Frasle (FRAS3) registra lucro líquido de R$ 49,7 milhões no 2T25

Frasle (FRAS3) cresce 38,8% em receita no 2T25 e registra lucro de R$ 49,7 milhões. Confira análise completa da Nord Research

Fabiano Vaz 07/08/2025 15:30 5 min Atualizado em: 07/08/2025 17:34
Frasle (FRAS3) registra lucro líquido de R$ 49,7 milhões no 2T25

A Frasle (FRAS3) reportou os resultados do 2T25, com uma receita líquida de R$ 1,3 bilhão, crescimento de +38,8%  em relação ao mesmo período de 2024. O Ebitda foi de R$ 238 milhões, +46,7% de alta na comparação anual e um pouco abaixo da nossa expectativa. O lucro líquido foi de R$ 49,7 milhões, alta de -20,1%, acima do que esperávamos.

O principal destaque do trimestre, mais uma vez, foi a consolidação dos resultados provenientes da aquisição da Dacomsa, no México.

 Resultados do 2T25. Fonte: Frasle RI. Elaboração: Nord Research.

Atualmente nossa cobertura na Frasle possui recomendação de “Compra”.

Crescimento inorgânico e orgânico

O forte crescimento da receita da Frasle no 2T25 foi impulsionado pela consolidação da sua aquisição da Dacomsa (México), que representou cerca de 26% da receita total da companhia no trimestre.

Excluindo o efeito da Dacomsa, o crescimento orgânico da receita foi de +3%, demonstrando uma demanda resiliente no período. 

No mercado interno, a receita apresentou um aumento de +7% a/a, com destaque para o mercado de Reposição que cresceu +7,5%. 

No mercado externo, impulsionado pelos resultados da adquirida Dacomsa, a receita líquida cresceu +38%. Destaque negativo para o segmento Montadoras, com a receita reportando um recuo de -31% a/a, reflexo das incertezas com a agenda de tarifas dos EUA. 

Dessa forma, a receita no mercado internacional representou 54% da receita total da companhia, mais uma vez superando o mercado doméstico.

Refletindo tudo isso, a receita líquida da Frasle totalizou R$ 1,3 bilhão (+38,8% a/a) no 2T25. 

Ebitda e margem mantêm avanço

No 2T25, os custos apresentaram uma alta de +39%, mesmo patamar de crescimento da receita, refletindo em uma margem bruta de 32,1% (-0,1 p.p. a/a).

Do lado das despesas, a companhia registrou um aumento de +11% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Assim, o Ebitda ajustado encerrou o 2T25 em R$ 238 milhões (+47% a/a) e uma margem Ebitda de 17,5%, leve expansão de +0,9 p.p. na comparação anual.

 Ebitda ajustado (coluna) e margem Ebitda (linha). Fonte: Frasle RI. Elaboração: Nord Research

Entretanto, conforme o esperado, observamos uma pressão no lucro líquido, que totalizou R$ 49,7 milhões (+20% a/a). Esse resultado foi reflexo do forte aumento das despesas financeiras devido ao crescimento do endividamento.

Impactos das aquisições no trimestre

A Frasle encerrou o trimestre com uma dívida líquida de R$ 1,9 bilhão, um leve recuo de -5% na comparação com o 1T25. A alavancagem (dívida líquida/Ebitda) encerrou o trimestre em 2,2x ante 2,6x reportado no trimestre anterior.

Apesar do forte desempenho operacional e da manutenção das margens, a companhia reportou uma geração de caixa livre negativa de R$ 2,2 bilhões, impactada pelas aquisições da Dacomsa e Juratek.

Por fim, do lado da rentabilidade, a Frasle entregou um ROE de 15,2% e um ROIC de 11,2%.

A companhia não anunciou pagamento de proventos. O dividend yield da Frasle nos últimos 12 meses é de apenas 2,7%.

Revisão do guidance para 2025

Além dos resultados, a Frasle revisou o seu guidance para 2025 reduzindo a projeção da receita líquida para o intervalo de R$ 5,4 - R$ 5,8 bilhões. Nesse intervalo, o crescimento projetado para a receita fica entre +36% e +46%. Considerando o ponto médio do guidance a alta é de +41%.

Já o guidance para a margem Ebitda passou para o intervalo entre 17,5% e 20,5%.

O ponto máximo para a margem Ebitda parece pouco provável para este ano, entretanto, e sendo conservador, se considerarmos o ponto médio do novo guidance da receita e uma margem de 17,5%, a expectativa é um crescimento de +34% para o Ebitda em 2025.

 Guidance de 2025. Fonte: Frasle RI

Vale ressaltar que a companhia já acumula uma receita de R$ 2,7 bilhões no semestre, cerca de 50% do piso do novo guidance e de 48% do ponto médio do guidance. E a margem Ebitda do semestre está em 18,3%.

A companhia comentou em seu release, que a revisão do guidance se deu pelas incertezas com a agenda tarifária dos EUA e os impactos sobre as economias mexicana e norte-americana, mercados relevantes para a Frasle. 

Além disso, a companhia já observa um mercado interno mais desafiador, reflexo da pressão inflacionária e a taxa de juros elevada.

O ano de 2025 começou com a conclusão do M&A da Dacomsa, empresa mexicana que é líder em autopeças no país e faturou R$ 1,4 bilhão em 2023, com um Ebitda de R$ 313 milhões e uma margem de 21%.

Outro ponto positivo é a manutenção das suas margens, mesmo em meio a integração das novas operações. 

Além das incertezas sobre o macro, a alavancagem de 2,2x Ebitda continua sendo um ponto de atenção. Contudo, acreditamos que a companhia possui capacidade para desalavancar.

Assim, para 2025, nossa expectativa é um crescimento de +41% para a receita e +45% para o Ebitda.

Vale a pena comprar ações da Frasle (FRAS3)?

A Frasle Mobility é uma empresa de atuação global, sendo a maior fabricante de materiais de fricção da América Latina e uma das líderes do mercado mundial.

Com bom histórico de M&A, visibilidade de crescimento e rentável, a FRAS3 é uma das recomendações da carteira Nord Deep Value.

Acesse nossa cobertura de resultados do 2T25 e esteja um passo à frente nessa temporada.

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