Greve do Ibama eleva pressão sobre petroleiras juniores

As estimativas são de que a paralisação custa 80 mil barris/dia ao setor, uma queda de US$ 200 milhões por mês no faturamento da indústria.

Rafael Ragazi 25/07/2024 15:53 3 min
Greve do Ibama eleva pressão sobre petroleiras juniores

A paralisação dos funcionários do Ibama se estende pelo ano de 2024 e continua sem qualquer negociação ou acordo, o que já se reflete na produção de petróleo do Brasil

O STJ (Superior Tribunal de Justiça) determinou —a pedido do governo— que os funcionários do Ibama retomassem as atividades de licenciamento e prevenção de incêndios florestais, apesar de estarem em greve.  

Greve do Ibama impacta produção de petróleo 

As estimativas são de que a paralisação já custa 80 mil barris/dia ao setor (quase uma PRIO), o que representa uma queda de US$ 200 milhões/mês no faturamento da indústria e de cerca de R$ 600 milhões/mês para o governo, em termos de arrecadação (que, apesar disso, parece não se importar muito com o tema).

Com a paralisação total, os impactos financeiros podem dobrar, segundo estimativas do  Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP).

Fonte: Brazil Journal

Ibama aumenta pressão sobre o Governo

Os servidores sabem o seu poder de pressão sobre o Governo — e o estrago que estão causando às empresas reguladas.

A entidade, em um tom quase ameaçador, publicou um comunicado listando todos os projetos que seriam afetados pela greve.

Este levantamento é extenso, abrangendo desde projetos de novas produções até estudos sísmicos, passando pela interligação de poços aos sistemas de produção. 

Petroleiras afetadas pela greve do Ibama

No curto prazo, os atrasos impactam negativamente as petroleiras juniores PRIO (PRIO3) e da 3R Petroleum (RRRP3), que possuem projetos aguardando por licenças para prosseguir (Wahoo e Papa Terra, respectivamente).

Apesar de os atrasos serem negativos, não afetam o valor justo das companhias de maneira significativa no longo prazo.

Continuamos muito confiantes em ambas as petroleiras, que apresentam um enorme potencial de crescimento e negociam a múltiplos muitos baixos. 

Vale lembrar que a 3R está em processo de fusão com a Enauta (ENAT3), enquanto a PRIO está sinalizando que pode anunciar novas aquisições em breve, o que aumentará o upside de ambos os ativos.

Acionistas da PRIO monitoram greve do Ibama 

O campo de Wahoo, aquisição mais recente da PRIO, com um potencial de incremento de 40 mil barris de petróleo por dia (+44%), tinha como expectativa o início da produção no final deste ano. 

Contudo, dependendo das licenças do Ibama para iniciar seu desenvolvimento e produção, a expectativa de início ficou para 2025.

Além do novo campo, o maior campo em operação da PRIO, o campo de Frade, também começou a sofrer com o Ibama desde o mês de maio.

Obervamos uma queda de -7,1% da sua produção de Frade, pois este depende de uma anuência do Ibama para realizar uma intervenção em um poço.

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