Méliuz, Strategy e outras apostam no bitcoin como reserva de valor

Descubra por que o bitcoin virou reserva de valor para instituições, com destaque à escassez e adesão institucional

Luiz Pedro Andrade de Oliveira 25/06/2025 17:43 6 min
Méliuz, Strategy e outras apostam no bitcoin como reserva de valor

O bitcoin (BTC) tem ganhado destaque como uma reserva de valor para instituições financeiras, atraindo atenção global devido à sua escassez programada e crescente adoção institucional. 

Este movimento reflete uma mudança significativa na percepção do bitcoin, que está se consolidando como um ativo estratégico no cenário financeiro global. 

No Brasil, a fintech Méliuz tem se destacado como a principal liderança na adoção institucional do bitcoin como reserva de valor, seguindo os passos das grandes corporações americanas Strategy (antiga MicroStrategy) e Metaplanet

Saiba por que a moeda digital está ganhando espaço e como isso impacta o mercado financeiro.

O que é uma reserva de valor?

A reserva de valor é um conceito econômico que se refere a um ativo capaz de manter seu valor ao longo do tempo, mesmo diante de flutuações do mercado. 

Tradicionalmente, o ouro é considerado uma reserva de valor por sua escassez e durabilidade, mas atualmente, o bitcoin e outras criptomoedas estão emergindo como alternativas viáveis. 

O que é uma bitcoin treasury company?

Uma bitcoin treasury company é uma empresa que adota a criptomoeda como estratégia de caixa. Essas companhias têm como função aumentar a quantidade de bitcoins por ação, utilizando-se de ferramentas como emissão e venda de ações e/ou títulos de dívida para aumentar esse valor.

O principal exemplo desse movimento é a Strategy, listada na Nasdaq, que desde agosto de 2020 vem adquirindo BTC como parte de sua política de gestão de tesouraria. A empresa transformou o bitcoin em um ativo estratégico de longo prazo e se tornou a maior detentora institucional da criptomoeda no mundo.

Além das bitcoin treasury companies, diversas empresas têm adotado a criptomoeda como parte de sua estratégia financeira, especialmente na forma de reserva de valor. Essas companhias, além de manter reservas tradicionais como dólar ou ouro, optam por também acumular bitcoin, reconhecendo seu potencial como um ativo que pode resistir à inflação e à volatilidade dos mercados, além de ser um ativo descorrelacionado dos mercados tradicionais.

De acordo com dados da Binance Academy, em maio de 2025, já havia mais de 50 empresas de capital aberto com mais de 100 BTC em seus balanços. Esse número mostra como o ativo vem ganhando espaço não apenas entre investidores individuais, mas também como um instrumento financeiro adotado por instituições com foco em preservação e crescimento patrimonial.

Por que o bitcoin está se tornando uma reserva de valor?

O bitcoin possui características que o tornam atrativo como reserva de valor:

  • escassez programada: limitado a 21 milhões de unidades, o que o torna resistente à inflação.
  • desinflação programada: a emissão de novos bitcoins, além de conhecida e imutável, é decrescente ao longo do tempo. A cada quatro anos, aproximadamente, a emissão cai à metade. Dessa forma, a inflação do ativo, além de baixa, cai ao longo do tempo.
 Inflação do bitcoin ao longo do tempo. Fonte: Bitbo
  • descentralização: opera sem controle de governos ou instituições financeiras, oferecendo maior autonomia.
  • transparência: todas as transações são registradas em um livro público, o blockchain, garantindo segurança e rastreabilidade.

Quais empresas já usam o bitcoin como reserva de valor?

Grandes instituições financeiras têm incorporado o bitcoin em suas estratégias de investimento. 

Empresas como Strategy e Metaplanet alocaram todo o seu caixa nessa criptomoeda e desenvolvem a estratégia de tesouraria em torno do ativo, sendo assim, conhecidas como Bitcoin Treasury Companies. Outras grandes companhias, como Mercado Livre e Tesla, alocam parte de seus recursos em bitcoin, visando diversificar seus portfólios e proteger-se contra a inflação.

Além disso, a criação de ETFs de Bitcoin e a proposta de reservas estratégicas por governos, como nos Estados Unidos, indicam uma tendência de institucionalização da criptomoeda.

No Brasil, quem está liderando essa corrida institucional pelo BTC como reserva de valor é a fintech Méliuz (CASH3), seguindo os passos das americanas Strategy e Metaplanet, que já demonstraram forte posicionamento no mercado global de criptoativos.

Ouro ou bitcoin: qual a melhor reserva de valor para instituições?

O bitcoin é frequentemente comparado ao ouro em razão de suas características semelhantes enquanto reserva de valor, já que ambos são ativos escassos e não geram rendimento diretamente. 

No entanto, o bitcoin apresenta vantagens adicionais relevantes: por ser digital, oferece maior facilidade de transporte e armazenamento; sua divisibilidade permite transações em frações muito pequenas, o que amplia sua acessibilidade; e sua liquidez garante negociação contínua em mercados globais, 24 horas por dia. 

Apesar dessas vantagens, o bitcoin ainda enfrenta desafios, como a alta volatilidade e a falta de regulamentação clara em muitos países.

Os riscos e benefícios do bitcoin como reserva de valor

Utilizar o bitcoin como reserva de valor é uma escolha que vem ganhando espaço no cenário financeiro atual, mas traz consigo tanto benefícios quanto riscos. Confira os principais a seguir. 

Volatilidade do mercado de criptomoedas

Um dos maiores desafios do bitcoin como reserva de valor é a volatilidade. Em comparação com ativos tradicionais, como ouro ou títulos públicos, o preço do BTC pode registrar variações significativas em curtos períodos — tanto para cima quanto para baixo.

Essa oscilação compromete sua previsibilidade e estabilidade, o que pode ser um obstáculo para investidores mais conservadores ou instituições com baixa tolerância a risco. Por outro lado, alguns defensores argumentam que, apesar da volatilidade no curto prazo, o ativo tem mostrado tendência de valorização no longo prazo.

Adoção crescente em países e empresas

Apesar da volatilidade, o bitcoin vem ganhando credibilidade institucional. Empresas listadas em bolsa — como a Strategy e a Tesla — adicionaram BTC aos seus balanços. Além disso, países como El Salvador e, mais recentemente, a Argentina passaram a discutir ou implementar políticas relacionadas à adoção da criptomoeda como meio oficial ou complementar de reserva.

Esse movimento de adoção crescente reforça a tese de que o bitcoin pode funcionar como uma alternativa ao sistema financeiro tradicional, especialmente em economias com histórico de instabilidade monetária, controle cambial ou inflação elevada. À medida que mais agentes econômicos aderem, o ativo tende a ganhar liquidez, legitimidade e, potencialmente, maior estabilidade de preço ao longo do tempo.

Possível choque de oferta

Devido às características do bitcoin — com oferta pré-determinada e decrescente ao longo do tempo — e à crescente demanda por parte de empresas, países e estados, desenha-se um possível choque de oferta, conferindo ao bitcoin um componente de valorização potencial a médio e longo prazo.

Perspectivas futuras para o bitcoin como reserva de valor

A tendência de adoção institucional do bitcoin sugere um futuro promissor como reserva de valor. À medida que mais empresas e governos reconhecem seu potencial, é provável que sua aceitação continue a crescer. No entanto, é fundamental que haja avanços na regulamentação e na infraestrutura para garantir estabilidade e segurança aos investidores.

Em resumo, o bitcoin está se consolidando como uma reserva de valor viável para instituições, oferecendo uma alternativa moderna e digital aos ativos tradicionais.

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