Lucro da Copel (CPLE3) cai -37% no 3T25. Vale a pena comprar?
A companhia encerrou o terceiro trimestre com um lucro líquido de R$ 375 milhões, além de uma alavancagem ainda em patamares elevados
A Copel (CPLE3) reportou resultados acima das expectativas do mercado no 3T25, alcançando uma receita líquida de R$ 6,8 bilhões, uma alta de +19% em relação ao mesmo período do ano anterior, em especial pelo aumento no volume de energia elétrica vendida, além de outros efeitos.

Em relação aos custos e despesas operacionais, o aumento foi de +20%, superior ao da receita, com evolução da energia comprada para revenda e aumento no custo de construção. Enquanto os custos gerenciáveis de PMSO (pessoal, material, serviços de terceiros e outros) caíram -4%, devido, principalmente, ao efeito da diminuição do quadro de empregados.
Assim, o Ebitda recorrente totalizou R$ 1,3 bilhão, alta de +8%, com margem Ebitda de 19,6% (-9,2 p.p.). Enquanto o lucro líquido da Copel, impactado por um resultado financeiro (negativo) +99% mais alto, registrou queda de -37%, totalizando R$ 375 milhões no trimestre.

Por fim, a Copel encerrou o trimestre com dívida bruta consolidada de R$ 21 bilhões e um caixa de R$ 4,5 bilhões, resultando em uma dívida líquida de R$ 16,5 bilhões. Com isso, o indicador de alavancagem (dívida líquida/Ebitda) ficou em 3,0x (vs. 2,6x em 2024).
O dividend yield dos últimos 12 meses é de 4,3%.

Quais as perspectivas para a Copel em 2025?
Em 2023, a Copel foi privatizada e tornou-se uma corporação, com o governo deixando de ser seu acionista controlador. Essa mudança abriu caminho para possíveis melhorias na gestão, e a companhia já demonstra avanços nesse sentido.
Entre as ações implementadas, destacam-se o programa de desligamento voluntário, a alienação de ativos fora do seu core business (otimização de portfólio) e o aumento dos investimentos no segmento de distribuição, com o objetivo de aprimorar os seus índices de qualidade.

Além disso, houve a migração de suas ações para o Novo Mercado da B3, que exige melhores práticas de governança.
Apesar de considerarmos que a companhia está no caminho certo, acreditamos que ainda há espaço para avançar na melhoria de sua rentabilidade, que permanece em níveis baixos, com ROE de 12%.
Diante disso, seguiremos acompanhando de fora esse processo de reestruturação.
Dividendos e JCP de Copel (CPLE3)
Neste ano, a companhia informou sua nova política de dividendos, onde se comprometeu a distribuir 75% do lucro líquido, com frequência de pagamento de duas vezes ao ano, desde que sua alavancagem (dívida líquida/Ebitda) permaneça dentro do limite de 2,8x - faixa de tolerância de 0,3x para mais (3,1x) ou para menos (2,5x), desde que haja convergência em até 24 meses para o centro da faixa.
Vale a pena comprar Copel (CPLE3) após o 3T25?
No momento, devido ao seu processo de reestruturação ainda em andamento e do contínuo crescimento da alavancagem financeira, além dos níveis de rentabilidade neutros, não temos recomendação de compra para CPLE3.
Para investir nas ações da Copel é necessário ter uma conta em uma corretora de valores. A empresa é negociada na B3 sob o ticker CPLE3.
Reiteramos que, no momento, não temos recomendação de compra para a companhia.

