GPUS11: ETF do Grupo Primo e Investo com foco em dividendos vale a pena?
GPUS11 segue o S&P 500 com estrutura irlandesa e oferece menor tributação e proteção contra o imposto sucessório dos EUA para brasileiros

O Grupo Primo e a gestora brasileira Investo lançaram um ETF com foco na Bolsa de Valores dos Estados Unidos e vantagens tributárias. O GPUS11 já está disponível para investidores brasileiros na B3.
Características do GPUS11
O GPUS11 é um ETF (fundo negociado em Bolsa) que replica o UCITS ETF VUAA (Vanguard S&P 500 UCITS ETF), listado na Bolsa de Londres sob o ticker VUAA, mas domiciliado na Irlanda.
O VUAA conta com patrimônio de US$ 63,16 bilhões e acompanha o S&P 500, índice que conta com as 500 maiores empresas dos EUA.
A principal característica do GPUS11 é que o VUAA é domiciliado na Irlanda, seguindo o padrão UCITS (Undertakings for Collective Investment in Transferable Securities). Essa configuração permite uma tributação de 15% sobre os dividendos recebidos de empresas americanas, em contraste com os 30% cobrados de fundos domiciliados nos EUA.
Além disso, a estrutura elimina o risco de incidência do imposto sobre herança americano, que pode chegar a 40% para investidores estrangeiros.
A taxa de administração global do produto (isto é, considerando também a taxa cobrada pelo ETF no exterior) será de 0,25%.

Composição do GPUS11
Por estar exposto ao S&P 500, atualmente as principais posições da carteira do GPUS11 são Apple (6,74%), Microsoft (6,20%) e Nvidia (5,63%).
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Performance do GPUS11
Desde maio de 2019, o VUAA teve uma alta de 121,17%, ante o S&P 500 de 126,74%. O ETF IVV, que também segue o S&P 500, mostrou uma alta mais forte para o mesmo período, de 125,64%.

A performance do VUAA é menor, pois ao olharmos para a cota do IVV, estamos observando o total return, ou seja, considera-se reinvestimento integral dos dividendos. Por outro lado, o VUAA recebe o dividendo já tributado na fonte em 15%, o que faz com que sua cota apareça menor.
Vale destacar que, no veículo internacional, a taxa de administração do VUAA é de 0,07% a.a, enquanto isso, a taxa cobrada pelo IVV é de 0,03% a.a.
Leia também: SPY, VOO, IVVB11 ou SPYI11: qual é o melhor ETF para investir no S&P 500?
O GPUS11 paga dividendos?
No mercado internacional, uma diferença importante é que o IVV paga dividendos trimestrais aos seus cotistas, enquanto o VUAA reinveste automaticamente os proventos recebidos no próprio fundo, em vez de distribuí-los aos investidores.
No entanto, no Brasil, o IVVB11 não realiza distribuições; os valores são reinvestidos no próprio fundo. O mesmo vale para o GPUS11 e o VUAA.
GPUS11 está disponível para negociação na B3?
O ETF está disponível para negociação na B3 desde o dia 2 de junho e pode ser acessado por qualquer investidor que possua conta em corretoras habilitadas a oferecer produtos listados na bolsa brasileira.
O que achamos do novo ETF GPUS11?
A taxa global de administração do GPUS11 (ou seja, a taxa do fundo no exterior somada à taxa no Brasil) é de 0,25% (0,18% do ativo brasileiro somado aos 0,07% do ativo na Irlanda), enquanto a do IVVB11, por exemplo, é de 0,23% (o IVVB11 é um ETF da BlackRock negociado no Brasil que segue o S&P 500).
No entanto, os investidores não residentes nos EUA são tributados em 30% sobre os dividendos. Como o VUAA é um ETF Irlandês, essa alíquota fica em 15%.
Ou seja, na prática, o investidor brasileiro pode render um pouco mais por meio do GPUS11 em comparação com o IVVB11 (que reinveste os dividendos tributados em 30% na fonte).
Pela estrutura, podemos observar o GPUS11 desempenhando melhor que o IVVB11. Com o tempo, vamos monitorar as performances para termos uma leitura mais completa sobre essa diferença entre ambos os ETFs (GPUS11, que investe no VUAA, e o IVVB11, que investe no IVV).
Dessa forma, o GPUS11 configura-se como uma alternativa para exposição ao mercado acionário norte-americano.
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