FIDC: o que são e como investir

Saiba o que é um fundo de investimento em direitos creditórios (FIDC), uma alternativa para a renda fixa com rentabilidade acima da média.

Nord Research 31/07/2023 13:31 9 min
FIDC: o que são e como investir

Os FIDCs são boas alternativas para quem busca diversificar a carteira e apostar em fundos de investimento de renda fixa com um alto potencial de rentabilidade. Entenda o que é e como funciona esse tipo de fundo e como investir.

Os Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs) são alguns dos fundos de renda fixa mais arrojados e promissores, e apresentam um potencial de rentabilidade superior a outros títulos. Ao investir neles, os investidores compram cotas de aglomerados que investem em recebíveis de empresas e recebem, em troca, o valor aplicado somado aos juros.

Neste artigo, vamos destrinchar essa modalidade de investimento: o que é um FIDC, como esse fundo de investimentos funciona, quais são suas características mais marcantes e as vantagens que oferecem para os investidores.

Também vamos mostrar como investir nesses ativos com mais segurança e eficiência. Conheça todos esses detalhes abaixo!

Sumário

O que são FIDC?

FIDC é a sigla de Fundo de Investimento em Direitos Creditórios. Ele funciona como um fundo de investimento convencional, reunindo os recursos financeiros de vários cotistas para uma aplicação conjunta. O diferencial, nesse caso, é o foco em títulos de crédito.

Trata-se de um aglomerado que investe ao menos 50% de seu patrimônio líquido em títulos que representam créditos que uma empresa tem a receber. Por ser um fundo de renda fixa, sua rentabilidade é previamente determinada e o investidor já sabe quanto vai receber no momento da sua aplicação.

Ao investir nesse tipo de fundo, os investidores compram os recebíveis, isto é, as contas a receber das empresas na forma de direitos creditórios. Com isso, as companhias podem antecipar o recebimento do dinheiro para viabilizar suas operações. Em troca da antecipação, os investidores recebem o valor investido acrescido de juros, que geram lucro.

Alguns dos recebíveis considerados direitos creditórios são:

  • cheques;
  • duplicatas;
  • aluguéis;
  • parcelas de cartão de crédito.

Esses créditos que as empresas têm a receber são, então, transformados em títulos e vendidos para terceiros. Ou seja, ocorre uma securitização da dívida. Ao adquirir cotas desses fundos, os investidores expõem indiretamente seu capital aos rendimentos e riscos dos recebíveis.

Os FIDCs são regulamentados pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e têm normas próprias quanto à gestão de riscos, transparência e divulgação de informações para os investidores.

Como os FIDC funcionam?

Uma das características mais marcantes dos FIDCs é sua exclusividade. Trata-se de um tipo de fundo disponível apenas para investidores qualificados ou profissionais, e não para o público geral. Apesar dessa restrição, há a expectativa de que, no futuro, eles sejam disponibilizados para todos os investidores.

A parcela majoritária do patrimônio do fundo é investida em títulos que representam o direito de crédito de transações comerciais, financeiras, imobiliárias, industriais ou de prestação de serviços de empresas, bem como hipotecas e arrendamento mercantil.

As instituições financeiras se responsabilizam por vender as cotas e captar os recursos financeiros necessários.

Os FIDCs têm algumas particularidades que os tornam muito atrativos para quem busca alternativas rentáveis na renda fixa, mas que exigem atenção. É preciso conhecer os prazos, os custos envolvidos, a tributação, a rentabilidade, entre outros fatores.

Rentabilidade

A rentabilidade do FIDC é mais alta do que outros investimentos de renda fixa, como o CDB, os títulos do Tesouro Direto, a LCI e a LCA, o que atrai os investidores qualificados que buscam melhores resultados.

Em geral, o cálculo da rentabilidade dessa modalidade se baseia no CDI, mas também pode ser calculada por outros índices, como o IGP-M, o IPCA ou a Selic. O ideal é sempre ler o regulamento para saber qual é a taxa utilizada para encontrar a rentabilidade. As formas de remuneração dos investidores são as seguintes:

  • porcentagem do CDI;
  • CDI + spread;
  • índices de preços como o IGP-M e o IPCA;
  • taxa prefixada.

