DISB34 é o BDR da Disney na B3. Vale a pena investir?

Como nem todos nós podemos ir à Disney, resolvemos trazer um pouco da Disney até você

Henrique Vasconcellos 06/06/2023 14:34 6 min Atualizado em: 07/06/2023 11:54
DISB34 é o BDR da Disney na B3. Vale a pena investir?

Inicialmente, o conteúdo que havia sido programado para ser compartilhado na nossa newsletter de hoje era a fórmula mágica para você, caro investidor, ficar multimilionário com bolsa em apenas 1 mês.

Mas como muitos sabem, o Bruce está deslumbrado com suas férias em um dos cantos mais mágicos do mundo.

Em vez de falar sobre sonhos distantes, resolvi escrever sobre um lugar onde os sonhos se tornam realidade: a Disney.

Afinal, a empresa criou, ao redor de sua marca, justamente esse conceito, vide o clássico slogan: Where Dreams Come True(Onde Sonhos se Tornam Realidade, na tradução para o português).

Então apertem os cintos e mantenham as mãos e braços para dentro do carrinho, pois essa empresa é puro encantamento.

A Disney

Montagem ilustrativa do Bruce na Disney
Bruce com o logo da Disney no fundo. Fonte: Nord Research

A Disney foi fundada há exatos 100 anos, em 1923, por Walt Disney e seu irmão, Roy Disney. Na Califórnia, eles tiveram sucesso em achar um distribuidor em Nova York para lançar uma animação sobre Oswald, o Coelho Sortudo.

O rápido sucesso da animação ensinou uma lição amarga, mas importante para Walt Disney: tenha certeza de ter as patentes de suas criações. O distribuidor de Nova York passou a perna nos irmãos e os abandonou em busca de parceiros que fizessem as animações por menos dinheiro.

Walt e Roy não possuíam as patentes do personagem Oswald e não tiveram como evitar que o personagem fosse roubado.

Mas a magia do destino trouxe o próximo personagem de Walt Disney. Em 1926, foi criado o Mickey Mouse, personagem que, por anos, fez e segue fazendo um sucesso estrondoso.

Em 1930, Walt deu seu segundo grande passo para tornar a Disney o sucesso que é hoje. Um homem ofereceu a ele US$ 300 para poder colocar o rosto do Mickey em um flipbook. E, assim, deu-se início ao negócio de Merchandising da Disney.

Animação quadro a quadro do Mickey de 1930
Flipbook do Mickey de 1930. Fonte: Hakes.com

Foram inúmeras empreitadas de sucesso, mas é impossível de deixar de comentar o sucesso que a empresa teve com a animação de A Branca de Neve, em 1937. Na época, foi o filme de maior bilheteria da história seguido por grandes clássicos como Pinóquio, Dumbo, Bambi, entre outros.

Mas os sonhos de Walt Disney não poderiam se limitar apenas às telas de cinema. Em 1955, a Disney inaugurou mais um de seus braços, o primeiro parque temático: a Disneylândia.

Walt Disney na Disneyland
Walt Disney na Disneyland. Fonte: D23.com

E, assim, foi se construindo o império temático, o sonho de Walt, um lugar onde famílias poderiam viver a magia das telas no mundo real.

A empresa jamais deixou de inovar. Ao longo dos anos, deixou de ter apenas programas de TV e passou a ter seus próprios canais de televisão. Hoje já possui inúmeros canais de diversas franquias e gêneros.

Seus estúdios foram ficando cada vez maiores e com inúmeros filmes de sucesso. Não apenas animações, mas também com filmes de diversos estúdios.  

Além do complexo de vários parques em Orlando, a empresa passou a ter unidades na Califórnia, França, Japão (licenciado) e na China (possuem participação).

Foram inúmeras aquisições de canais diferentes, estúdios renomados como Marvel e LucasFilms (Star Wars), entre outros.

