Como receber R$ 8 mil por mês com FIIs e superar o teto do INSS

Descubra como viver de FIIs e receber R$ 8 mil por mês em dividendos. Veja o comparativo com o INSS e comece a construir sua renda passiva

Otmar Schneider 10/11/2025 07:00 9 min
Como receber R$ 8 mil por mês com FIIs e superar o teto do INSS

Na semana passada, tivemos mais uma reunião do Copom, e os juros no Brasil foram mantidos em 15% a.a. 

Muita gente permanece acomodada na renda fixa, pois ela está com um juro real próximo de 10% a.a. — tá bom, tá bom, é menos se descontarmos o imposto de renda, algo em torno de 7% a.a. 

Dos 15% a.a., o governo te toma 8% a.a., ou seja, pouco mais da metade. Uma parte em imposto de renda, outra parte em imposto também — o chamado imposto inflacionário (ou senhoriagem). Mas essa é outra história!

O fato é que a renda fixa, no patamar atual, é um “canudo” de capital: suga tudo o que está próximo. Todo mundo fica esperando o momento certo para mudar para a renda variável. É como nos filmes de batalhas: todos esperando o melhor momento para atacar (ir para a renda variável)!

Mas será que faz sentido esperar a Selic baixar para investir em renda variável e, especificamente, em FIIs? Construir a sonhada renda passiva que liberta é melhor em momentos de juros baixos ou altos?

Vamos ver isso agora mesmo! Para isso, vamos falar do teto do INSS (que atualmente é próximo a esses R$ 8 mil por mês) na nossa news de hoje!

O que é o teto do INSS e por que ele é tão difícil de alcançar

Muitos sonham em se aposentar, e o INSS é a maior “porta” para a realização desse sonho. Não é a melhor, mas a maior — é a porta à qual a maioria das pessoas tem acesso.

Você sabia que, em todo o Brasil, apenas 0,5% da população consegue receber o teto do INSS, que atualmente beira os R$ 8.157,41? Essa estatística é mais do que chocante — é um alerta sobre a realidade da aposentadoria em nosso país. Contribuímos muito, por muito tempo, para recebermos pouco, por pouco tempo!

Enquanto a população envelhece e o sistema previdenciário enfrenta uma crise de sustentabilidade cada vez mais evidente, muitos brasileiros se perguntam se é realmente possível ter uma renda digna na aposentadoria — e qual seria esse caminho.

A boa notícia é que há uma resposta para esse problema: você não precisa contar apenas com o INSS para isso.

Nesta edição, vamos apresentar os FIIs como uma alternativa mais viável e tangível para construir uma renda passiva robusta, capaz de igualar ou até mesmo superar o tão sonhado teto do INSS, mas com muito mais controle e previsibilidade.

Os desafios da aposentadoria no Brasil

Como o pilar da segurança social brasileira pode deixar as pessoas inseguras com o seu futuro? Bom, esse é o paradoxo do INSS.

A realidade é que o sistema enfrenta alguns desafios estruturais profundos.

A receita arrecadada com as contribuições dos trabalhadores não é suficiente para cobrir as despesas com o pagamento de aposentadorias e benefícios. Em 2023, o déficit da Previdência Social atingiu a marca de centenas de bilhões de reais.

Idealmente, um sistema previdenciário robusto necessitaria de muitos contribuintes para cada beneficiário. 

No Brasil, essa razão está em torno de 2,8 contribuintes para cada beneficiário, proporção que tende a diminuir com o envelhecimento populacional. Em 2060, deve cair para dois contribuintes, segundo estimativas — insuficiente, mesmo hoje, para tornar o sistema sustentável.

A melhoria das condições de saúde e o avanço da medicina resultam em uma maior expectativa de vida. Isso é ótimo para a sociedade, mas pressiona o sistema previdenciário, pois as pessoas recebem benefícios por um período mais longo. 

O governo sabe disso e prolonga, cada vez mais, a idade em que o beneficiário tem direito a receber sua aposentadoria.

A insustentabilidade do INSS é estrutural. Sem reformas contínuas e dolorosas, o sistema terá dificuldades crescentes em honrar seus compromissos, especialmente os benefícios de maior valor.

Principais critérios para atingir o teto do INSS

O teto do INSS hoje é de R$ 8.157,41. No entanto, poucas pessoas conseguem chegar a esse valor, algo em torno de 0,5% de todo o universo de aposentados.

A minoria que consegue receber o teto do INSS o faz após uma vida de contribuições ininterruptas e no valor máximo permitido. Os requisitos são rigorosos:

  • Longos anos de contribuição: para homens, são necessários, no mínimo, 35 anos de contribuição. Para mulheres, 30 anos. Além disso, é preciso ter contribuído com o valor máximo por boa parte (se não por toda) da vida laboral.
  • Salário de contribuição no teto: isso significa que, por décadas, o profissional teve que ter uma renda formal que lhe permitisse pagar o INSS sobre o valor máximo estabelecido anualmente.
  • Fator previdenciário/regras da reforma: mesmo com todos os requisitos, o cálculo final pode ser impactado pelo fator previdenciário ou pelas regras da reforma mais recente, que visam reduzir o valor final do benefício.

Nem só de teto vive o contribuinte. Bem longe disso, na verdade! A grande maioria dos aposentados brasileiros recebe um benefício que varia do salário mínimo (R$ 1.518) até aproximadamente R$ 3.500. A média real está muito distante do teto, tornando-o um sonho distante.

