Como investir no Tesouro Direto: guia para começar com segurança

Descubra como investir no Tesouro Direto de forma simples e segura. Veja o passo a passo, tipos de títulos e como escolher o melhor para você

Nord Research 18/06/2025 16:05 11 min
Como investir no Tesouro Direto: guia para começar com segurança

O Tesouro Direto é um programa do governo federal que permite a qualquer pessoa investir em títulos públicos de forma simples, segura e acessível. Desde novembro de 2024, não há mais valor mínimo obrigatório para aplicar — é possível investir em frações de 1% do valor de um título, o que torna essa modalidade ainda mais democrática e indicada para quem está começando a investir.

Na prática, investir no Tesouro Direto significa emprestar dinheiro ao governo em troca de uma remuneração definida no momento da compra, com diferentes opções de rentabilidade: prefixada, pós-fixada (Selic) ou atrelada à inflação (IPCA). Essa variedade permite que o investidor escolha títulos de acordo com seus objetivos — de curto a longo prazo —, sempre com a garantia do Tesouro Nacional, um dos emissores mais seguros do mercado.

Se você quer entender como investir no Tesouro Direto, quais os tipos de títulos disponíveis e por onde começar com segurança, este conteúdo é para você.

Sumário

Como começar a investir no Tesouro Direto?

Para investir no Tesouro Direto, existem dois caminhos: o mais comum é por meio de instituições financeiras habilitadas, como corretoras e bancos autorizados pelo Tesouro Nacional. O outro é acessar diretamente a plataforma do Tesouro Direto, após o cadastro automático feito pela instituição escolhida.

Confira a seguir as principais etapas para dar os primeiros passos no Tesouro Direto e escolher os títulos mais alinhados aos seus objetivos.

Abrir conta em corretora habilitada

O primeiro passo é abrir uma conta em uma corretora de valores autorizada pelo Tesouro Direto. Para isso, vale conferir a lista de agentes de custódia disponível no site oficial do Tesouro. Dê preferência a instituições que não cobram taxa de custódia adicional, o que ajuda a aumentar sua rentabilidade líquida.

Cadastre-se na plataforma do Tesouro Direto

Ao abrir conta em uma corretora habilitada, seu cadastro no sistema do Tesouro Direto é feito automaticamente. Depois disso, você pode acessar a plataforma oficial do Tesouro Direto, com login e senha, para acompanhar os rendimentos e extratos diretamente por lá — mesmo que toda a operação ocorra dentro da corretora.

Escolha o título que combina com seu perfil

Não existe um “melhor” título do Tesouro Direto, mas sim o mais adequado ao seu perfil de investidor, objetivos e prazo de investimento. Por exemplo:

  • Tesouro Selic: mais indicado para quem quer montar uma reserva de emergência, por ter baixa oscilação e liquidez diária.
  • Tesouro IPCA+: ideal para objetivos de longo prazo, como aposentadoria, por garantir ganho real acima da inflação.

Acompanhe seus investimentos com regularidade

Após investir, é importante monitorar o desempenho dos títulos periodicamente. Você pode fazer isso pela área do cliente da corretora ou diretamente no site do Tesouro Direto, onde é possível consultar extratos, saldos e rentabilidades. 

Para complementar esse acompanhamento, você pode contar com o apoio de casas de análises como a Nord, que oferecem análises econômicas, relatórios e conteúdos educativos que ajudam a interpretar os impactos do cenário macroeconômico sobre seus investimentos — inclusive os de renda fixa.

Tipos de títulos do Tesouro Direto

Tipo de títuloDescriçãoPerfil ideal
Tesouro SelicTítulo pós-fixado que rende a taxa Selic, ideal para reserva de emergência e curto prazo.Investidores conservadores e com necessidade de liquidez rápida.
Tesouro PrefixadoTítulo com rentabilidade fixa definida no momento da compra, indicado para quem quer garantir uma taxa até o vencimento.Quem busca previsibilidade e pode manter o investimento até o vencimento.
Tesouro IPCA+Título que paga a variação da inflação (IPCA) mais uma taxa fixa, protegendo o poder de compra.Investidores de longo prazo que desejam proteção contra inflação.
Tesouro Renda+Título que oferece pagamentos mensais de juros por 20 anos, ideal para quem quer complementar a aposentadoria.Pessoas que buscam fluxo de caixa regular, como aposentados.
Tesouro Educa+Título que oferece pagamentos mensais de juros por 5 anos, ideal para pagamento de mensalidades universitárias.Famílias planejando custos educacionais a médio e longo prazo.

Para diversificar ainda mais seus investimentos e potencializar seus resultados, conheça as opções de ações disponíveis na Nord e amplie suas estratégias.

Por que investir no Tesouro Direto?

