Banco Central rejeita fusão entre BRB e Banco Master
Mesmo com aval do Cade, o BC vetou a fusão entre BRB e Banco Master. Entenda os motivos e possíveis desdobramentos

O BRB, banco estatal do Distrito Federal, informou que o Banco Central (BC) rejeitou oficialmente a proposta de aquisição do Banco Master. O anúncio foi divulgado em fato relevante ao mercado na noite de quarta-feira, 3.
O processo, iniciado em março deste ano, era visto com ressalvas pelo BC e pelo mercado em razão da fragilidade financeira do Banco Master. A operação, que previa a aquisição de 58,04% do capital social total da instituição, precisou sofrer alterações severas solicitadas pelo BC.
Na versão final, o acordo foi reduzido à metade do planejado, somando R$ 24 bilhões em ativos, e já havia recebido aprovação prévia do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) em junho, sem restrições.
Segundo a análise do órgão regulador, a fusão não traria prejuízos à concorrência, já que a participação conjunta dos bancos permaneceria abaixo de 20% do mercado.
No entanto, mesmo com aval do Cade, o BC vetou a fusão entre BRB e Banco Master, que já estava na etapa final. Entenda os possíveis motivos e possíveis desdobramentos.
BC rejeita fusão entre BRB e Banco Master
Apesar da sinalização positiva do Cade, o BC foi contrário à operação. A decisão já foi comunicada às partes envolvidas, e tanto o BRB quanto o Banco Master aguardam acesso ao documento completo com os fundamentos do órgão para avaliar se irão recorrer.
O BRB afirmou manter a confiança nos pilares da proposta, enquanto o Banco Master declarou seguir firme em sua estratégia, apesar do revés.

Argumentos do BC e risco sistêmico
A operação vinha sendo alvo de críticas por possíveis vínculos políticos com lideranças do centrão, que pressionavam pela aprovação das negociações.
Também pesava contra o Banco Master a forte exposição a ativos considerados arriscados e ilíquidos, como precatórios, além da política de captação agressiva por meio de CDBs de alto rendimento — fatores que levantaram preocupações sobre a sustentabilidade da instituição e potenciais riscos sistêmicos.
Próximos passos e possíveis recursos
O caso ainda pode ter desdobramentos caso os bancos decidam contestar a decisão ou apresentar nova proposta reformulada.
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