor poderia simplesmente ter aportado em um título sem nenhum esforço e ganhado mais. Por isso, são parâmetros para avaliar a renda fixa de modo geral.

Contudo, o melhor plano que você pode fazer é adquirir conhecimento. Ao entender as diferentes aplicações e estratégias, conseguimos chegar a uma carteira de investimentos com ativos adequados ao perfil.

Aqui na Nord Research, você pode aprender a investir em renda fixa, entendendo como identificar boas aplicações, considerando o perfil, oportunidades, cenário econômico e outros fatores. Assim, consegue melhorar os ganhos oferecidos pela categoria, aproveitando a segurança e previsibilidade com ganhos mais expressivos.

O investimento em renda fixa é a porta de entrada, mas nem por isso perde várias oportunidades. Quem tem os perfis moderado e arrojado pode agregar esses ativos para ter mais estabilidade, enquanto busca melhores rendimentos com uma estratégia diversificada.

Agora que você já conhece o básico sobre os produtos, aprenda a potencializar os seus ganhos na renda fixa com a Nord Research!

Leia também o artigo: Carteira conservadora: 5 ativos que não podem faltar!

Resumindo

Qual é o melhor investimento em renda fixa?

O melhor investimento em renda fixa são os títulos que conseguem superar a SELIC e a taxa DI por boa margem. Tais indicadores representam quanto é possível ganhar com aplicações de baixíssimo risco e necessidade de conhecimento.

Quanto rende um investimento de renda fixa?

Um investimento em renda fixa tem o critério de remuneração estabelecido no momento da aplicação. Pode ser uma taxa percentual prefixada ou indicadores de mercado, como taxa DI, taxa SELIC e IPCA-E.

Quanto rende 1.000 em renda fixa?

Um investimento de 1.000 em renda fixa a 100% do CDI gera um rendimento de R$ 136,50, em abril de 2023. Logo, o total acumulado seria de R$1.136,50.

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