O bitcoin morreu! Entenda o colapso brutal da criptomoeda e veja se é hora de comprar
A recente queda do bitcoin gerou pânico, mas pode representar oportunidade. Descubra o que causou a baixa e se vale a pena investir agora
Mais uma vez, nosso querido bitcoin morreu. Essa queda recente marcou a 450ª vez que ele foi declarado “morto” por algum veículo de notícia.
Eles não desistem — vão continuar tentando ver se acertam alguma hora. O spoiler é: não vão acertar.
As “mortes” do bitcoin são, na verdade, grandes marcações de oportunidade no mercado.
O site “Bitcoin Deaths” fez um cálculo que mostra que se você tivesse comprado US$ 100 de bitcoin toda vez que o ativo tivesse sido declarado morto, você teria hoje algo em torno de US$ 90 milhões (investindo US$ 45 mil).

Claro que esse cenário é irreal. Porém, por mais ilusório que pareça, esse exercício ilustra como comprar BTC em momentos de queda forte costuma ser, no longo prazo, uma decisão vencedora — algo que investidores experientes chamam de “comprar com desconto”.
Há, no entanto, uma distinção fundamental a ser feita entre uma queda estrutural (que afeta os fundamentos do ativo) e uma queda de preço normal de mercado.
Queda do Bitcoin: entenda o colapso e se ainda vale a pena investir
O bitcoin (BTC) está negociando entre US$ 86 mil e US$ 87 mil, queda superior a -30% desde o recorde recente de US$ 126 mil, registrado no dia 6 de outubro. Isso apagou todos os ganhos do ano. Apenas nesta semana, o ativo caiu mais de -4%, acumulando perdas superiores a -20% no mês e mais de -8% nos últimos 12 meses.
Na manhã da última sexta-feira, 21, o BTC chegou a ser negociado na casa dos US$ 80 mil — uma derrocada de aproximadamente -36% desde a máxima histórica do ativo, que retirou cerca de US$ 1,2 trilhão do valor total do mercado cripto.
O que causou a recente queda do bitcoin?
A movimentação de mineradores, detentores de longo prazo e a saída de capital dos ETFs foram os principais gatilhos para essa correção intensa.
Mineradores venderam cerca de US$ 172 milhões em BTC — a maior liquidação em seis semanas — enquanto ETFs à vista, como os da BlackRock e da Fidelity, enfrentaram resgates de US$ 278 milhões. Isso derrubou o preço do ativo para a faixa dos US$ 86 mil, consolidando a maior correção desde o pico de outubro.
A liquidez evaporou e o sentimento do mercado passou da ganância para o medo, intensificando o recuo entre 25% e 30% no período. O chamado “Fear & Greed Index”, termômetro emocional do mercado cripto, despencou para zonas de medo extremo.
Pressões macroeconômicas e juros nos EUA
Essa virada negativa tem raízes em fatores macroeconômicos também. A incerteza em relação aos cortes de juros nos Estados Unidos aumentou e o mercado passou a acreditar menos em uma postura branda do Federal Reserve.
Com isso, condições financeiras mais apertadas e o temor de uma inflação prolongada — agravada por tarifas comerciais — passaram a pressionar ativos de risco, incluindo as criptomoedas.
Além disso, os ETFs de bitcoin vêm sofrendo saídas líquidas que já somam quase US$ 3 bilhões apenas em novembro. Grandes fundos como o IBIT, da BlackRock, registraram saques recordes em um único dia.
Esse movimento, somado ao desinteresse momentâneo de investidores institucionais, reduz a sustentação de preços.
Realização de lucros e movimentações on-chain
Outro fator relevante foi a realização de lucros por parte de investidores institucionais e detentores de longo prazo. Dados de blockchain revelam bilhões de dólares em BTC sendo transferidos de carteiras privadas para exchanges, sinal de vendas estratégicas para garantir ganhos da alta acumulada no ano.
Desde maio de 2025, mais de 1,8 milhão de bitcoins pertencentes a detentores de longo prazo foram movimentados — muitos deles destinados à venda. Um exemplo emblemático foi Owen Guden, um “hodler” antigo de bitcoin, que vendeu 11 mil unidades de uma só vez.
Embora não tenha sido o único, sua venda ajuda a explicar a pressão vendedora — evidenciada também pelo gráfico abaixo, que mostra, em azul sombreado, as posições dos detentores de longo prazo.

Análise técnica: o rompimento de suportes e o sentimento do mercado
No aspecto técnico, o bitcoin rompeu suportes importantes, inclusive o nível psicológico dos US$ 100 mil.
A pressão aumentou com liquidações de contratos futuros e o crescimento dos saldos de BTC em exchanges, como a Binance, o que reforça o sentimento de venda. A maioria dos indicadores técnicos aponta para uma tendência de “forte venda”.
Além disso, vimos alguns sinais negativos no gráfico, como a perda da média móvel de 50 semanas e a formação de um “Death Cross”, que consiste no cruzamento de cima para baixo da média móvel de 50 dias com a de 200 dias. Ambos são sinais que indicam quedas mais fortes.

A dúvida que muitos têm é: faz sentido comprar bitcoin pensando no longo prazo?
Ainda vale a pena investir em bitcoin após maior queda da história?
A resposta depende do perfil de risco e da visão individual sobre o futuro do ativo. Mas, por via de regra, sim.
O preço de compra abaixo dos US$ 90 mil é ótimo pensando no longo prazo, especialmente se você ainda não tem nenhuma posição no ativo. Porém, o que é barato pode ficar ainda mais barato.
Historicamente, o bitcoin passou por correções severas antes de retomar movimentos de alta, o que pode indicar uma oportunidade de entrada para quem acredita na tese de longo prazo da criptomoeda como reserva de valor digital.
Por outro lado, o momento atual exige cautela. A volatilidade é alta, os riscos macroeconômicos seguem no radar e o comportamento dos investidores institucionais continuará a influenciar os preços.
A retomada dos fluxos para os ETFs, uma política monetária mais favorável e o avanço da adoção institucional serão fatores decisivos para o desempenho do bitcoin nos próximos meses.
Estratégia recomendada: como se posicionar com inteligência
A melhor estratégia, neste cenário, é construir posição de forma escalonada: comprando uma parte agora e mantendo caixa disponível para novas quedas. Assim, você se expõe ao ativo, mas preserva munição caso os preços recuem ainda mais.
Em resumo, a queda recente do bitcoin é reflexo direto da saída de capital, do sentimento de aversão ao risco e das incertezas macroeconômicas.
Para o investidor de longo prazo, comprar agora é uma ótima pedida, desde que haja consciência sobre os riscos envolvidos e disposição para suportar períodos prolongados de volatilidade.
Por fim, lembre-se da regra de ouro: nunca coloque mais do que 10% do seu patrimônio em bitcoin ou em criptomoedas no geral.
Tenha a volatilidade como sua aliada, usando os preços baixos para melhorar sua posição. Manter-se dentro dessa gestão de risco é primordial para o sucesso no longo prazo.

