Como funciona a garantia do Fundo Garantidor de Créditos (FGC) para investimentos?
Investir em ativos que contam com a cobertura do FGC aumenta a segurança da aplicação de forma drástica. Conheça esse mecanismo mais a fundo
Já parou para pensar no que acontece com o seu dinheiro se o seu banco quebrar? O Fundo Garantidor de Créditos (FGC) é um sistema mantido por instituições financeiras para assegurar até R$ 250 mil por CPF/CNPJ, por instituição ou conglomerado, com teto de R$ 1 milhão em um período de quatro anos.
Para investir com mais segurança, vale a pena entender como funciona essa proteção. Acompanhe o conteúdo e tire suas dúvidas.
Sumário
- O que é o FGC?
- Como funciona o Fundo Garantidor de Créditos?
- Qual o limite de crédito garantido pelo FGC?
- Quais investimentos possuem proteção do FGC?
- O que não é coberto pelo FGC?
- Quando acionar o FGC?
- Como acionar a garantia do FGC?
- Quais são os bancos e instituições associadas ao FGC?
- O Fundo Garantidor de Créditos já foi acionado alguma vez?
- Perguntas frequentes
O que é o FGC?
Criado em 1995, pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), o FGC, sigla para Fundo Garantidor de Créditos, é uma entidade privada e sem fins lucrativos cujo objetivo é proporcionar maior segurança aos investidores.
O fundo surgiu após o confisco de contas bancárias e da poupança realizado durante o mandato de Fernando Collor na presidência, nos anos 90.
Além de atuar como garantia em casos de problemas com instituições financeiras, o FGC também participa de ações preventivas para fortalecer a estabilidade do sistema bancário.
Como funciona o Fundo Garantidor de Créditos?
O FGC atua como uma rede de proteção para investidores que aplicam recursos em instituições financeiras associadas.
Ele entra em ação quando um banco, financeira ou outra instituição passa por intervenção, liquidação extrajudicial ou falência — como no caso do Banco Master, que teve sua liquidação extrajudicial anunciada pelo Banco Central em novembro de 2025.
Isso significa que, mesmo em momentos de crise, quem aplica dinheiro em produtos cobertos não fica totalmente desamparado — existe uma garantia até o limite estipulado.
O fundo é financiado pelas próprias instituições associadas, que contribuem periodicamente para a reserva utilizada em casos de ressarcimento. O FGC também possui governança independente e supervisão regulatória, garantindo que os recursos sejam administrados com regras rígidas e transparência.
Qual o limite de crédito garantido pelo FGC?
Se uma instituição financeira tiver suas atividades encerradas, o FGC cobre até R$ 250 mil por CPF ou CNPJ, por instituição ou conglomerado, respeitando o limite global de R$ 1 milhão a cada quatro anos.
Essa cobertura vale para diversos tipos de investimentos considerados mais conservadores, como CDB, LCI e poupança.
Em contas conjuntas, o limite de R$ 250 mil é dividido igualmente entre os titulares.
Se diferentes bancos fizerem parte do mesmo conglomerado, o limite é compartilhado entre todas as instituições daquele grupo.
Para ter direito à garantia, o valor precisa estar aplicado em instituições financeiras associadas ao FGC. Apenas bancos, financeiras e cooperativas que participam do fundo podem oferecer essa proteção ao investidor.
Para integrar o FGC, a instituição precisa cumprir critérios rigorosos definidos pelo próprio Fundo e pelo Banco Central — como manter nível mínimo de capitalização, qualidade de crédito adequada e estrutura compatível com as exigências regulatórias.

Quais investimentos possuem proteção do FGC?
Algumas das modalidades de aplicações que são cobertas pelo Fundo Garantidor de Créditos são:
- conta-corrente;
- conta-poupança;
- Letra de Crédito Imobiliário (LCI);
- Letra de Crédito do Agronegócio (LCA);
- Letras de Câmbio (LC);
- Letras Hipotecárias (LH);
- Certificado de Depósito Bancário (CDB);
- Recibo de Depósito Bancário (RDB).
O que não é coberto pelo FGC?
Por outro lado, é importante conhecer também as operações financeiras sem garantias do FGC. Saiba quais são as principais a seguir:
- depósitos, empréstimos ou outros recursos captados no exterior;
- movimentações relacionadas a programas de interesse governamental;
- depósitos judiciais;
- instrumentos financeiros que contenham cláusula de subordinação, autorizado ou não pelo Banco Central a integrar o patrimônio de referência das instituições financeiras;
- fundos de investimento de qualquer natureza (mesmo os que aplicam em renda fixa);
- outros investimentos, como ações, títulos de dívida e seguros.
