Ações da Fleury (FLRY3) sobem com 3T25 sólido e expansão por aquisições

Grupo Fleury registra receita no 3T25 de R$ 2,19 bi, apesar da queda no lucro líquido. Veja os destaques financeiros do trimestre

Danielle Lopes 07/11/2025 14:00 5 min
Ações da Fleury (FLRY3) sobem com 3T25 sólido e expansão por aquisições

As ações do Fleury (FLRY3) estão entre as maiores altas do Ibovespa nesta sexta-feira, 7, em reação aos resultados do terceiro trimestre (3T25). Por volta das 13h40, os papéis avançavam +3,84%, cotados a R$ 15,68.

Destaques do 3T25

No terceiro trimestre de 2025, o Grupo Fleury registrou uma receita líquida consolidada de R$ 2,19 bilhões, representando um avanço de +11,6%. O desempenho foi impulsionado tanto pelo crescimento orgânico quanto pela consolidação de aquisições estratégicas, como Hemolab e Confiance.

Destaques financeiros do 3T25. Fonte: Fleury RI

O Ebitda do período totalizou R$ 599,4 milhões, com crescimento anual de 11,5%, enquanto a margem Ebitda ficou em 27,4%, igual ao 3T24.

o lucro líquido consolidado foi de R$ 184,9 milhões, apresentando uma retração de 3% frente aos R$ 190,7 milhões obtidos no mesmo trimestre do ano anterior, impactado por despesas financeiras maiores e aumento de depreciação e amortização.

Posição financeira segue sólida com redução da alavancagem

O desempenho do trimestre foi puxado pelo segmento B2C, que cresceu 16%, sendo 12,9% de forma orgânica. 

A marca Fleury apresentou crescimento de 12,2%, enquanto as marcas em São Paulo (a+ SP, Pardini SP, Confiance, entre outras) avançaram 27,1%, sendo 12,1% orgânico. 

Minas Gerais e Rio de Janeiro também mostraram desempenho positivo, com crescimentos de 15,5% e 10,4%, respectivamente. Nas demais regiões, o crescimento foi de 17,6%. O atendimento móvel representou 7,8% da receita total e cresceu 11,6% frente ao 3T24.

Já o segmento B2B teve um desempenho mais modesto, com crescimento de apenas 2,1% no trimestre. O volume de exames nesse segmento aumentou 8,9%, mas a receita por exame caiu 6,2%, impactando a receita total. 

Nos Novos Elos, a receita bruta cresceu 3,0%, refletindo uma maior oferta de serviços de infusão e desempenho ambulatorial positivo.

Em termos operacionais, o lucro bruto atingiu R$ 615,8 milhões, alta de 10,6%. A margem bruta, porém, caiu 27 bps, influenciada principalmente por aumento nos custos com serviços de ocupação e utilidades, além da elevação em depreciação e amortização, reflexo de investimentos em tecnologia.

Nas despesas operacionais, houve crescimento de 15%, com destaque negativo para o aumento expressivo na equivalência patrimonial negativa e nas depreciações.

O resultado financeiro foi pressionado, com despesas líquidas de R$ 130,2 milhões, aumento de 35,6% em relação ao 3T24. Esse fator foi um dos principais responsáveis pela retração do lucro líquido no período, mesmo com o avanço do Ebitda.

A posição financeira do Grupo Fleury segue sólida. A companhia encerrou o trimestre com dívida líquida de R$ 5,92 bilhões e índice dívida líquida/Ebitda em 1,0x, nível considerado confortável. O custo médio da dívida caiu para CDI + 0,95%, fruto de gestão eficiente do passivo. 

A geração de caixa operacional também foi destaque, totalizando R$ 718,5 milhões no trimestre

Remuneração ao acionista e perspectivas

Em relação às aquisições, o trimestre foi marcado por movimentos estratégicos. A companhia concluiu a compra do Laboratório São Lucas, em Rio Claro (SP), e anunciou a aquisição do Femme, especializado em medicina diagnóstica para mulheres. Ambos os negócios foram fechados com múltiplos atrativos de EV/Ebitda (3,4x e 3,3x, respectivamente), reforçando a estratégia de crescimento inorgânico.

A empresa não divulgou guidance específico para os próximos trimestres, mas destacou a expectativa de ganhos com sinergias das aquisições recentes e continuidade na expansão orgânica do B2C. Também foram pagos R$ 254 milhões em proventos aos acionistas no acumulado de 2025, entre dividendos e juros sobre capital próprio.

O Fleury manteve sua política de remuneração aos acionistas, com o reconhecimento de R$ 169 milhões em juros sobre capital próprio (JCP) no trimestre. A data "com" para ter direito ao JCP foi 12 de agosto de 2025.  O pagamento foi feito no dia 3 de outubro. Atualmente, o DY da empresa está em 6,33% nos últimos 12 meses.

Após alta de 30% no ano, ainda vale investir em Fleury (FLRY3)?

Os papéis do Fleury (FLRY3) acumulam uma forte alta de aproximadamente +30% em 2025 até a data atual (7 de novembro de 2025). 

Essa valorização reflete o sentimento positivo dos investidores, impulsionado por uma combinação de fatores, como resultados operacionais sólidos e a estratégia de expansão do grupo, que inclui a combinação de negócios com a Hermes Pardini e outras aquisições menores.

O desempenho do 3T25 pode ser considerado sólido. A companhia conseguiu aumentar receita e Ebitda, preservando sua rentabilidade operacional, embora o aumento do custo da dívida tenha limitado o crescimento do lucro líquido. 

Além disso, a empresa segue bem posicionada para capturar sinergias das aquisições recentes, mas o cenário de juros altos e o ritmo de expansão via fusões e aquisições continuam sendo pontos de atenção.

Apesar da resiliência operacional e expansão da receita, o resultado do 3T25 revela uma pressão crescente sobre a última linha do balanço, especialmente pelo aumento de custos fixos e despesas financeiras. 

A tese de investimento ainda se apoia em fundamentos sólidos, mas o crescimento do lucro dependerá da capacidade da companhia em mitigar esses efeitos e capturar sinergias operacionais dos movimentos de M&A recentes.

Por enquanto, não temos recomendação de compra para as ações de Fleury (FLRY3).

Compartilhar

Receba conteúdos e recomendações de investimento gratuitamente

Obrigado pelo seu cadastro!

Acompanhe nossos conteúdos por e-mail para ficar por dentro das novidades.