É o momento de investir em Big Techs, com o “boom” da IA?

Entenda o que são big techs, qual é o cenário dessas empresas, quais são as opções para investir e se vale a pena fazer um investimento atrelado a elas.

Nord Research 24/12/2023 09:58 10 min Atualizado em: 04/01/2024 11:17
É o momento de investir em Big Techs, com o “boom” da IA?

As big techs são boas oportunidades de investimentos, mas a inteligência artificial está mudando o mercado. Entenda quais são as perspectivas.

Quanto mais diversificado for o seu portfólio de investimentos, melhor. Essa regra de ouro precisa ser seguida por todos os investidores, qualquer que seja o seu perfil. Por isso, muitos estão procurando expor sua carteira a ativos internacionais — e um dos mais escolhidos são as ações das big techs.

Esse termo reúne grandes empresas de tecnologia, que trabalham diretamente com a inovação e a disrupção (ou começaram dessa forma). Além de impactarem muito a nossa vida e rotina, elas são uma possibilidade de saber como investir em inteligência artificial.

Por outro lado, não existe garantia. Ainda que as big techs invistam em IA, outra empresa pode surgir e tomar esse lugar. Então, é o momento de investir nas gigantes da tecnologia, sendo que existe o boom da inteligência artificial? É o que vamos discutir neste artigo. Continue lendo!

 Sumário: 

  • O que são big techs?
  • Qual o cenário das big techs?
  • Quais as opções para investir em big techs?
  • Vale a pena investir nas big techs agora?
  • Como escolher em quais big techs investir?

O que são big techs?

As big techs são grandes empresas de tecnologia, com influência e abrangência mundial e líderes nos seus mercados. Essas companhias costumam iniciar como startups, mas se destacam pela ideias inovadoras e disruptivas, que impõem uma nova lógica de mercado por quebrarem paradigmas. Alguns exemplos são Amazon, Meta, Google, Apple e Microsoft.

Para continuarem tendo relevância, as gigantes da tecnologia continuam investindo em inovação. Um exemplo é o Google, que tem um departamento voltado a essa finalidade e cria projetos de IA para melhorar as pesquisas no seu buscador. A Microsoft também investiu nessa tecnologia e a inseriu no Bing.

De toda forma, essas empresas têm um impacto significativo no desenvolvimento de produtos e serviços, assim como em sua disponibilização para a sociedade. Assim, elas influenciam nas comunicações, nos transportes e na produção econômica.

Tudo isso faz com que elas tenham um valor de mercado elevado. Inclusive, elas chegam a ultrapassar o Produto Interno Bruto (PIB) de alguns países. Isso porque, em setembro de 2023, as 5 maiores totalizavam US$ 8,9 trilhões

Qual o cenário das big techs?

O cenário das big techs sofre muita volatilidade e vem sendo impactado pelo boom da IA. Em 2022, as 5 maiores empresas — Alphabet (controladora de Google e YouTube), Apple, Amazon, Meta (Facebook, WhatsApp e Instagram) e Microsoft — apresentaram queda no lucro líquido. Por outro lado, elas e outras gigantes da tecnologia mostraram sua recuperação em 2023.

Para entender melhor, vamos aos dados. No 4° trimestre de 2022, a queda no lucro líquido das 5 maiores empresas chegou a 34,1%. No total, elas registraram um resultado de US$65 bilhões. A comparação foi feita com o mesmo período de 2021.

Nesse cenário do final de 2022, a maior retração foi da Amazon, com -98,1%. Em seguida, veio a Meta (-54,8%) e a Alphabet (-34%). É claro que essa redução do lucro líquido impacta os investidores.

De modo geral, essas companhias não pagam dividendos em dólar e quando o fazem, é um valor mais baixo do que empresas de outros segmentos. O motivo é o reinvestimento do lucro em novos projetos.

Portanto, uma retração reforça o não repasse de proventos. Outro impacto é relativo ao valor das ações. Afinal, a piora dos números nos relatórios contábeis gera uma queda no preço dos ativos, mesmo que temporária.