Investir em instituições não associadas ao FGC significa assumir integralmente o risco da instituição, já que não há rede de proteção em caso de quebra.
Quando acionar o FGC?
O FGC deve ser acionado quando a instituição em que você possui conta ou investimentos entra em intervenção ou liquidação extrajudicial.
Embora seja uma proteção importante, ele não substitui análise de risco e diversificação, porque sua capacidade não é infinita. Por isso, recomenda-se distribuir investimentos entre emissores distintos.
Mas como saber quais emissores são realmente confiáveis? É exatamente isso que o Renda Fixa PRO, liderado pela Marilia Fontes, faz por você: classifica cada banco e emissor em sinal verde, amarelo ou vermelho — e mostra onde faz sentido investir sem correr riscos desnecessários.
Como acionar a garantia do FGC?
Confira o passo a passo para solicitar a garantia do FGC online.
1. Baixe o aplicativo do FGC
Disponível gratuitamente na Google Play e na Apple Store.
2. Faça o cadastro no app
Informe seus dados pessoais para criar uma conta.
3. Envie um documento de identificação
Anexe uma cópia do RG ou da CNH para validar sua identidade.
4. Informe seus dados bancários
Esses dados serão usados para o pagamento da garantia.
5. Realize a biometria
O processo inclui uma verificação biométrica para garantir segurança.
6. Assine o termo de cessão e sub-rogação
A assinatura é feita de forma digital, diretamente no aplicativo.
7. Acompanhe o processo pelo app
É possível consultar valores já recebidos, o saldo restante dentro do limite de R$ 1 milhão em quatro anos e outras informações relevantes.
Para pessoas jurídicas (CNPJ), o pedido deve ser feito pelo site oficial do FGC, podendo exigir documentação adicional conforme o caso.
Se preferir, pode ver o tutorial rápido neste vídeo, no qual a Marilia Fontes, sócia-fundadora da Nord, explica o processo.
Quais são os bancos e instituições associadas ao FGC?
A lista de instituições financeiras vinculadas ao Fundo Garantidor de Crédito é muito extensa e contempla os bancos mais relevantes nacionalmente, tanto tradicionais quanto digitais, como:
- Banco do Brasil;
- Banco Itaú;
- Banco Bradesco;
- Banco Santander;
- Nubank;
- Banco Inter;
- C6 Bank.
Para consultar a lista completa e atualizada de instituições associadas, acesse o site oficial do FGC.
O Fundo Garantidor de Créditos já foi acionado alguma vez?
Desde sua criação, o FGC já foi utilizado em cerca de 40 situações — especialmente nas décadas de 1990 e início dos anos 2000, quando o limite de cobertura era menor.
Em 2023, por exemplo, o FGC atuou nos casos da BRK Financeira e Portocred, garantindo o pagamento aos credores conforme os limites estabelecidos.
Um caso relevante mais recente foi o do Banco Master. Em novembro de 2025, o Banco Central decretou a liquidação extrajudicial do Banco Master S.A. e entidades relacionadas. A partir dessa data, os investidores passaram a ser ressarcidos pelo FGC dentro das regras de cobertura, como no caso de CDBs emitidos pelo banco.
Perguntas frequentes
O que acontece se o FGC não tiver fundos suficientes?
Apesar da robustez do fundo, é possível que, em crises sistêmicas severas, haja pressão sobre os recursos.
Por isso, diversificar emissores e produtos financeiros continua sendo essencial, mesmo com a existência da garantia.
Quanto tempo leva para receber a garantia?
O prazo depende do envio das informações pelo liquidante nomeado pelo Banco Central. Depois disso:
- o FGC libera a solicitação no aplicativo (PF) ou site (PJ);
- após a assinatura do termo, o valor é pago em até 48 horas úteis.
Qual é o prazo para solicitar a garantia do FGC?
O pedido de ressarcimento pode ser feito em até três anos, contados a partir da data de início do regime especial (intervenção ou liquidação) da instituição financeira.
Receber pelo FGC muda algo no Imposto de Renda?
Sim. Quando o investimento coberto é tributável, o IR continua sendo devido normalmente. O valor pago pelo FGC já vem com o imposto retido na fonte, e a informação aparece no informe de rendimentos disponibilizado pela instituição em regime especial.
O FGC é um seguro?
Não. O FGC não é um seguro contratado pelo investidor. Ele é um mecanismo privado de proteção do sistema financeiro, financiado pelas instituições associadas. Para o cliente final, porém, funciona como uma garantia até o limite estabelecido.