A escolha deve ser feita com base no objetivo do investimento, no prazo de retorno preferível e na conjuntura econômica (por exemplo, se a taxa de juros está com tendência de alta ou de queda).

Outro ponto de atenção é o tipo de cota em que se investe: as cotas subordinadas podem ter um rendimento superior às taxas predefinidas pelo fundo de investimento e a escolha depende do seu perfil de risco e objetivo. Mais adiante, explicaremos como funciona esse sistema.

Prazos

O FIDC tem dois tipos de prazos para aplicação. A modalidade de prazo determinado tem uma data de vencimento estabelecida. Nessa data, todas as cotas do fundo são resgatadas. Já a modalidade de resgate indeterminado não tem prazos fixos para o encerramento da aplicação.

Custos e tributação

Assim como outros fundos de investimento, os FIDCs têm alguns custos para os investidores. É preciso considerar, por exemplo, a taxa de administração da corretora, a taxa de performance cobrada quando o investimento supera o benchmark e outras tarifas eventualmente aplicadas pelas instituições, que podem afetar a lucratividade.

As regras de tributação dos FIDCs são as mesmas de outros investimentos de renda fixa. Eles estão sujeitos à cobrança de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) regressivo, no caso de regate dos valores antes de 30 dias.

A aplicação também precisa ser declarada no Imposto de Renda, numa tributação aplicada direto na fonte e que segue a tabela regressiva abaixo:

  • alíquota para resgate em até 180 dias: 22,5%;
  • alíquota para resgate entre 181 e 360 dias: 20%;
  • alíquota para resgate entre 361 e 720 dias: 17,5%;
  • alíquota para resgate após 720 dias: 15%.

Qual é a diferença entre FIDC aberto e FIDC fechado?

É possível classificar um FIDC em dois tipos: aberto e fechado. Eles diferem quanto à liquidez e à captação de recursos: os FIDCs abertos permitem o ingresso de novos investidores e o resgate das cotas a qualquer momento, enquanto os fechados têm um prazo de captação pré-estabelecido e não permitem resgatar o dinheiro antes do previsto.

Ao escolher entre esses dois tipos de fundos, é necessário ter em conta os objetivos do investimento (se são de curto, médio ou longo prazo) e da necessidade de liquidez, ou seja, se há a intenção de resgatar o dinheiro antes do prazo.

Quais são os tipos de cotas?

Existem dois tipos de cotas nesses fundos, a cota sênior e a subordinada. A diferença diz respeito à rentabilidade e ao grau de risco.

Cota sênior

Funciona como um título de renda fixa, com rentabilidade prefixada. Além de envolver menos riscos, esse tipo de cota tem a vantagem de dar preferência ao investidor na hora de receber juros ou resgatar o dinheiro.

Cota subordinada

Apresenta um nível de risco maior, mas, em contrapartida, tem um potencial de retorno mais elevado. Nessa modalidade, o cotista só recebe o dinheiro após todos os seniores receberem, o que aumenta a chance de inadimplência dos devedores.

Qual a composição do FIDC?

Os FIDCs não têm uma composição padrão. A norma da CVM regulamenta que ao menos 50% dos recursos do aglomerado devem ser destinados à aquisição de direitos creditórios. Dessa forma, pode haver diversificação tanto no tipo de títulos de crédito comprados pelo fundo quanto na alocação da outra metade do capital.

Quais são as vantagens e riscos desses fundos?

Como todo investimento, os FIDCs oferecem uma série de vantagens para os investidores, mas também envolvem alguns riscos. É necessário colocar tudo isso na balança antes de decidir investir seu patrimônio nesse tipo de fundo.

Confira detalhes sobre esses aspectos abaixo!

