Azul (AZUL4) entra em recuperação judicial nos EUA e ADR desaba no pré-mercado
Companhia aérea busca eliminar mais de US$ 2 bilhões em dívidas e manter operações durante processo nos EUA

A Azul Linhas Aéreas (AZUL4) entrou com pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos, utilizando o mecanismo do Chapter 11 da Lei de Falências americana. Em reação, os ADRs (American Depositary Receipts) da Azul desabaram no pre market nesta quarta-feira, 28, com queda de -40,8% por volta das 7h35.
Por que Azul entrou em recuperação judicial nos EUA?
A Azul iniciou nesta quarta-feira, 28, um processo de recuperação judicial nos Estados Unidos para reestruturar sua elevada dívida, que aumentou significativamente durante a pandemia de Covid-19.
A medida contou com o apoio e acordos de credores, sua maior arrendadora de aeronaves e os parceiros estratégicos United Airlines e American Airlines.
AZUL4: queda acumula supera 70% em 12 meses
Na manhã desta quarta-feira, 28, as ações da companhia aérea Azul enfrentaram uma forte desvalorização no mercado financeiro. As ADRs (American Depositary Receipts) da empresa caíam -40,8% por volta das 7h35, sendo negociadas a apenas US$ 0,29.
Além da queda brusca no pregão atual, a Azul já vinha apresentando um desempenho negativo nas últimas semanas. Nos últimos 12 meses, as ações da companhia na B3, a Bolsa de Valores brasileira, registram uma desvalorização superior a -70%, refletindo o acúmulo de dívidas, desafios operacionais e a deterioração do ambiente macroeconômico para o setor aéreo.
Financiamento e reestruturação da dívida
Os acordos com credores da Azul preveem financiamento no valor de US$ 1,6 bilhão na modalidade “debtor-in-possession” (DIP), que será usado para refinanciar certas dívidas existentes e prover cerca de US$ 670 milhões em nova liquidez durante o processo.
A companhia prevê, ainda, a eliminação de mais de US$ 2 bilhões em dívidas e até US$ 950 milhões em aportes de capital ao fim do processo de recuperação judicial nos Estados Unidos.
Azul em recuperação judicial mantém operações ativas
A companhia aérea afirma que suas operações e vendas permanecem inalteradas durante o processo de recuperação judicial, mantendo clientes, tripulantes e parceiros como prioridade. Por conta do início do processo, a Azul retirou suas projeções financeiras para 2025, anteriormente divulgadas em apresentações públicas e em seu formulário de referência.
Fusão entre Azul e Gol fica mais distante
A entrada da Azul Linhas Aéreas em recuperação judicial nos Estados Unidos, anunciada em 28 de maio de 2025, adiciona complexidade ao processo de fusão com a Gol Linhas Aéreas (GOLL4), que também entrou com processo de recuperação judicial (Chapter 11) nos Estados Unidos.

Ambas as companhias enfrentam desafios financeiros significativos, o que pode impactar o cronograma e a viabilidade da união.
No histórico, fica bastante claro que as companhias possuem resultados voláteis, o que, por consequência, gera impactos na alavancagem e coloca em dúvida o futuro das companhias.
Mantemos nossa recomendação de não investir em companhias aéreas.

