Selic a 15% em 2025? Saiba o que esperar na próxima reunião do Copom

Mercado financeiro prevê taxa de juros a 15% no final de 2025; queda sem controle da inflação traz incertezas

Marilia Fontes 02/05/2025 09:11 4 min
Selic a 15% em 2025? Saiba o que esperar na próxima reunião do Copom

Na próxima semana acontece a reunião do Copom, no dia 7 de maio, e aproveitei para trazer uma atualização sobre o que está acontecendo no mundo da renda fixa.

Na última reunião, o Banco Central (BC) subiu a taxa Selic em 100 bps, para 14,25%, e antecipou que esperava uma alta com um passo menor na próxima reunião.

No começo, o mercado precificou mais uma alta de 50 bps, seguida por outra de 25 bps, terminando a Selic em 15%. O relatório FOCUS, que reúne a expectativa dos economistas, mostra exatamente a Selic terminal em 15% para 2025.

 Fonte: BCB – Relatório Focus

Para os anos seguintes, os economistas esperam uma queda da Selic para 12,50% em 2026, 10,50% em 2027 e 10% em 2028. 

Projeções não batem com o otimismo do mercado

O problema é que essa queda nos juros não vem junto com uma expectativa de inflação dentro da meta. As projeções estão em 5,55%, 4,51%, 4% e 3,87%. Ou seja, em nenhum desses anos a inflação bate a meta de 3%.

Os economistas esperam que o Banco Central, comandado por Gabriel Galípolo, inicie um ciclo de queda nas taxas de juros no ano que vem sem que a inflação esteja convergindo para a meta. 

Quando olhamos para o cenário projetado pelo mercado e implícito nas curvas de juros, vemos um otimismo ainda maior. 

Fonte: Bloomberg

O que esperar da Selic?

A curva de juros precifica uma Selic efetiva chegando a 14,77% (Selic Meta equivalente em 14,87%). Ou seja, praticamente apenas mais uma alta de 50 bps na próxima reunião interromperia o ciclo. 

Além disso, ainda em 2025 já teríamos quedas na taxa, que finalizaria o ano de 2026 em 12,79%. 

Paradoxalmente à projeção de queda antecipada nas taxas, temos no mercado uma projeção de inflação ainda mais alta do que o FOCUS. 

 Fonte: Anbima

A curva de inflação implícita gira em torno dos 5,5% para os próximos 5 anos, não havendo qualquer sinal de convergência para a meta. 

Por que tanto otimismo?

Para quem chegou a precificar Selic acima de 16% a.a., o mercado ficou bem otimista nas últimas semanas, não é mesmo? 

O motivo principal é a piora na expectativa de atividade para os EUA, com o mercado acreditando que o FED (BC americano) poderá reduzir as taxas de juros ainda este ano. 

Se a taxa de juros americana, que é a mais importante do mundo, for menor, ela reduz a pressão nas nossas próprias taxas de juros, permitindo que a gente trabalhe com valores mais baixos sem que isso prejudique a taxa de câmbio. 

Vemos que o Real vem se valorizando nas últimas semanas, chegando a 5,65 no mercado de ontem. As taxas de juros americanas e brasileiras também vêm caindo — e até nossa bolsa andou se recuperando. 

Qual a nossa opinião? 

Caso o Banco Central resolva seguir o mercado e subir menos a taxa Selic ou antecipar o ciclo de queda para 2025, mesmo com a inflação fora da meta, devemos ver um ciclo bem curto. 

A autarquia não terá espaço para fazer um longo ciclo de queda com expectativas desancoradas. Além da inflação ainda alta, os dados de atividade têm se mostrado bem resilientes e o desemprego não deu nenhum sinal de arrefecimento. 

As políticas públicas também estão direcionadas para mais estímulos, como os empréstimos consignados na folha salarial com lastro no FGTS. 

Até alguma mudança de política econômica e monetária, vamos conviver com juros mais altos — e a renda fixa ainda vai ser a queridinha dos investidores. 

Isso significa que devemos nos manter apenas na renda fixa? Não.

É hora de assumir um pouco mais de risco

No próximo ano, ocorrerão eleições, o que pode gerar expectativas de mudança na gestão e, consequentemente, uma redução nos prêmios de risco e valorização dos ativos de risco.

O momento de entrar no jogo é agora. Quem não estiver posicionado poderá perder boa parte do bonde. 

Por isso, eu estou optando por uma carteira balanceada, com um bom montante em renda fixa, mas também com um pé nas ações que gostamos e que devem se beneficiar de uma mudança no cenário. 

Se você precisar de ajuda para montar sua estratégia ou rebalancear a carteira, considerando percentuais saudáveis em cada ativo, de acordo com a sua sensibilidade ao risco, vale a pena aproveitar o Patronos Vitalício.

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