Fleury (FLRY3): resiliência no crescimento em meio a desafios operacionais
Receita ultrapassa R$ 2 bilhões, mas rentabilidade pressionada por custos crescentes. Veja nossa análise

O Fleury (FLRY3) reportou resultados mistos no 1T25. A receita líquida atingiu R$ 2,012.9 milhões, um crescimento de 6,3% em relação ao 1T24. O Ebitda foi de R$ 547,6 milhões, com alta de 5,9%, e o lucro líquido alcançou R$ 179,3 milhões, um aumento de 6,7%.
Marca Fleury cresce 5,7%
Os destaques do trimestre ficaram para o crescimento da marca Fleury e o crescimento na unidade de negócios B2C.

No 1T25, o Grupo Fleury apresentou um crescimento sólido em sua receita, impulsionado por um desempenho positivo em diversas áreas do negócio. A receita bruta atingiu R$ 2.188,4 milhões, representando um aumento de 6,5% em relação ao mesmo período do ano anterior. Esse crescimento foi suportado principalmente pela força da unidade de negócios B2C, que demonstrou a excelência dos serviços oferecidos pelas diferentes marcas da companhia, o forte relacionamento com os médicos solicitantes, a alta satisfação dos clientes e um portfólio diferenciado. A receita líquida do Grupo Fleury no primeiro trimestre de 2025 atingiu R$ 2.015,1 milhões, representando um crescimento de 5,8% em relação ao mesmo período do ano anterior
A marca Fleury, em si, apresentou um crescimento de 5,7%, o que é considerado um desempenho saudável para uma marca já estabelecida e com alta participação de mercado. As demais marcas em São Paulo, incluindo a+ São Paulo e Hermes Pardini, cresceram 9,6%, enquanto as marcas no Rio de Janeiro avançaram 8,4%, indicando um crescimento consistente e ganho de participação de mercado em uma região competitiva. As regionais também tiveram um desempenho notável, com expansão de 14,1%, impulsionada tanto pelo crescimento orgânico (7,9%) quanto pela aquisição do São Lucas Centro de Diagnóstico em Santa Catarina (6,2%). Além disso, o atendimento móvel cresceu 11,4% e agora representa 7,8% da receita total do grupo, evidenciando a capacidade da empresa de se adaptar às novas demandas dos clientes.
A unidade de negócios B2B enfrentou uma base de comparação desafiadora em relação ao primeiro trimestre do ano anterior, que teve uma demanda excepcionalmente alta por exames de toxicologia e dengue. A receita bruta de B2B contraiu 1,9%, passando de R$ 489,4 milhões no 1T24 para R$ 480,0 milhões no 1T25. Assim, no 1T25, a Medicina Diagnóstica B2C e Novos Elos foram os principais impulsionadores do desempenho da receita.
Em termos de rentabilidade, o Grupo Fleury demonstrou disciplina no controle de custos e despesas, o que contribuiu para um crescimento de 5,9% no Ebitda, atingindo R$ 547,6 milhões. A margem Ebitda ficou em 27,2%, praticamente estável em relação ao mesmo período do ano anterior.
O lucro líquido também apresentou um crescimento consistente, alcançando R$ 179,3 milhões, um aumento de 6,7% em relação ao 1T24, com uma margem líquida de 8,9%.
O Retorno sobre o Capital Investido (ROIC) atingiu 16,9%, mostrando uma expansão consistente desde o primeiro trimestre de 2023. A companhia também demonstrou solidez na gestão financeira, encerrando o trimestre com uma alavancagem de 1,0x Dívida Líquida/Ebitda, abaixo do limite de 3,0x estabelecido por seus instrumentos de dívida. A geração de caixa operacional foi de R$ 322,3 milhões, um crescimento de 46,5% em relação ao 1T24, com uma conversão de caixa de 58,8% do Ebitda.

O que esperar de Fleury?
Embora não haja um "guidance" formal com metas numéricas específicas para o futuro, a administração compartilha algumas tendências e estratégias que moldam as expectativas para os próximos períodos:
- Consolidação da liderança: a administração expressa confiança na capacidade do Grupo Fleury de se consolidar como um dos líderes em saúde no Brasil, oferecendo soluções completas, integradas e sustentáveis.
- Foco na Experiência do paciente: a empresa continua a investir na melhoria da experiência do paciente, com a expansão do agendamento digital e a adoção de soluções de inteligência artificial, buscando diferenciação e eficiência.
- Evolução digital: a evolução digital é vista como um vetor importante para o futuro, permitindo ao Grupo Fleury otimizar suas operações e oferecer serviços mais convenientes e personalizados.
- Crescimento sustentável: a mensagem da administração enfatiza a busca por um crescimento sustentável, equilibrando a expansão dos negócios com a rentabilidade e a eficiência operacional.
- Inovação e expansão: o Grupo Fleury demonstra um compromisso contínuo com a inovação e a expansão de seus serviços, tanto organicamente quanto por meio de aquisições estratégicas, como evidenciado pelo crescimento das regionais e da unidade de Novos Elos (que representou 10% da receita total da companhia no 1T25).
Os principais riscos para a tese de investimento em Fleury incluem a pressão contínua sobre as margens devido ao aumento de custos, a concorrência no setor de saúde e a volatilidade econômica que pode afetar a demanda por serviços de diagnóstico.
Entendemos que a 11x, não existe upside para investimento diante do baixo crescimento dos resultados futuros (em linha com o crescimento médio ex-PARD3, de 10% receita líquida, 15% Ebitda ao ano).
(FLRY3) anunciou dividendos no valor de R$ 0,46
Fleury (FLRY3) anunciou dividendos no valor de R$ 254.053.239,94, correspondentes a R$ 0,466139501460 por ação. O pagamento dos dividendos ocorrerá em 09 de maio de 2025.
Os acionistas que terão direito aos dividendos são aqueles que possuírem ações da Companhia no fechamento do pregão de 06 de março de 2025.
As ações serão negociadas na condição "ex" dividendos a partir de 07 de março de 2025.
O dividend yield dos últimos 12 meses é de 8,2%.
Vale a pena comprar Fleury (FLRY3)?
No momento, não temos recomendação de compra para as ações da companhia.
Para investir nas ações da Fleury é necessário ter uma conta em uma corretora de valores. A empresa é negociada na B3 sob o ticker FLRY3.