O Tesouro Direto se destaca como uma opção sólida para quem busca segurança e praticidade. Entre os principais motivos para investir, estão:

  • segurança: os títulos são emitidos pelo governo federal, um dos emissores mais confiáveis do mercado;
  • acessibilidade: investimentos a partir de frações pequenas, sem valor mínimo fixo;
  • liquidez: possibilidade de resgatar o investimento antes do vencimento, com negociação diária;
  • previsibilidade: rentabilidade clara em títulos prefixados e IPCA+, facilitando o planejamento financeiro;
  • diversificação: opções variadas que atendem a diferentes objetivos e perfis de investimento.

Como funciona o investimento no Tesouro Direto?

Entender como o Tesouro Direto funciona é essencial para tomar boas decisões. Veja o passo a passo:

1. Escolha do título
Você seleciona o tipo de título com base em seu objetivo (curto, médio ou longo prazo). Há opções prefixadas, pós-fixadas (atreladas à Selic) e híbridas (IPCA + taxa fixa).

2. Compra pelo site ou app da corretora
A compra é feita por meio de uma instituição financeira habilitada. Basta ter conta aberta e acesso à plataforma de investimentos.

3. Rentabilidade conforme o tipo de título

  • Tesouro Selic: rende conforme a taxa básica de juros da economia.
  • Tesouro Prefixado: o rendimento é definido no momento da compra.
  • Tesouro IPCA+: combina uma taxa fixa com a variação da inflação (IPCA).

Observação: o Tesouro Prefixado e o Tesouro IPCA+ são sujeitos à marcação a mercado, ou seja, seus preços são atualizados diariamente com base nas oscilações das taxas de juros do mercado. Durante o período de investimento, a rentabilidade desses títulos é calculada conforme a variação no preço unitário, o que pode gerar lucro ou prejuízo caso o investidor venda o título antes do vencimento. Porém, se mantidos até o vencimento, a rentabilidade será exatamente a contratada no momento da compra. 

4. Vencimento do título
O título tem uma data de vencimento. Se mantido até o fim, o investidor recebe o valor acordado com os rendimentos acumulados.

5. Resgate antecipado (liquidez diária)
O Tesouro Nacional recompra os títulos diariamente. É possível vender antes do vencimento, mas o valor pode variar conforme as condições do mercado.

Quanto rende o Tesouro Direto?

O rendimento dos títulos públicos varia de acordo com o tipo escolhido e se o investidor mantém o título até o vencimento ou realiza a venda antecipada. Com dados atualizados em junho de 2025, veja a seguir os cálculos aproximados, utilizando o simulador do Tesouro Direto, que considera as expectativas do mercado para a Selic e a inflação.

  • Tesouro Selic 2028: Se você investir R$ 1 mil, o rendimento será de aproximadamente R$ 359,94 brutos, totalizando R$ 1.359,94 (antes de impostos e taxas).
  • Tesouro Prefixado 2028: Com uma rentabilidade de 13,66% ao ano, R$ 1 mil aplicados neste título renderiam cerca de R$ 1.384,77 brutos até o vencimento.
  • Tesouro IPCA+ 2029: Com uma rentabilidade de IPCA + 7,58% ao ano, considerando as expectativas de inflação atuais, um investimento de R$ 1 mil feito por 5 anos renderia aproximadamente R$ 1.568,33 brutos.

Esses valores são estimativas brutas para ajudar na compreensão do potencial de retorno. O rendimento real pode variar caso o título seja resgatado antes do vencimento, e também por conta de impostos, taxa de custódia da B3 (0,2% ao ano) e possíveis taxas da corretora. Quer ajuda para investir com mais segurança e estratégia?

Tributação e taxas no Tesouro Direto

Investir no Tesouro Direto implica algumas cobranças e impostos que devem ser considerados para entender o custo real da aplicação. 

O principal imposto é o Imposto de Renda (IR), que incide sobre o rendimento obtido. As alíquotas são regressivas, variando conforme o tempo que o dinheiro permanece investido: 

  • começam em 22,5% para aplicações de até 180 dias;
  • diminuem para 20% entre 181 e 360 dias;
  • caem para 17,5% entre 361 e 720 dias;
  • chegam a 15% para investimentos superiores a 720 dias. 

Observação: Está sendo votada uma Medida Provisória, que pode alterar a tributação regressiva para uma alíquota única de 17,5%, independente do prazo, a valer a partir de 2026.

O IR é retido automaticamente na venda ou no resgate dos títulos.

Além disso, existe a taxa de custódia cobrada pela B3, que corresponde a 0,2% ao ano sobre o valor dos títulos, debitada semestralmente. Algumas instituições financeiras também podem cobrar taxa de administração pela intermediação do investimento, embora muitas corretoras ofereçam o Tesouro Direto sem essa cobrança, tornando o investimento ainda mais acessível.

