Inflação chega a 2,0% e núcleo permanece em 2,3%, com contrastes setoriais
Transportes e serviços sobem, enquanto energia e habitação recuam; núcleo segue estável.

A taxa anual de inflação ao consumidor (CPI, pela sigla em inglês) da zona do euro acelerou 2,0% em junho, ante 1,9% em maio. Já o núcleo da inflação, que exclui energia, alimentos, álcool e tabaco, manteve-se estável em 2,3% pelo segundo mês consecutivo.

Alimentos e bebidas não alcoólicas
Entre os componentes, alimentos e bebidas não alcoólicas seguem como o item de maior peso no índice cheio. Apesar de registrarem uma leve deflação nesta leitura, os preços mantêm patamar elevado (+2,9%) devido às altas observadas desde abril.


Restaurantes e Hotéis
No segmento de restaurantes e hotéis, observou-se uma aceleração de 0,2 ponto percentual na inflação, impulsionada principalmente pelo aumento nos preços de serviços de acomodação (+0,85%) e pela estabilidade nos serviços de alimentação.

Transportes
O setor de transportes registrou a maior alta entre os componentes (+1,1 p.p.), mesmo com a manutenção da deflação nos custos de operação de veículos pessoais. Essa dinâmica se explica por uma deflação menor em junho frente a maio, reflexo da queda menos intensa nos preços de combustíveis e lubrificantes, além de um leve aumento nos custos de manutenção e outros serviços veiculares.

Além disso, os serviços de transporte pressionaram os preços, com destaque para a alta no transporte rodoviário e a interrupção da deflação no transporte aéreo.

Habitação e serviços domésticos
Em habitação e serviços domésticos, apesar da representatividade no índice, houve desaceleração de -0,3 p.p., puxada principalmente pela deflação da eletricidade e pela moderação nos preços do gás.

Embora a inflação esteja dentro da meta do BCE e a atividade econômica siga sem sinais claros de retomada, o ciclo de cortes de juros deve ser interrompido diante das incertezas provocadas pelas recentes tensões comerciais com os Estados Unidos.