Auren (AURE3) reporta prejuízo de 563 milhões no 2T25. O que aconteceu?
Já a receita líquida da companhia foi de R$ 2,9 bilhões, representando um aumento de +25%.

A Auren Energia (AURE3) reportou resultados abaixo do consenso de mercado no 2T25, com uma receita líquida de R$ 2,9 bilhões, representando um aumento de +25%.
Já o Ebitda ajustado da geradora de energia ficou em R$ 981 milhões, alta de +18%, enquanto o prejuízo foi de R$ -563 milhões, ante R$ -18 milhões no 2T24.
Todos os resultados foram comparados com o mesmo período em relação ao ano anterior.

Destaques resultados 2T25 Auren (AURE3)
No 2T25, a receita líquida da Auren atingiu R$ 2,9 bilhões, um crescimento expressivo de +25%, impulsionada, principalmente, pelo maior volume de energia comercializada e pelo aumento de receita em geração, refletindo a entrada em operação de novos projetos.
Mesmo com a queda de -11% nos custos e despesas de PMSO (pessoal, material, serviços e outros), os impactos negativos da reversão de provisões para litígios e do efeito da marcação a mercado dos contratos futuros de energia resultaram em um crescimento mais modesto do Ebitda ajustado, de +18%, totalizando R$ 981 milhões.
Além disso, com o resultado financeiro (negativo) subindo +64%, refletindo maiores pagamentos de juros de dívida, além da alta de +36% na linha de depreciação e amortização, o resultado final foi de um prejuízo de R$ -563 milhões, ante R$ -18 milhões no 2T24.
Por fim, devido em grande parte à aquisição da AES Brasil, a dívida líquida alcançou R$ 18,8 bilhões, fazendo com que a sua alavancagem financeira (dívida líquida/Ebitda) atingisse 4,8x (vs. 1,9x no 2T24).

Quais as perspectivas para a Auren em 2025?
Todas as atenções continuam voltadas à incorporação da AES Brasil (AESB3), adquirida em maio de 2024. De agora em diante, a Auren contará com um portfólio de 39 ativos operacionais e em construção, que somam 8,8 GW de capacidade instalada.
Como empresa combinada resultante, a Auren se tornou a 3ª maior empresa geradora de energia do Brasil, com diversificação de fontes renováveis.
A agregação de capacidade de geração também cria vantagem competitiva no segmento de comercialização, consolidando a Auren como a maior comercializadora de energia do Brasil.
Com o aumento em potencial de geração de valor no curto prazo, a companhia já estima sinergias corporativas de R$ 1,2 bilhão, além de outras sinergias operacionais e financeiras a serem capturadas nos próximos anos.
O esperado é que a combinação dos ativos e o equilíbrio de fontes do novo portfólio da Auren possam contribuir para um possível processo de desalavancagem financeira — uma das principais preocupações da transação, já que sua alavancagem aumentou consideravelmente.
Dividendos e JCP de AURE3
A companhia não anunciou novos pagamentos de proventos juntamente com os resultados. O dividend yield dos últimos 12 meses é de 1%.
Vale a pena comprar ações da Auren após 2T25?
Apesar do potencial crescimento futuro com a compra da AES Brasil, a transação elevou drasticamente a alavancagem da Auren para quase 5x.
Assim, a expectativa pode ser positiva quanto ao aumento da capacidade operacional, mas negativa em relação ao seu lucro líquido, fluxo de caixa e, consequentemente, aos pagamentos de dividendos daqui para frente.
Sendo assim, não temos recomendação de compra para AURE3.
Confira também nossa análise dos resultados da temporada de balanços do 2T25 e veja quais ações podem se beneficiar no curto prazo.