Serasa Experian: procura por crédito no Brasil caiu em 2023

Queda na busca por crédito foi de -9,1% no acumulado do ano em 2023 ante 2022, menor nível já registrado desde 2013

Danielle Lopes 17/01/2024 17:20 3 min
Serasa Experian: procura por crédito no Brasil caiu em 2023

Sumário

A procura por crédito no Brasil caiu -9,1% no acumulado do ano em 2023 ante 2022, menor nível já registrado desde 2013, segundo dados do Indicador de Demanda dos Consumidores por Crédito da Serasa Experian.

Esse é o segundo ano consecutivo de recuo, uma vez que em 2022 houve variação negativa de -3,1%

Os números da Serasa Experian mostram ainda que a faixa de brasileiros com renda de até R$ 500 registrou a maior queda na procura por crédito (-11,4%). 

Por que a busca por crédito caiu em 2023?

O que pode explicar a queda em 2023 são as taxas de empréstimo pouco atrativas por conta da taxa de juro mais alta, além do nível elevado da inadimplência (os bancos reduziram a concessão de crédito diante do aumento de calotes).

Com os bancos tradicionais mais restritivos para a tomada de crédito, muitas pessoas buscaram soluções em instituições de pagamento menores na tentativa de organizar suas finanças, mas também foram surpreendidas pelas mesmas políticas de crédito: juros menores, porém baixa concessão de crédito.

Endividamento das famílias brasileiras

Segundo dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a proporção de brasileiros endividados e inadimplentes reduziu.

Em novembro de 2023, cerca de 76,6% das famílias tinham dívidas a vencer, ante uma fatia de 76,9% em outubro, queda de -0,3 ponto porcentual.

A proporção de famílias inadimplentes também registrou redução, passando de 29,7% em outubro para 29,0% em novembro, queda de -0,7 ponto porcentual, para o menor patamar desde junho de 2022.

Para a CNC, o indicador caiu devido à melhora no mercado de trabalho e ao programa de renegociação de dívidas do governo federal, o Desenrola Brasil.

É importante observarmos os próximos dados para entender se houve de fato melhora, já que as renegociações deixam os números melhores no curto prazo, mas caso haja alguma mudança repentina na economia novamente, o número pode disparar muito mais rápido do que vemos nas quedas graduais.

Veja também: 6 passos para organizar suas finanças pessoais em 2024

Como se livrar das dívidas?

Para evitar a inadimplência, é fundamental adotar uma gestão financeira responsável, manter um orçamento equilibrado, evitar o uso excessivo de crédito e estar preparado para lidar com imprevistos.

Ou seja, um orçamento mais saudável é o primeiro passo para a reorganização financeira

Para isso, é importante saber quais são seus gastos mensais, os ganhos (líquidos) mensais, bem como as parcelas e juros dedicados ao pagamento de dívidas.

É importante mencionar que, após quitar as dívidas, uma reserva de emergência é prioridade antes de começar a investir. Para o primeiro passo, busque uma meta ao redor de seis vezes os ganhos mensais/salário bruto (ou qualquer rendimento).

Como reduzir a inadimplência?

Faça um planejamento para pagar dívidas atrasadas. Comece somando todos os seus débitos e renegocie os valores maiores primeiro. Priorize esse pagamento até quitar as dívidas.

Busque observar as taxas que estão sendo pagas no empréstimo para trocar dívidas mais caras por mais baratas e, no curto prazo, poder quitá-las totalmente.

Atualmente, as fintechs têm sido capazes de brigar de frente com os bancos mais tradicionais no quesito taxas e renegociação de dívidas, e é interessante buscar formas como essa para se livrar das dívidas mais caras. 

No site do Banco Central, é possível comparar as taxas de juros praticadas por todos os produtos do mercado de crédito. Acesse AQUI para saber mais.

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