EGIE3 vale a pena após venda de participação na TAG?

Engie (EGIE3) vende fatia de 15% no negócio de gás e não descarta novos desinvestimentos; entenda o movimento

Guilherme Tiglia Alves 03/01/2024 17:44 2 min Atualizado em: 04/01/2024 11:41
EGIE3 vale a pena após venda de participação na TAG?

No apagar das luzes de 2023, a Engie Brasil (EGIE3) anunciou a venda de 15% de participação na TAG ao fundo canadense CDPQ, que já era sócio da empresa na operação, por R$ 3,1 bilhões.

Após o anúncio, algumas corretoras rebaixaram as ações da empresa de energia por entenderem que o evento não é positivo.

“Devo zerar todas as posições em Engie?”. Calma lá.

Antes de tomar uma decisão de investimento, vamos entender a alocação de capital da companhia.

Desinvestimento parcial da TAG

De fato, a Transportadora Associada de Gás (TAG) se mostra um bom ativo (com margens elevadas e contatos de longo prazo) e que é complementar ao portfólio da Engie, trazendo diversificação e potencial de crescimento no negócio de gás natural no Brasil.

Com a venda da TAG, portanto, a Engie elimina um pouco dessas características ao reduzir exposição, ficando com uma parcela de 17,5% do negócio (enquanto o fundo canadense aumenta a sua participação para 50%).

Ao mesmo tempo, a Engie alegou em teleconferência que o uso do recurso e a rotação do ativo vão em linha com novas oportunidades de investimento no setor de geração – no qual entendemos que os preços de energia se mostram baixos devido ao excesso de oferta (reconhecemos, por outro lado, o bom nível de contratação da companhia, mas entenda que isso não se refere a novos projetos) – e transmissão, no qual a gestão entende ser o centro da estratégia de crescimento da empresa. 

O que não agradou o mercado?

A venda não foi muito bem recebida pelo mercado. As ações da Engie encerram em baixa de -1,8%, na maior queda entre as elétricas no primeiro pregão do ano.

Os motivos para a desvalorização dos papéis estão relacionados à qualidade do ativo, ao valuation da operação (de 4,7 vezes Ebitda) e ao atual contexto operacional da frente de geração de energia (no que a companhia concentraria esforços para buscar oportunidades com relação risco vs. retorno atrativo). 

EGIE3: comprar ou vender?

Apesar da venda da TAG, a Engie Brasil tem um vasto histórico de alocação de capital, seguindo com um portfólio de projetos em geração bem robusto e sem indicativos de pressão sob alavancagem financeira e payout que poderiam justificar uma mudança nos dividendos.

A concretização da operação deve ocorrer ao longo deste mês.

Nossa recomendação de compra segue inalterada para EGIE3 no momento.

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