Engie registra lucro líquido ajustado de R$ 793 milhões no 1T24
Valor é 10,1% abaixo do registrado no ano passado, reflexo da venda da Pampa Sul e alienação parcial da participação na TAG
A Engie (EGIE3) reportou números levemente abaixo das expectativas do mercado. No 1T24, a receita líquida da companhia foi de R$ 2,61 bilhões (-10%), o Ebitda de R$ 1,81 bilhão (-12%) e o lucro líquido de R$ 793 milhões (-10%) na comparação anual.
Vale destacar que analisamos os números ajustados das empresas, que desconsideram fatores não recorrentes.
Maior geração, menores vendas
A geração de energia elétrica nas usinas operadas pela Engie foi de 13,9 mil GWh (6,4 mil MW médios) no 1T24, alta de +53% na comparação anual, em especial pelas condições hidrológicas mais favoráveis na região Sul (período mais úmido pelo El Niño), favorecendo as usinas hidrelétricas da empresa, responsáveis por 92% da energia gerada no período.
Apesar do aumento na geração, a quantidade de energia vendida (líquida das operações de trading) foi -9% menor, de 8,6 mil GWh (3,9 mil MW médios), em função, principalmente, da venda de sua subsidiária Pampa Sul.
Já o preço médio de vendas foi de R$ 222,34/MWh (-3%), devido ao menor preço de energia pela maior oferta hidrológica.
Menores vendas, resultados mais fracos
As reduções nos volumes de vendas e preços médios de venda, resultaram em queda de -10% na receita operacional líquida da Engie, que totalizou R$ 2,61 bilhões no trimestre.
Os custos operacionais caíram -11%, pelos menores (i) compras de energia; (ii) custos de construção no segmento de transmissão e (iii) custos de operações de trading de energia.
Assim, desconsiderando a venda de 15% da participação da TAG por um valor líquido de R$ 1,35 bilhão (que também gerou um resultado de equivalência patrimonial -35% menor), o Ebitda ajustado ficou em R$ 1,81 bilhão (-12%).
Com queda de -27% no resultado financeiro (negativo), pela alta nas aplicações financeiras, o lucro líquido atingiu R$ 793 milhões (-10%).
Alavancagem ainda confortável
Os investimentos da empresa totalizaram R$ 3,56 bilhões, quase 8x maior que o registrado no 1T23, por conta, principalmente, da aquisição de 5 conjuntos fotovoltaicos (R$ 2,36 bilhões), além da construção dos novos projetos. Porém, devido à venda da participação da TAG, a companhia fechou o trimestre com uma forte posição de caixa, de R$ 5,26 bilhões.
Por fim, a dívida bruta atingiu R$ 22 bilhões e, assim, sua dívida líquida (dívida bruta - caixa) ficou em R$ 16,36 bilhões.
O maior endividamento líquido em relação ao último trimestre de 2023 e a queda do Ebitda no período contribuíram para uma leve elevação de seu índice de alavancagem (dívida líquida/Ebitda), que atingiu 2,3x (vs. 2,1x no 4T23).
Investindo e distribuindo
Mesmo com números operacionais e financeiros mais fracos no 1T24, a Engie manteve seu alto nível de retorno (ROIC de 18%) e alavancagem confortável para continuar investindo em seus projetos. No momento, são 6 projetos em desenvolvimento (3 conjuntos eólicos e 3 fotovoltaicos), que poderão gerar um incremento de 1,8 MW em capacidade instalada (+22%).
EGIE3 dividendos
Além disso, a Engie segue com condições de manter uma distribuição de dividendos semelhante à do ano passado. Com um payout de 55%, a tendência é de um dividend yield mínimo de 6% para 2024.
Com a visibilidade atual e negociando a 7x Ebitda, seguimos comprados em EGIE3 na carteira Nord Dividendos.
