Crédito Privado: como investir em títulos de Renda Fixa

O crédito privado oferece mais rentabilidade na renda fixa, mas também é preciso entender os riscos. Confira as vantagens e desvantagens!

Nord Research 27/09/2023 13:20 8 min
Crédito Privado: como investir em títulos de Renda Fixa

O crédito privado é uma categoria de renda fixa em que a aplicação financeira é realizada em títulos empresariais, com recursos destinados às atividades econômicas. Debêntures, CRI, CRA e FIDC são os principais exemplos.

Investir em crédito privado é uma alternativa para diversificar os investimentos, utilizando a renda fixa. Esses títulos podem oferecer juros mais atrativos que a dívida pública e os CDBs, mas demandam atenção aos riscos de mercado, liquidez e crédito.

Ao montar a carteira de investimentos, é importante conhecer muito bem os produtos disponíveis no mercado. Com isso, você pode avaliar quais são os ativos mais adequados para o momento e melhorar a sua rentabilidade.

Neste conteúdo, explicamos as principais características do crédito privado. Entenda o que considerar ao investir nos títulos emitidos por empresas!

Sumário

O que é crédito privado?

Crédito privado é a categoria da renda fixa em que estão os títulos vinculados à capacidade de pagamento das empresas, emitidos com o objetivo de financiar suas atividades econômicas.

Assim, o comprador é remunerado com juros ao aplicar recursos destinados ao fluxo de caixa, investimentos e projetos das organizações.

Como investir no crédito privado?

O investimento no crédito privado é realizado pela compra de títulos emitidos pela empresa. Nesse caso, você assumirá os riscos de inadimplência, tendo como retorno a aplicação financeira com juros.

Vencimento

Os títulos trazem uma data prevista para o retorno da aplicação financeira com juros. Em alguns casos, a empresa pode fazer antecipações dos pagamentos para diminuir o custo da operação.

Tomadora

Um ponto importante é verificar quem é a empresa que receberá os recursos. É importante buscar organizações com saúde financeira para honrar seus compromissos.

Credor

O investidor se torna credor da empresa, ao ser o portador do título. Com isso, tem direito a receber os valores contratados.

Rentabilidade

A rentabilidade pode ser fixada de diversas maneiras:

  • uma número percentual que não muda com o tempo (prefixado);
  • juros apurados com base em um indicador de mercado, como SELIC, IPCA e CDI (pós-fixado);
  • a combinação dos modelos (híbrido).

O modelo mais comum é a oferta de taxas prefixadas ou percentuais do CDI. Em caso raros, é possível encontrar títulos que garantem o lucro acima da inflação.

Quais são os tipos de crédito privado?

O mercado financeiro oferece quatro títulos de crédito privado mais importantes.

Debêntures

As debêntures são títulos emitidos pelas sociedades por ações, como Petrobras, Vale SA, Cemig e Claro. Em princípio, a pessoa adquire o ativo para receber a aplicação com juros no vencimento.

Há diversos tipos. Entre eles, estão as debêntures simples, que pagam imposto de renda pela tabela regressiva. Outro caso são as debêntures incentivadas, que são isentas do tributo.

Certificados de Recebíveis imobiliárias (CRI)

O crédito privado é uma opção para captação de recursos em projetos imobiliários. Nesse caso, a emissão do título é fruto de uma parceria entre a empresa e uma securitização, sendo esta segunda responsável pela operação no mercado financeiro.

Uma vantagem é que a CRI é isenta do imposto de renda de pessoa física.

CRA

O Certificado de Recebíveis do Agronegócio também é um título das securitizadoras com empresas. Nesse caso, os recursos são captados para projetos do agronegócios, desde o cultivo até a industrialização dos produtos.

A CRA também é isenta do imposto de renda.

Para conhecer mais sobre as CRI e CRA, recomendamos o vídeo completo da Nord Investimentos no Youtube. Nele, você entenderá as vantagens e desvantagens desses títulos. Confira abaixo!

Fundo de Direitos Creditórios (FIDC)

O fundo de direitos creditórios (FIDC) é criado para aplicação nas contas a receber das empresas:

  • duplicatas;
  • cheques;
  • cédulas de crédito bancário (CCB);
  • contratos de empréstimos pessoais;
  • boletos.

O investidor recebe uma remuneração ao participar dos riscos de inadimplência desses títulos. A tributação do FIDC acontece pela tabela regressiva do imposto de renda. Assim, a alíquota é reduzida pelo período em que os recursos estão acumulados, até chegar a 15% em 5 anos.

