FIPs: entenda o Fundo de Investimento em Participações

Saiba o que são FIPs, como funciona o Fundo de Investimento em Participações, quais são os tipos, as vantagens e os riscos, e quem pode investir.

Nord Research 06/10/2023 13:24 9 min
FIPs: entenda o Fundo de Investimento em Participações

O Fundo de Investimento em Participações é um produto financeiro diferenciado e com alto potencial de valorização. Saiba mais sobre os FIPs e entenda se é uma oportunidade para você.

Existem várias formas de investir na renda variável e ter um elevado potencial de lucros. Uma delas é pelos FIPs, ou Fundo de Investimento em Participações.

Nesse caso, a proposta é investir em companhias embrionárias, que representam boas oportunidades no mercado. Todo o processo é realizado na bolsa de valores, utilizando o home broker da corretora.

Portanto, esse é um produto financeiro de fácil alocação que justifica por que a diversificação de investimentos é importante. No entanto, o FIP tem características específicas, que precisam ser conhecidas antes de você tomar a decisão de aplicar seu dinheiro. É o que mostraremos neste post. Entenda!

Sumário

O que são FIPs?

Os FIPs são um produto financeiro que reúne recursos e aplica 90% ou mais do seu patrimônio em empresas de capital aberto, ou fechado, e em sociedades limitadas. Todas elas devem estar em fase de desenvolvimento, representando boas oportunidades de mercado. A sigla significa Fundo de Investimento em Participações.

Portanto, esse é um dos diferentes tipos de fundos de investimento, sendo classificado como fechado. Isso significa que as cotas têm seu resgate permitido somente no vencimento ou em caso de liquidação definida em assembleia. Na prática, ele tem foco no longo prazo.

Vale a pena destacar que as empresas que recebem o capital dos FIPs são de capital aberto ou fechado. Ou seja, elas nem sempre fizeram o Initial Public Offer (IPO). Contudo, quando o foco são companhias que não estão na bolsa de valores, eles podem ser chamados de fundos de private equity.

De toda forma, esse é um investimento que foca em companhias com elevado potencial de valorização. Normalmente, elas estão em períodos de crescimento ou reestruturação de atividades.

Então, por que elas optam por esse tipo de formato de captação de recursos? Para as empresas, essa é uma fonte de dinheiro menos onerosa. Ou seja, deixa de ser necessário conseguir um empréstimo, que leva ao pagamento de taxas de juros elevadas.

Já para o investidor é uma alternativa para ver seu dinheiro render e ter o potencial de uma rentabilidade elevada. Inclusive, superior àquela verificada em outros ativos da renda variável.

Como funciona o Fundo de Investimentos em Participações?

O Fundo de Investimentos em Participações funciona como um conjunto de recursos controlado por um gestor. A alocação é feita em companhias abertas ou fechadas, e em sociedades limitadas. Ainda existe um administrador, que constitui o fundo e faz a venda de cotas para captar recursos com os investidores.

Esse é um fundo com prazo de resgate longo, porque é fechado. Por isso, o resgate das cotas acontece na liquidação ou no prazo de vencimento. Além disso, seguem-se as diretrizes da Instrução CVM 578/2016.

O patrimônio é formado por títulos emitidos por empresas. Por exemplo, ações, bônus de subscrição, debêntures simples, etc. Em relação à composição, 90% ou mais do portfólio deve estar aplicado nesse tipo de ativo. Por isso, também estão liberadas as cotas de fundo de ações ou de outros FIPs existentes.

Particularidades dos FIPs

Os FIPs também têm algumas particularidades. Por exemplo, se tiver recursos aplicados em órgãos de fomento, é possível contratar um empréstimo. Contudo, ele deve corresponder a 30% dos ativos, no máximo.

Também são proibidas as operações com derivativos. Porém, há exceções, conforme a Comissão de Valores Mobiliários. Uma delas é quando esses instrumentos financeiros servem somente para a proteção do patrimônio.

A outra é quando envolverem opções de compra ou venda de ações de empresas que integram a carteira do fundo. Nesse caso, ainda é preciso que o propósito seja o ajuste de preço da compra conforme a variação futura da quantidade de ativos. Ou, também, a alienação dos títulos como parte de uma estratégia voltada ao desinvestimento.

Vale a pena observar que é normal que os Fundos de Investimento em Participações atuem de forma ativa na gestão da companhia investida. Isso significa que há o compartilhamento de expertise para definir e direcionar a estratégia operacional da empresa. Em alguns casos, inclusive, são indicados membros para o Conselho de Administração da companhia.

Estrutura dos FIPs

  • Cotistas: são os investidores que aplicam seu capital no fundo.
  • Gestão do fundo: toma as decisões de investimento e gerencia o portfólio.
  • Administrador: cuida de aspectos administrativos e operacionais.
  • Auditoria independente: é obrigado a fazer essa contratação para analisar as demonstrações contábeis.
  • Assessoria especializada: garante a conformidade com as normas da CVM.

Tributação dos FIPs

A tributação dos FIPs tem o benefício de isenção do Imposto de Renda (IR) para investidores pessoa física. Isso porque os Fundos de Investimentos em Participações contribuem para o desenvolvimento nacional. Por sua vez, as pessoas jurídicas precisam pagar 15% de IR sobre a venda das cotas.

Quais são os tipos de FIPs?

1. Capital semente

Foca a compra de participações em companhias com faturamento bruto anual máximo de R$ 16 milhões. Por isso, é uma modalidade com elevado potencial de rentabilidade e risco. Normalmente, são companhias ainda em seu início.