Já em 2023, essas empresas recuperaram o fôlego e apresentaram uma alta de quase 75% nos primeiros 4 meses do ano. Para ter uma ideia, a Meta havia caído 64,22% em 2022 e chegou a um crescimento de 74,01% no lucro líquido no começo de 2023.

Por que esse descolamento dos dados de um ano para o outro? É preciso entender que os ciclos econômicos impactam cada vez mais as big techs e isso vem acontecendo desde 2022. Portanto, a expansão de margens verificada em 2020 e 2021 devido à pandemia perdeu a sua força.

Dessa forma, a alta dos juros americanos, que atingiram o maior patamar em mais de 20 anos em julho de 2023, impacta as gigantes da tecnologia. Isso porque o capital de financiamento se torna mais caro e esse custo elevado gera a desvalorização da empresa no mercado.

O motivo é que esses negócios trabalham com uma receita projetada no futuro. Ou seja, se o capital encarece, o lucro obtido não alcança o patamar previsto.

Outro fator relevante para o cenário das big techs é a alta do dólar. Essas companhias enormes têm parte dos seus custos em dólar e as receitas provenientes de todo o mundo. Com o fortalecimento da moeda americana, a conversão do câmbio vale menos.

Ou seja, o dinheiro que elas teriam a receber de outros países equivale a uma quantia mais baixa em dólares. Portanto, o lucro líquido diminui devido a esse impacto.

Todos esses fatores impactaram muito os resultados de 2022. Já em 2023, a perspectiva é de que a alta dos juros americanos tenha acabado. Apesar disso, o presidente do Federal Reserve (FED), Jerome Powell, indicou que novos cortes tendem a demorar e uma elevação pode ocorrer. Ainda assim, as tendências econômicas são melhores.

Como o boom da IA impacta as big techs?

O boom da IA impacta as big techs por exigir a atenção constante à inovação, inclusive com alteração de roadmap de produto. Com o lançamento do ChatGPT no final de 2022, a Microsoft tomou a liderança da inteligência artificial por financiar as atividades da OpenAI. Com isso, a concorrência tentou buscar o seu lugar.

Esse foi outro fator relevante para a melhoria dos resultados em 2023. Houve uma busca maior por inovação justamente devido ao boom da IA. Ou seja, as gigantes da tecnologia tomaram decisões importantes e apostaram no que já vinha trazendo resultado: eficiência operacional e redirecionamento estratégico.

Nessa esteira, muitas demissões foram realizadas. No entanto, pensando no aspecto do mercado financeiro, elas foram importantes para diminuir o custo e aumentar o lucro líquido. Então, os aspectos econômicos e o boom da IA foram capazes de melhorar os resultados das big techs em 2023.

Quais as opções para investir em big techs?

ETFs

Os Exchange Traded Funds (ETFs) são fundos de índice que replicam um indicador de mercado, como o Nasdaq 100 e o S&P 500. Suas cotas são negociadas nas bolsas de valores.

Alguns dos fundos de investimentos que replicam índices de mercado são o NASD11 (vinculado ao Nasdaq 100), TECK11 (investe em ações das 10 empresas do setor) e XINA11 (atrelado ao MSCI China. Nesse caso, não há distribuição de dividendos e há cobrança de taxa de administração.

BDRs

Os Brazilian Depositary Receipts (BDRs) são recibos de depósito lastreados no exterior e negociados na bolsa de valores brasileira, a B3. Essa é uma oportunidade de receber a mesma rentabilidade do investimento direto na ação, mas nem todas as big techs têm BDRs disponíveis. Essa análise pode ser feita pelo home broker da sua corretora de valores.

Fundos de investimentos

Os fundos de investimentos também são uma opção de investimento nas big techs. Nesse caso, o capital dos cotistas é aplicado em produtos embasados em ações e índices dessas empresas.

Um exemplo é o Trend Tecnologia FIM, que replica o indicador MSCI US Investable Market Information Technology.

COEs

Os Certificados de Operações Estruturadas (COEs) é uma carteira que combina ativos de renda fixa e variável. Ele é estruturado e oferece limite de perdas e ganhos, conforme a característica dos produtos, sendo uma opção de diversificação de investimentos.

Um exemplo é o Solactive XP, que é composto pelo ETF QQQ e está exposto às 100 maiores empresas da bolsa americana Nasdaq.

