Congresso revoga aumento do IOF. Como ficam os investimentos?

Decisão do Congresso anula decreto que elevava IOF, impactando operações financeiras e arrecadação prevista de R$ 10 bilhões

Guilherme Abreu 26/06/2025 12:18 3 min
Congresso revoga aumento do IOF. Como ficam os investimentos?

O Congresso Nacional revogou o decreto presidencial que aumentava as alíquotas do IOF, restaurando as taxas anteriores e impactando diretamente operações financeiras como câmbio, crédito e investimentos.

Entenda como fica o imposto após o Congresso derrubar o decreto do governo.

O que muda com a revogação do aumento do IOF

Com a decisão do Congresso, as alíquotas do IOF voltam aos níveis anteriores ao decreto presidencial. Isso significa que operações como câmbio, empréstimos e investimentos retornam às taxas praticadas antes de maio de 2025. 

Por exemplo, a alíquota sobre compras internacionais com cartão de crédito retorna de 3,5% para 3,38%, e a de remessas para o exterior para gastos pessoais volta de 3,5% para 1,1%.

A princípio, fica pendente apenas a publicação da revogação no diário oficial. Também não está fora da mesa do governo recorrer a uma judicialização do caso através do STF, visando uma reversão da derrota.

Impacto nas contas públicas

A revogação do aumento do IOF representa uma perda estimada de R$ 10 bilhões na arrecadação federal até 2026. O governo contava com esses recursos para financiar programas sociais e cumprir metas fiscais. 

Com a decisão do Congresso, será necessário buscar alternativas para compensar essa queda na receita. A proposta de aumentar a carga tributária sobre os brasileiros com renda anual superior a R$ 600 mil é um dos caminhos estudados pelo governo. No entanto, essa medida enfrenta resistência de setores mais abastados.

Impacto nos investimentos

Com a derrubada do decreto pelo Congresso, os investimentos financeiros ficam menos onerados, pois as alíquotas do IOF voltam aos patamares anteriores ao aumento. 

  • Com a revogação, a alíquota de IOF sobre transferências para o exterior volta a 0,38% no câmbio e 1,1% no total para remessas pessoais — em vez dos 3,5% definidos no decreto. Essa mudança torna mais atrativos os investimentos fora do Brasil, como fundos internacionais, ações estrangeiras ou contas globais.
  • Já as operações de crédito, como empréstimos e financiamentos, também se beneficiam da medida. A redução da carga tributária sobre essas transações pode aumentar a demanda por crédito e melhorar as condições de financiamento para empresas e consumidores.

Veja como fica o IOF após a derrubada do decreto

OperaçãoCom decreto do governoApós revogação do Congresso
Cartões internacionais (crédito, débito, pré-pagos)3,5%3,38%
Compra de moeda estrangeira em espécie3,5%1,1%
Remessa para conta no exterior (gastos pessoais)3,5%1,1%
Remessa para conta no exterior (investimentos)1,1% (após recuo)0,38%
Transferência de fundos ao exterior (fundos brasileiros)0% (após recuo)0%
Empréstimos de curto prazo (até 364 dias)3,5%0%
Crédito para empresas (PJ)0,38% + 0,0082% ao dia0,38% + 0,0041% ao dia
Crédito para empresas do Simples Nacional0,38% + 0,00274% ao dia (1,38% ao ano)0,38% + 0,00137% ao dia (0,88% ao ano)
Crédito para MEI0,38% + 0,00274% ao dia (1,38% ao ano)0,38% + 0,00137% ao dia (0,88% ao ano)
Operações de risco sacado0,0082% ao dia (sem fixa)Isento
Aportes em VGBL e similares (2025)5% sobre excedente a R$ 300 milIsento
Aportes em VGBL e similares (2026)5% sobre excedente a R$ 600 milIsento

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