As 3 formas de investir em ações

Cada classe tem um resultado diferente. Saiba como montar a sua estratégia de investimentos

Rafael Ragazi 05/05/2024 06:00 5 min
As 3 formas de investir em ações

Neste conteúdo, você encontrará três formas de investir em ações, incluindo as principais vantagens e desvantagens de cada um dos caminhos.

Duas decisões importantes

Meu texto de hoje é dedicado àqueles que começaram a se interessar pelo mundo das ações agora, logo, se você é um investidor mais experiente, temos outros conteúdos para você no nosso site.

Se você quer começar a investir em ações, mas ainda está perdido, saiba que, para escolher um dos três caminhos disponíveis, você precisará tomar duas decisões: escolher entre o investimento ativo ou passivo e se vai investir diretamente ou indiretamente na bolsa.

Ao investir em ações de forma ativa, você está fazendo o que chamamos de stock picking, isto é, está tentando selecionar, dentre cerca de 350 empresas brasileiras com capital aberto e listadas em nossa bolsa, aquelas que acredita que podem ter uma performance diferenciada. Logicamente, você faz isso com o objetivo de ter um retorno superior ao do mercado.

Ao investir de forma passiva, você não está buscando superar o mercado, mas sim acompanhando a sua valorização como um todo ao longo dos próximos anos. O seu retorno esperado será de acordo com o que o índice que você escolheu replicar alcançar.

Já quando está decidindo entre investir em ações de maneira direta ou indireta, está escolhendo entre comprar as ações que quer diretamente na bolsa ou delegar a um gestor profissional a tarefa de comprá-las, pagando uma taxa por isso como forma de remuneração pelo serviço.

3 principais formas de investir em ações

1. Comprando ações diretamente

Nesse caso, você mesmo faz o seu stock picking, podendo realizar o processo de análise completamente sozinho, com base nas recomendações de uma casa de análise como a Nord ou de um consultor de valores mobiliários. 

Lembre-se de que o seu agente autônomo de investimento não deve (e não pode) lhe dar recomendações de investimento.

Essa opção é mais barata, pois você paga apenas os custos para transacionar e manter ativos em custódia, que estão cada vez menores com a popularização dos investimentos e com o maior nível de concorrência entre as corretoras. 

A liquidez é praticamente imediata, logo, caso você decida vender suas ações, o dinheiro estará na sua conta dois dias depois.

Dentre as principais desvantagens estão o risco de errar nas suas escolhas (principalmente se faz a análise por conta própria) e o fato de você precisar de mais tempo para estudar sobre os investimentos e as ações que escolher investir.

Por outro lado, as casas de análises possuem diversos produtos focados em ações, sempre se balizando em estratégias de investimento comprovadas.

As séries de ações atendem desde o investidor mais conservador até o mais arrojado, independente do seu objetivo.

2. Investindo em fundos de ações ativos

Ao investir via fundos ativos, você também tem como objetivo superar os retornos do mercado, mas a seleção e a compra dos ativos são terceirizadas para um gestor experiente e profissional, que se dedica exclusivamente a essa função.

É mais prático investir assim, visto que é uma opção para quem quer investir e esquecer. Sugiro, inclusive, que você não fique olhando o desempenho do gestor no curto prazo e deixe-o trabalhar.

Logicamente, você terá que pagar por esse serviço.

No Brasil, as taxas comumente praticadas no mercado são de 2% na forma de remuneração pela administração dos recursos e mais 20% como taxa de performance (20% dos ganhos que superarem o desempenho do índice de referência do fundo vão para o gestor).

Além disso, os fundos são uma opção menos líquida. Em alguns casos, o prazo para receber o seu dinheiro pode ser de 60 dias.

3. Fundos Passivos ou ETFs

No caso dos fundos passivos, ou Exchange-Traded Funds, existe a figura de um gestor, mas ele não vai tentar bater o mercado. O seu mandato é apenas comprar ações que compõem a carteira teórica de um índice na proporção que elas estão no índice.

O BOVX11, por exemplo, é um ETF gerido pela gestora da XP, que cobra uma taxa de 0% a.a. para replicar a carteira teórica do índice para você.

ETFs são uma ótima opção para quem está começando.

Com menos de R$ 15, você consegue comprar uma cota deste fundo (que é um ativo negociado em bolsa, como se fosse uma ação) e terá, dentro dele, as 65 ações do índice Ibovespa. Alguns fundos de gestão ativa podem ter valores mínimos para o primeiro aporte maiores que isso.

Você terá uma carteira bastante diversificada, com menor risco, porém com menor potencial de retorno esperado. De qualquer modo, não dá para garantir que o stock picking direto ou um fundo serão capazes de superar o mercado, eles podem até mesmo ter uma performance inferior à do mercado.

Os ETFs têm a mesma liquidez das ações.

No fim das contas, a decisão vai depender do seu apetite e tolerância a risco, do capital disponível que você tem no momento e da disponibilidade/interesse para estudar sobre investimentos e acompanhar o mercado.

Se acabou de fazer a sua reserva de emergência e tem pouco dinheiro disponível para ações, invista por meio de ETF.

Se você já tem um patrimônio disponível para alocar em renda variável, mas não quer ou não tem condições de acompanhar o mercado, você pode montar uma carteira diversificada com alguns fundos.

Caso prefira fazer a gestão do seu patrimônio por conta própria, inclusive no que diz respeito à seleção dos ativos, invista diretamente em ações (buscando sempre conhecer a fundo no que está investindo e buscando a orientação adequada).

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