Vale a pena investir nas big techs agora?

Sim, vale a pena investir nas big techs agora, em 2023 e 2024, se você estiver mirando o longo prazo. Além disso, é mais indicado optar pelas gigantes da tecnologia com foco em inteligência artificial, já que essa é a tendência do momento e um mercado promissor. Ainda assim, é fundamental fazer uma análise cuidadosa, que considere cada caso.

Isso porque é impossível tomar apenas um dado como verdade absoluta, já que a volatilidade é bastante alta e o ciclo econômico interfere no resultado. Um exemplo é a Tesla, que caiu 65,03% em 2022, mas registrou alta de 24,82% nos 4 primeiros meses de 2023.

Em seguida, sofreu nova queda do lucro líquido no 3° trimestre de 2023. A retração chegou a 44% quando comparado ao mesmo período de 2022.

Já a Meta teve uma queda de 64,22% em 2022, registrou alta de 74,01% entre janeiro e abril de 2023, e um lucro líquido que mais do que dobrou no terceiro trimestre de 2023. Portanto, cada situação é diferente e as empresas precisam ser analisadas em separado.

O que os dados demonstram é que as perspectivas são melhores com as big techs que aproveitam o boom da IA. Como essa tecnologia deve revolucionar todo o ecossistema, quem investe nesses projetos tende a ocupar a liderança.

Como avaliar as big techs?

Para avaliar as big techs, os especialistas utilizam indicadores. Um dos principais é o Preço sobre Lucro (PL). Ele demonstra quanto tempo vai demorar para você ter o retorno ao investir com um preço específico, se a empresa mantiver o lucro por um período determinado.

A média para as empresas americanas vinculadas ao S&P 500 é um PL de 25, o que significa que levaria 25 anos para ter o retorno esperado. Se estiver muito acima disso, indica que a ação está cara. Caso esteja abaixo, pode sinalizar um lucro muito maior ou uma queda grande do preço do ativo.

No caso das big techs, o PL tende a ser maior. Para a Apple, por exemplo, é de 29,3 anos, para a Microsoft, é de 32,0 anos e para a Amazon, mais de 108 anos. Por isso, é importante avaliar outros quesitos, de acordo com diferentes estratégias.

Por exemplo, preço médio (analisa mais o fundamento da companhia), desconto (investe em ações descontadas) e longo prazo.

Como escolher em quais big techs investir?

Para escolher em quais big techs investir, é importante analisar o seu perfil de investidor e os seus objetivos, e ter o apoio de uma casa de análise. A Nord Investimentos tem assinaturas voltadas para diferentes finalidades, inclusive com indicações dos melhores ativos das gigantes de tecnologia.

Entre as opções, estão o Nord Absoluto, que oferece acesso a todos os conteúdos, e o Nord+, que abrange ações, ações de dividendos, fundos de investimento e fundos imobiliários. Você também pode contar com o Nord Advisor, que tem 5 assinaturas. Ainda tem outras opções para você montar uma carteira de investimentos adequada ao seu perfil.

Dessa forma, você consegue entender melhor o mercado e tomar decisões de investimentos mais estratégicas. Afinal, investir em big techs é uma boa opção com o boom da IA. Mas isso também requer análises específicas para identificar as melhores oportunidades.

Então, o que acha de ter o apoio necessário para tomar as melhores decisões do mercado? Conheça as assinaturas Nord Investimentos e saiba como elas poderão ajudar a construir o portfólio desejado.

 Resumindo

Quais são as big techs?

As big techs são empresas de tecnologia gigantes, como Amazon, Apple, Microsoft, Alphabet e Meta. Elas têm influência e abrangência mundial e são líderes nos seus campos de atuação.

O que as big techs fazem?

As big techs fazem projetos de inovação e disrupção focados em tecnologia. Normalmente, elas começam como startups e conquistam o mercado devido aos seus serviços diferenciados.

Quais são as 5 maiores big techs do mundo?

As 5 maiores big techs dop mundo são Apple, Microsoft, Amazon, Alphabet (controladora de Google e YouTube) e Meta (responsável por Facebook, Instagram e WhatsApp).

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