Deságio: oportunidade para comprar ativos com desconto
Descubra o que é o deságio, como calcular em renda fixa e renda variável e se influencia a rentabilidade do ativo e qual a diferença para ágio.
O deságio pode ser uma boa estratégia para aproveitar o desconto aplicado no valor dos ativos e impulsionar sua carteira de investimentos. Saiba mais neste artigo!
O mercado de investimentos é vasto, com oportunidades diversas, que favorecem os mais variados perfis de investidores, como é o caso do deságio. A estratégia de compra de um ativo com desconto no seu valor original pode gerar rentabilidade, mas que requer planejamento.
É preciso analisar se a queda no preço ou desvalorização do ativo é momentânea e terá uma recuperação de médio a longo prazo. Embora seja atrativo pagar menos por ativos como ações ou títulos públicos, é fundamental priorizar a solidez da carteira no futuro.
Neste artigo você confere o que é deságio e suas diferenças para o ágio. Continue lendo e veja como realizar o cálculo e como esse tipo de estratégia impacta a rentabilidade do ativo!
O que é deságio?
É o desconto concedido sobre o valor nominal de um ativo, ou seja, o investidor paga menos do que uma ação, título público ou participação societária realmente vale.
Basicamente, é a diferença entre o preço de compra e seu valor real, fruto das constantes oscilações do mercado, que resultam na desvalorização dos produtos de investimentos.
Para exemplificar, imagine uma ação que há dois meses foi listada na Bolsa de Valores por R$ 120,00 e agora tem seu preço de venda definido em R$ 80,00. A diferença de R$ 40,00 é o deságio da operação que favorece o comprador em busca de boas oportunidades.
O deságio é uma estratégia usada por investidores com maior tolerância ao risco que acompanham o mercado – momentos de crises políticas ou econômicas – e oportunamente realizam a compra de ativos por um preço aquém, visando lucrar com a diferença.
Qual a diferença para ágio?
Enquanto o deságio representa a queda e desvalorização, o ágio, por sua vez, é a alta e supervalorização de um ativo, fazendo com que o preço seja maior do que realmente vale no mercado.
Para ativos com taxas de juros que levam em conta a lei da oferta e procura ou que podem ser vendidos antes do prazo de vencimento é muito comum que o ágio seja aplicado beneficiando as estratégias de quem vende.
Como calcular o deságio?
O deságio pode ser aplicado sobre investimentos de renda fixa, ações e imóveis, sendo que o cálculo varia conforme o tipo de investimento. Se tratando de ativos propriamente ditos, fizemos uma simulação do cálculo para renda fixa e renda variável.
Renda Fixa
Títulos como CDBs, LCIs e Tesouro direto são considerados de renda fixa com preço em deságio que pode ser apurado pelo seguinte cálculo:
Deságio = (valor de face – preço de mercado) / valor de face, onde:
- Valor de face = valor nominal do título;
- Preço de mercado – valor de negociação do título no mercado.
O resultado será um valor entre 0 e 1, que representa a porcentagem de deságio.
Renda Variável
As ações são exemplos de renda variável que podem sofrer deságio, calculado de forma diferente da renda fixa.
Deságio = preço de mercado / valor patrimonial por ação, onde:
- O valor patrimonial por ação é apurado ao dividir o patrimônio líquido da empresa pelo número total de ações. O resultado será um valor acima ou abaixo de 1, que mostra se o preço do mercado apresenta ágio ou deságio em relação ao valor patrimonial.
Como o deságio influencia a rentabilidade do ativo?
Se por um lado o valor nominal de um ativo é o valor teórico atribuído, o preço é valor pelo qual o investimento é negociado no mercado. Logo, o preço abaixo do valor nominal, significa uma negociação com deságio.
Para quem aproveita a oportunidade de compra dentro desse cenário, as chances de lucrar com as correções futuras são altas. É possível que, diante da assimetria entre o preço e o valor, na hora da venda o investidor lucre com a diferença.
Comprando com um preço abaixo do valor real para vender posteriormente pelo preço que realmente vale ou até maior, a rentabilidade tende a superar as expectativas.
No entanto, esse é um tipo de negociação que envolve alguns riscos, pois o ativo pode não sofrer a recuperação precisa em seu valor nominal.
Em caso de estabilização do preço ou queda ainda maior, a venda é inviável, deixando o investidor com ativos parados na carteira. Para investidores de longo prazo que não têm pressa de se desfazer dos papéis, as ofertas em deságio podem ser interessantes, já que existe o tempo de espera até que o investimento esteja novamente com preço favorável de venda.
O economista londrino Benjamin Graham, foi um dos pioneiros na compra de ativos com preços descontados. Embora as possibilidades de margem de lucro sejam reais na hora de realizar a operação em deságio, pode ser que no futuro os rendimentos não se mostrem tão satisfatórios.
A decisão de destinar parte dos recursos a operações de deságio depende do perfil e momento como investidor.
Se não houver pressa em reaver o valor investido ou se seu patrimônio não será afetado com a transação, vale a pena ficar atento aos ativos com preço descontado e aproveitar a oferta do momento.
Resumindo
O que é deságio?
É a diferença entre o preço de compra de um ativo e seu valor real, onde o investidor paga menos do que vale por produtos de renda fixa e renda variável como títulos públicos e ações, respectivamente.
Qual a diferença entre ágio e deságio?
Enquanto o deságio representa a queda e desvalorização, o ágio, por sua vez, é a alta e supervalorização de um ativo, fazendo com que o preço seja maior do que realmente vale no mercado.