Uma desvantagem é a restrição do ativo, que é destinado aos investidores qualificados. Assim, a pessoa precisa preencher requisitos, como ter 1 milhão de reais investidos ou ser investidor profissional.

Para o investidor comum, o caminho é aplicar em fundos de renda fixa que compram cotas de FIDC, caso queiram realizar uma aplicação no setor.

Quais são os riscos do crédito privado?

O crédito privado oferece três riscos principais para o investidor.

Risco de crédito

A empresa pode não ter recursos para honrar seus compromissos. Por isso, é importante não ser atraído apenas pelas ofertas de juros expressivas, mas também avaliar a condição financeira das organizações que solicitam o crédito privado.

Riscos de liquidez

Os títulos do crédito privado costumam ser destinados ao investidor de médio e longo prazos. Isso pode gerar o risco de liquidez: ter dificuldades para converter o título em dinheiro.

Em alguns casos, pode ser difícil encontrar compradores interessados nos títulos. Igualmente, pode ser que apenas abrindo mão de valores algum comprador se interesse pelo ativo.

Riscos de mercado

Os riscos de mercado dizem respeito a mudanças no cenário que possam desvalorizar o ativo. Logo, podem comprometer as chances de venda do título antes do vencimento, com menos interessados diante da situação da empresa emitente.

No Canal da Nord Investimentos, você também encontra um vídeo explicativo sobre os riscos de investir no crédito privado. Confira o conteúdo e tire suas dúvidas!

Garantias dos títulos

O crédito privado compreende títulos sem a participação do governo na garantia. Não existe uma obrigação direta, como na dívida pública, tampouco uma espécie de seguro, como no Fundo Garantidor de Crédito (FGC).

Quem investe assume os riscos de conceder crédito à empresa privada. O que pode ser compensado por uma rentabilidade mais atrativa.

Uma exceção são as debêntures. Em alguns casos, a emissão desses títulos acontece com garantias, como imóveis e máquinas de propriedade da empresa. Aqui, em se houver a inadimplência, a garantia é a liquidada, e os recursos são usados para pagar os credores.

Quais são as vantagens do crédito privado?

O crédito privado apresenta características interessantes para o investidor.

Ter juros mais expressivos

A competição pela captação de recursos pode gerar oportunidades no crédito privado com juros expressivos.

Isso porque, se o rendimento oferecido estiver abaixo da SELIC e taxa DI, o investidor poderia alcançar uma compensação similar com riscos mais baixos em CDBs e Títulos do Tesouro. Logo, a tendência é CRI, CRA, FIDC e debêntures oferecerem remunerações mais vantajosas.

Diversificar os investimentos

Os investidores podem usar o crédito privado para compor uma carteira diversificada, aplicando em produtos variados. É possível se expor a empresas de diferentes setores da economia, como varejo, agronegócio, imóveis, indústria e infraestrutura.

Diferentes tipos de rentabilidade

Os títulos podem ser emitidos com taxas de juros prefixadas ou pós-fixadas. Além disso, existem alternativas que pagam a inflação acrescida de um percentual de remuneração.

Variedade de títulos para escolher

O crédito privado pode oferecer condições bastante diferentes entre si. Assim, o investidor consegue garimpar oportunidades, aproveitando as diversas empresas, classes de ativos e características relacionadas aos produtos.

Por outro lado, o crédito privado não é a única alternativa para buscar uma rentabilidade mais expressiva no mercado financeiro.

Aliás, quando os juros da renda fixa estão elevados, uma tendência é conseguirmos encontrar ações baratas: situação em que o preço está abaixo do real valor do projeto em que estamos investindo.

Isso ocorre pela tendência de os investidores migrarem os investimentos para aproveitar as taxas de juros atrativas. Por isso, o ideal é aprender bastante sobre o mercado para montar uma carteira diversificada, que participe de diferentes oportunidades do mercado financeiro.

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Com esse conhecimento, você se sentirá seguro para agregar às ações aos seus investimentos. Logo, não dependerá apenas dos títulos públicos, CDBs e crédito privado para buscar uma boa rentabilidade, montando uma estratégia verdadeiramente diversificada.

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Resumindo

O que é crédito privado?

O crédito privado é o investimento em títulos emitidos para financiar projetos ou fortalecer o fluxo de caixa das empresas. Ao fazer esse empréstimo, o investidor tem direito a receber o valor de volta com juros, nas condições e prazos acordados.

Quais são os fundos de crédito privado?

Os fundos de crédito privado são caracterizados por investimento em títulos voltados para as atividades empresariais, como debêntures, CRI, CRA e FIDC. Assim, podem ser uma opção para diversificação com investimentos de renda fixa.

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