Com tudo isso, este foi o império construído:

Mapa da Disney
Mapa de empresas dentro da Disney. Fonte: innovestor.substack

Como ganha dinheiro

É um ecossistema tão absurdo de vasto, que é preciso dar zoom para conseguir visualizar todos os segmentos de negócio da empresa.

Mas de forma bastante simplificada, podemos separar a empresa em dois segmentos:

  • DMED (Disney Media & Entertainment Distribution): esse é o segmento da empresa voltado para conteúdo, é dividido em três subsidiárias. A primeira é a Linear Networks, na qual estão os canais de televisão como Disney, ESPN, Fox, National entre outros. A segunda é o Direct-to-Consumer (DTC), na qual estão os inúmeros serviços de streaming como Disney+, ESPN+, STAR+, Hulu, entre outros. Em terceiro lugar, o segmento de Licenças e Vendas de conteúdos, no qual cuidam da distribuição de seus conteúdos para terceiros.
  • DPEP (Disney Parks, Experiences and Products): segmento que é composto por todos os parques temáticos, resorts, cruzeiros e produtos consumidos dentro desses ambientes.

A maior parte das receitas da empresa é do segmento de DMED, no qual não dependem dos espaços físicos para fazer suas vendas e o alcance é global.

No entanto, de forma surpreendente, o melhor negócio da empresa são os parques, algo que ficou óbvio para o Bruce ao visitá-los (e pagar por isso) e, consequentemente, nosso interesse em analisar a empresa.

Quando olhamos para as receitas da empresa nos últimos anos, temos:

Quebra de receita da Disney por segmento
Quebra de receita por segmento. Fonte: Disney & Nord Research

Dois terços das receitas da companhia são do segmento de entretenimento (DMED), enquanto um terço vem dos parques, hotéis, cruzeiros etc. (DPEP).

Contudo, é quando olhamos para o lucro operacional (Ebit) que vemos como os parques a longo prazo são negócios mais rentáveis.

Ebitda e margem Ebitda da Disney
Ebit e margem Ebit por segmento. Fonte: Disney & Nord Research

Com exceção dos anos em que os parques foram severamente afetados pela pandemia, as margens desse segmento são muito melhores do que as margens do segmento de mídia. Além da rentabilidade, o crescimento da receita acaba sendo bastante semelhante em ambas as linhas.

DISB34: Vale a pena ter na carteira?

Mickey Mouse
Mickey Mouse triste. Fonte: tenor.com

É inquestionável que a Disney é uma empresa fenomenal, com uma história mágica e uma geração de valor muito boa ao longo dos últimos 100 anos.

Mas os números da empresa não empolgam.

Por mais que a companhia tenha tido um crescimento médio de receita de +7,8% de 2019 até hoje, olhando para o EBIT, a empresa vem entregando uma queda de, em média, -4,5% ao ano.

Os parques já voltaram a crescer pós-pandemia, mas a companhia vem pecando na execução no seu segmento de mídia e na manutenção de uma rentabilidade atrativa para os acionistas.

Por conta disso, a empresa ainda está longe de retomar os patamares de lucro que vinha entregando antes da pandemia e antes da onda de diversas empresas entrando com tudo no mundo do streaming, como vemos na imagem abaixo:

Cotação ações da Disney últimos 10 anos
Cotação e lucro nos últimos 10 anos. Fonte: Bloomberg

Ainda é preciso remar bastante para retomar as margens que vinham entregando antes de 2019.

Enquanto a empresa não der sinais de que seus negócios estão novamente no caminho certo, seguimos apenas como espectadores e fãs dessa criadora de sonhos que tanto nos encantou.  

O mundo de investimentos é tão vasto quanto os universos da Disney. Para nós, analistas, viajar e conhecer empresas incríveis no Brasil e fora é como explorar os mundos que os parques da Disney representam.

Aqui, no ANTI-Trader, buscamos as melhores oportunidades de investimento, seja no Brasil, seja fora. Estamos sempre em busca das grandes ideias que podem melhor rentabilizar nosso investimentos.

Junte-se a nós.


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