Ações da Embraer (EMBR3) oscilam com resultados abaixo do esperado no 1º tri
Embraer entrega 30 aeronaves no 1T25 e mantém guidance anual com desempenho acima da média histórica

As ações da Embraer (EMBR3) operam com volatilidade nesta terça-feira, 6, após divulgar resultados do primeiro trimestre abaixo das expectativas do mercado. No entanto, a companhia reafirmou suas projeções para o ano fiscal de 2025.
Por volta das 13h10, os papéis da fabricante de aeronaves recuavam -0,50%, a R$ 65,60.

Destaques da Embraer no 1T25
No 1T25, a Embraer apresentou receita líquida de R$6,4 bilhões, crescimento de +44% em relação ao 1T24. O Ebitda ajustado foi de R$620,6 milhões, com alta de +165,7% sobre o mesmo período do ano anterior, e margem Ebitda subindo de 5,3% para 9,7%. Apesar disso, houve prejuízo líquido ajustado de R$428,5 milhões, influenciado principalmente por efeitos de impostos diferidos e perdas associadas à Eve, frente a um prejuízo ajustado de R$63,5 milhões no 1T24.

A Embraer encerrou o primeiro trimestre de 2025 com uma carteira de pedidos recorde de US$ 26,4 bilhões, superando o maior valor já registrado, que havia sido atingido no trimestre anterior.
Durante o 1T25, a Embraer entregou 30 aeronaves, volume 20% superior ao mesmo período de 2024, quando foram entregues 25 aviões. Esse total corresponde a 13% do ponto médio da meta anual da companhia, que prevê entre 222 e 240 entregas em 2025.
O segmento de Aviação Executiva foi um dos destaques positivos do trimestre, com uma carteira de pedidos de US$ 7,6 bilhões, crescimento de 66% em relação ao 1T24 e novo recorde histórico. A unidade entregou 23 jatos no período, sendo 14 da categoria leve e 9 da média, número 28% superior ao 1T24. No trimestre, a receita da divisão cresceu +57%.
Na Aviação Comercial, por outro lado, houve uma leve retração. A carteira de pedidos somou US$ 10,0 bilhões, queda de 10% em relação ao ano anterior. A Embraer entregou 7 aeronaves comerciais, mesmo número do 1T24, porém abaixo da média histórica. Dois jatos deixaram de ser entregues por questões comerciais, refletindo dificuldades persistentes na cadeia de suprimentos. A receita líquida cresceu +16% em relação ao 1T24.
O segmento de Defesa & Segurança permaneceu estável em US$ 4,2 bilhões, mas com crescimento significativo de 73% na comparação anual, puxado pela conversão de opções em pedidos firmes pela Força Aérea Uruguaia, que adquiriu 5 aeronaves A-29 Super Tucano. Ainda que contratos com Suécia, Eslováquia, Portugal e Panamá não estejam refletidos na carteira, eles indicam potencial de expansão futura. No 1T25 x 1T24, a receita subiu +102%.
Já em Serviços & Suporte, a carteira foi de US$ 4,6 bilhões, alta de 49% sobre o 1T24. Um destaque importante foi o acordo firmado com a companhia aérea sul-africana Airlink, que se tornará a primeira cliente africana do programa ECIP, voltado à gestão colaborativa de estoques, sinalizando crescimento nesse mercado. A receita liquida da divisão cresceu +37%.
Operacional com impacto cambial
O Ebitda ajustado no trimestre alcançou R$620,6 milhões, aumento de 165,7% na comparação anual. A margem Ebitda ajustada passou de 5,3% para 9,7%, refletindo principalmente ganhos de alavancagem operacional, especialmente na Aviação Executiva, que viu sua margem saltar de 5,0% para 11,1%.
O resultado também foi favorecido por redução de despesas operacionais, diluição de custos fixos e ausência de itens extraordinários negativos registrados no mesmo período do ano anterior, sobretudo no segmento de Defesa & Segurança.
Apesar do lucro líquido contábil de R$434 milhões no trimestre, a Embraer reportou um prejuízo líquido ajustado de R$428,5 milhões, resultado influenciado principalmente por R$728 milhões em despesas com impostos diferidos. Esses efeitos decorrem da variação cambial sobre ativos não monetários, como estoques, intangíveis e ativos imobilizados. Além disso, a subsidiária Eve contribuiu negativamente com R$134 milhões, afetando o resultado ajustado consolidado da companhia.
O que esperar da Embraer em 2025?
Os resultados operacionais do 1T25 indicam que a Embraer começou 2025 com bom ritmo, especialmente nos segmentos de Aviação Executiva e Defesa e Serviços. O principal risco à tese de investimento segue sendo a volatilidade cambial e a instabilidade da cadeia de suprimentos, que já impactou entregas neste trimestre e pode afetar a performance nos períodos seguintes.
No momento, não temos recomendação de compra para a companhia, mas a mantemos em nosso radar.