Outro ponto importante é o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), que incide em resgates feitos antes de 30 dias da compra. A alíquota é regressiva, ou seja, diminui até zerar ao completar esse período, o que desestimula a saída precoce dos recursos.

Por fim, para a declaração no Imposto de Renda, os títulos devem ser informados na ficha de “Bens e Direitos”, com o valor atualizado anualmente. Os rendimentos são declarados na ficha específica de “Rendimentos Sujeitos à Tributação Exclusiva”.

Quais são os riscos de investir no Tesouro Direto?

Embora o Tesouro Direto seja considerado um dos investimentos mais seguros do mercado, por ter como emissor o governo federal, é importante entender que, como qualquer aplicação financeira, ele também envolve alguns riscos relacionados à:

  • marcação a mercado;
  • mudanças na economia;
  • liquidez.

Esses riscos, no entanto, não devem assustar, mas sim ser compreendidos para que você possa investir com segurança e tranquilidade. Entenda melhor cada um deles.

Como mencionado, um dos principais riscos está relacionado à marcação a mercado, que é a forma como o valor dos títulos oscila diariamente conforme as condições econômicas, especialmente as variações da taxa de juros e da inflação. 

Caso você decida vender seu título antes do vencimento, o preço de venda pode ser diferente do valor pago inicialmente, o que pode resultar em ganho ou perda. Por isso, os títulos Tesouro Direto Prefixado e IPCA+ são mais indicados para investidores com um horizonte de investimento mais longo, que podem aguardar o vencimento ou escolher um momento de venda que proporcione lucro, e não prejuízo.

Outro ponto importante é que mudanças na economia, como alterações na taxa Selic ou na expectativa de inflação, podem impactar a rentabilidade dos títulos, especialmente os prefixados e os indexados ao IPCA. Porém, esses movimentos são naturais do mercado financeiro e refletem as condições econômicas do país.

Além disso, há o risco da liquidez, que embora o Tesouro Direto ofereça negociação diária, em momentos de crise ou instabilidade financeira, pode haver variações maiores no preço dos títulos, o que exige cautela na hora de resgatar o investimento antecipadamente.

Em resumo, o principal conselho para quem quer investir no Tesouro Direto é entender seu perfil e objetivos. 

Com essa postura, o investimento se mostra uma opção segura, previsível e adequada para quem busca proteger o patrimônio e planejar o futuro financeiro com mais tranquilidade.

Tesouro Direto ou renda fixa tradicional?

Confira a comparação entre as principais opções de renda fixa disponíveis no mercado. Cada uma tem vantagens e limitações que devem ser avaliadas conforme o seu perfil e objetivo financeiro.

Tipo de investimentoQuem emiteRentabilidadeImpostos(*)GarantiaLiquidezPara quem é indicado
Tesouro DiretoGoverno federalPrefixada, atrelada à Selic ou à inflaçãoIR regressivo + taxa de custódia da B3Garantia do Tesouro NacionalResgate diário (com risco de oscilação)Quem busca segurança e diferentes prazos e indexadores
CDBBancosPrefixada, pós ou híbridaIR regressivoFGC (até R$ 250 mil por instituição)Pode ter liquidez diária ou no vencimentoQuem deseja rentabilidade maior que Tesouro, com risco moderado
LCI/LCABancosPrefixada, pós ou híbridaIsentas de IR FGC (até R$ 250 mil por instituição)Normalmente com carênciaQuem prioriza isenção de IR e aceita menos liquidez
DebênturesEmpresas privadasGeralmente mais alta que CDBs e TesouroIR regressivo (exceto incentivada)Sem FGCBaixa, com risco de mercadoInvestidores com perfil moderado a agressivo, em busca de maior retorno
CRI/CRAEstruturas securitizadorasAtrelada a índices como IPCA + jurosIsentasSem FGCBaixa, com risco de mercadoInvestidores com perfil moderado a agressivo, em busca de maior retorno

*Está em votação uma Medida Provisória que pode substituir a tributação regressiva por uma alíquota única de 17,5%, independente do prazo, a ser válida a partir de 2026. Para os investimentos isentos (LCI, LCA, CRI, CRA e Debêntures Incentivadas), uma nova alíquota de 5% poderia ser aplicada, também a partir de 2026, caso seja aprovada.

Nord Research: conteúdo independente para te ajudar a investir melhor

Escolher o melhor investimento nem sempre é simples — principalmente diante de tantas opções no mercado e recomendações ligadas a interesses de bancos ou corretoras. É justamente por isso que a Nord Research se destaca: somos uma casa de análise independente, sem qualquer vínculo com instituições financeiras.

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