Vantagens do FIDC

A principal vantagem de aplicar em fundos de investimento em direitos creditórios é a sua rentabilidade, que supera a de outros fundos de renda fixa. Além disso, a diversificação é outro fator favorável dos FIDCs, já que esse produto financeiro permite expor o capital a várias carteiras e riscos de crédito.

Outro benefício é a possibilidade de contar com um gestor profissional autorizado pela CVM para administrar os recursos do fundo e realizar as aplicações de maneira estratégica. Isso aumenta as chances de obter bons resultados com seus investimentos.

Há ainda a vantagem da saída antecipada. Os investidores podem negociar suas cotas no mercado secundário e, assim, resgatar o dinheiro antes do vencimento.

Desvantagens do FIDC

É preciso ressaltar que o nível de risco de um FIDC é mais elevado do que outros fundos de investimento em renda fixa. Isso porque, além de não contar com a garantia do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), existe o risco de crédito. Os devedores das empresas podem atrasar o pagamento ou ficar inadimplentes, o que acarretaria um prejuízo financeiro.

Outra desvantagem desse tipo de fundo é sua inacessibilidade à maior parte dos público da área, já que eles estão restritos a um grupo muito específico de investidores qualificados ou profissionais. Por conta dessa restrição, a liquidez também pode sofrer com baixas em determinados momentos, ou seja, existe o risco de não haver demanda para as cotas.

Quem pode investir em FIDC?

Os FIDCs são fundos de investimento muito específicos. O valor do aporte inicial é bem mais elevado do que outros fundos (a partir de R$25 mil), e eles são oferecidos somente a investidores qualificados. Quem está apto a investir em FIDC são:

  • investidores profissionais;
  • investidores que tenham certificação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM);
  • pessoas físicas ou jurídicas com mais de R$ 1 milhão investido;
  • clubes de investimentos administrados por outros investidores qualificados.

Como investir em FIDC?

Para investir em FIDC, o primeiro passo é escolher uma corretora autorizada a operar com esse tipo de fundo. Posteriormente, é necessário abrir uma conta e pesquisar entre os vários fundos de investimento em direitos creditórios disponíveis.

Nessa etapa, é importante analisar todos os ativos que compõem o portfólio, as taxas envolvidas e outras características. Leia o regulamento de cada um para escolher com mais segurança.

Na hora de escolher o FIDC ideal, leve em consideração também os seus objetivos financeiros e perfil de investidor, ou seja, o nível de risco que você aceita assumir em busca de melhores retornos.

Depois disso, basta aplicar o dinheiro no fundo escolhido. Lembre-se de que o aporte mínimo nos FIDCs é mais elevado em comparação com outros fundos de investimento.

Para escolher os fundos de investimento em direitos creditórios mais adequados a seu perfil de investidor e montar uma carteira equilibrada e potente, vale a pena contar com a ajuda de uma empresa especializada. Conheça as soluções da Nord Investimentos para identificar os melhores FIDCs!

Resumindo

O que são FIDCs?

FIDCs são fundos de investimento em direitos creditórios, um tipo de fundo que aplica em títulos que representam créditos a receber de determinadas empresas. Para se encaixar nessa categoria, ao menos metade do patrimônio líquido do aglomerado deve ser investida em direitos creditórios.

Quais são as vantagens dos FIDCs?

O grande trunfo do FIDC é ser mais rentável do que outros fundos de investimento em renda fixa e, ainda assim, oferecer baixo risco. Assim, é possível obter bons rendimentos com chances menores de perdas financeiras. Além disso, há o benefício de se contar com um gestor profissional para administrar o fundo e aplicar os recursos nos melhores títulos.

É seguro investir em FIDC?

Como uma aplicação de renda fixa, os FIDCs são ativos considerados seguros no mercado financeiro. Isso, no entanto, não significa que não há risco embutido na operação. No caso desse tipo de fundo, a principal hipótese de ter prejuízo tem a ver com o risco de crédito. Os devedores podem atrasar pagamentos ou ficarem inadimplentes, assim os cotistas não recebem os devidos lucros.

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