FIIs como alternativa para construir sua aposentadoria

Diante desse cenário, construir uma fonte de renda passiva torna-se não apenas um desejo do investidor, mas uma necessidade latente. 

Os Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs) emergem como uma ferramenta poderosa para isso: têm lastro imobiliário, renda mensal e isenção de IR para pessoas físicas. É o produto que mais se aproxima da necessidade do rentista brasileiro, em uma embalagem fácil de entender: imóveis.

Com base nos dados de 2025, o dividend yield médio dos FIIs tem se consolidado em torno de 11,26% ao ano. Isso significa que, em média, para cada R$ 100 mil investidos, você pode esperar receber cerca de R$ 11.260,00 em dividendos ao longo de um ano. E isso só acontece porque nossa taxa de juros está elevada, em 15% a.a.

Em cenários com juros mais baixos, o DY médio de uma carteira de FIIs também tende a cair, ou seja, você vai precisar de mais dinheiro para construir um patrimônio que gere a renda da sua liberdade. 

Percebeu que, com a Selic alta, você precisa de menos tempo e menos dinheiro para construir sua reserva para a aposentadoria com os FIIs? Pois é…

Quanto investir em FIIs para ter R$ 8 mil por mês

Para uma renda de R$ 8.000 mensais (R$ 96 mil anuais), usando o yield médio anual de 11,26%, o patrimônio necessário seria de aproximadamente R$ 852.575,00. 

A conta é simples: divida o valor da renda anual desejada pelo yield anual da carteira, e terá o patrimônio necessário. Um menor DY fará com que você precise de mais patrimônio. E menores DY vêm com juros baixos, ou seja, o momento para construir sua independência financeira com os FIIs agora é excelente! DY de mercado alto significa cota barata. Simples assim.

É essencial entender a magnitude e o poder dos juros compostos para alcançar esse patamar. FIIs são acessíveis, permitindo que você comece com pouco e construa seu patrimônio de forma consistente, diferentemente dos 35+ anos de contribuição exigidos pelo INSS.

Outro ponto que importa muito é o seu aporte mensal. Quanto maior for o seu aporte mensal, menor será o tempo necessário para alcançar seu objetivo de patrimônio. A cada real investido e reinvestido, seus dividendos geram mais dividendos, criando uma "bola de neve" financeira que acelera a construção da sua renda passiva.

É importante considerar que o yield não é fixo e varia com o tempo. Se o yield médio cair para 9% ao ano, o tempo para alcançar o patrimônio de R$ 852.000 será maior. E o patrimônio necessário para se obter os R$ 8 mil mensais também.

Considero uma boa estimativa obter 0,5% a.m. acima da inflação em FIIs, na média dos cenários. Seria um retorno de pouco mais de 6% a.a. acima da inflação, ou um IPCA+6% em FIIs. 

Comparativo: INSS vs FIIs para geração de renda

Qual o valor do aporte, em um período de 40 anos, para se obter o teto do INSS (os R$ 8 mil por mês) com essas premissas? Bom, algo em torno de R$ 320 por mês. Sabe quanto você teria que contribuir para o INSS para ter a expectativa de obter os mesmos R$ 8 mil por mês (que não é garantido, pois muitas reformas de idade e aumento do tempo de contribuição ainda serão feitas). 

Bom, como contribuinte individual, o aporte necessário é de R$ 1.631,48, pelo mesmo prazo de tempo. 

E isso garante sua renda apenas enquanto estiver vivo — algo em torno de 11 anos após os 65 de idade, segundo estimativas atuais de expectativa de vida do brasileiro (76 anos). Não gera patrimônio para legar a seus descendentes, recebe renda por pouco tempo e não pode passá-la para ninguém, pois ela é um prêmio de “seguro” que volta para o governo. 

Muito diferente da renda de FIIs, que não tem data para o fim do recebimento e pode ser legada a todas as gerações futuras.

Viu a diferença entre investir em FIIs e obter renda do mercado financeiro ou depender do governo? 

Como montar uma carteira diversificada de FIIs

Para construir um portfólio de FIIs que gere uma renda passiva consistente, a diversificação é fundamental. Uma alocação estratégica pode mitigar riscos e otimizar retornos, aproveitando as tendências do mercado imobiliário.

Também é importante escolher bons fundos imobiliários, com bons ativos e geridos por profissionais competentes e responsáveis. Não caia no conto do maior DY para comprar FIIs — isso pode levar à perda patrimonial e atrasar a sua independência financeira.

Algo em torno de 12 a 22 ativos, abrangendo os FIIs de papel (CRI) e de tijolo (galpões logísticos, shoppings, renda urbana e lajes corporativas). Esses FIIs devem ser bem diversificados internamente, ter boa liquidez diária e um bom histórico de retorno para o cotista.

É algo simples de fazer, desde que seja feito com critério. 

Por que este é o melhor momento para investir em FIIs

O melhor dia para começar foi ontem. O segundo melhor dia é hoje. Não espere, comece a investir agora mesmo. Investir em FIIs é simples — mas não é fácil (poucos estão investindo em FIIs hoje, com Selic a 15% a.a., o melhor momento dos últimos anos para isso).

As cotas estão baratas, o retorno está elevado e é necessário menos capital para uma boa renda passiva. Mas todos estão de olho apenas na Selic. 

É fácil, mas não é simples ("it's simple, but not easy"). O ser humano se sabota o tempo inteiro. É o tal do viés.

Momentos de taxas de juros elevadas, como a atual com Selic a 15% a.a., remuneram melhor seu capital, permitem que você compre mais cotas com o mesmo dinheiro e aceleram a construção da sua independência financeira. 

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