2. Empresas emergentes

Abrange a compra de participações em empresas com receita bruta anual máxima de R$ 300 milhões. Portanto, são empresas um pouco maiores e levemente mais consolidadas do que as anteriores. Ainda assim, o risco continua sendo elevado.

3. Infraestrutura

É voltado para projetos de infraestrutura. Por isso, investe em ações de empresas dos setores de construção civil, energia, saneamento, irrigação etc. Essas áreas devem ser definidas pelo Poder Executivo. Além disso, é preciso ter 5 cotistas ou mais e nenhum deve ter mais de 40% do fundo ou de sua rentabilidade.

4. Produção econômica intensiva em pesquisa, desenvolvimento e inovação

É semelhante ao FIP de infraestrutura, mas se direciona para o desenvolvimento de pesquisas nas áreas citadas anteriormente. O objetivo é que esses setores sejam mais eficientes e estratégicos. As mesmas regras relativas aos cotistas são aplicadas.

5. Multiestratégia

Envolve os FIPs com estratégias que não se enquadram em outras classificações. Assim, é possível fazer aportes em diferentes tipos e tamanhos de empresas. Essa alternativa tem até a chance de alocar todo o seu patrimônio em ativos estrangeiros. No entanto, nesse último caso, é preciso que ele seja disponibilizado somente para investidores profissionais.

Quais são as vantagens e os riscos dos FIPs?

As vantagens e os riscos dos FIPs são diretamente proporcionais e elevados. Ou seja, o potencial de valorização é grande, mas também há uma boa possibilidade de perdas. Isso porque há uma chance alta do negócio falir, quando comparado a companhias consolidadas. Esse é o maior perigo de alocar seu capital em um Fundo de Investimento em Participações.

Vantagens de investir em FIPs

  1. Alto potencial de valorização, porque as empresas estão em fase de maturação.
  2. Isenção de IR.
  3. Potencial de lucrar mais do que os indicadores básicos da economia.
  4. Fomento a benefícios para a sociedade, como investimento em ciência e saneamento básico.
  5. Gestão profissional.
  6. Participação em diferentes ativos, reduzindo o risco geral da carteira de investimentos.

Riscos de investir em FIPs

  1. Risco de liquidez, porque nem todas as empresas estão listadas na bolsa de valores.
  2. Tendência de carteira concentrada, o que pode aumentar o potencial de perdas.
  3. Risco de gestão, pois as decisões são tomadas por esses especialistas.
  4. Alto potencial de prejuízos.

Aqui, é importante fazer algumas considerações. O risco de liquidez existe, porque o mercado secundário nem sempre está disponível para negociação. Isso porque as companhias fora da bolsa não têm esse ambiente para compra e venda dos títulos.

Já o segundo ponto se refere à concentração dos ativos. Quando o desempenho do fundo depende de um número baixo de produtos financeiros, a má performance de um impacta todos os outros.

Por fim, a gestão especializada tende a ser positiva, mas nem sempre os gestores têm as experiências e habilidades necessárias. Por isso, é importante analisar seu histórico antes de fazer seu investimento.

Por todos esses motivos, vale a pena saber escolher o melhor fundo para os seus investimentos. No vídeo a seguir, você verá algumas dicas da analista Marília Fontes. Confira:

Quem pode investir em FIP?

Pode investir em FIP quem se classificar como investidor qualificado ou profissional. Porém, é preciso saber que é um produto financeiro com alto risco e potencial de retorno. Isso porque a alocação de recursos se voltará para empresas ainda em desenvolvimento. Portanto, existe a possibilidade de alta rentabilidade, assim como de prejuízos elevados.

Essas características fazem com que os riscos e a complexidade desse investimento sejam elevados. Por isso, há a limitação da CVM em relação aos investidores que podem investir em Fundos de Investimento em Participações.

Na prática, é preciso ter R$ 1 milhão investido ou ter certificações da CVM. Esse é o investidor qualificado. Ainda pode ser uma pessoa física que integra um clube de investimento cuja carteira é gerenciada por um ou mais investidores qualificados. Por sua vez, os profissionais têm R$ 10 milhões ou mais em investimentos.

De toda forma, é fundamental que você conte com um auxílio especializado de uma casa de análise. A Nord Investimentos tem a assinatura Nord Fundos, que ajuda a obter excelente rentabilidade no investimento em ações.

Nesse serviço, você tem acesso ao combo com 6 séries, além de uma carteira de investimentos recomendada para cada perfil de investidor e faixa de patrimônio. Ainda tem relatórios com uma tabela com todos os fundos e títulos recomendados, e monitorias ao vivo.

Assim, você deixa apenas de analisar a rentabilidade passada e passa a ter acesso a uma avaliação mais ampla. Ela considera a equipe do Fundo de Investimento em Participações e o gestor responsável. Dessa forma, há uma chance maior de você tomar a decisão certa ao investir nos FIPs.

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Resumindo

O que são FIPs?

Os FIPs são fundos de investimento em que o recurso dos cotistas é alocado em companhias abertas ou fechadas e em sociedades limitadas. As empresas estão em fase de maturação e apresentam elevado potencial de lucros, mas também um risco mais alto. A sigla significa Fundo de Investimento em Participações.

Quem pode investir em FIPs?

Pode investir em FIPs quem se enquadrar como investidor qualificado ou profissional. Essa regra da CVM existe devido aos riscos e complexidade desse investimento. Por isso, é necessário ter R$1 milhão ou mais investidos, ou cursos específicos na área.

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