Lucro Aura Minerals (AURA33) dispara 136% no 1T25
Receita e Ebitda também surpreendem positivamente no 1T25. Veja nossos comentários abaixo.
A Aura Minerals (AURA33) reportou resultados acima das nossas expectativas, com uma receita líquida de US$ 161,8 milhões no 1T25, um crescimento de +22,5%, um Ebitda de US$ 81 milhões, alta de +53% e um lucro líquido ajustado de US$ 26,9 milhões, aumento de +136%, com todos os resultados comparados ao mesmo período de 2024.
Produção e vendas em queda e o preço do ouro nas máximas
Como acompanhamos nas prévias operacionais, a Aura alcançou uma produção de 60 mil onças, uma queda de -12% comparado ao 1T24 e de -10% comparado ao trimestre anterior (4T24).
Na mina de Apoena, a produção recuou -27% a/a, refletindo os maiores teores registrados no 1T24. Em Aranzazu, a produção também registrou queda (-18% a/a), refletindo os menores volumes processados devido a uma parada programada. Já na mina de Almas, o destaque positivo do trimestre, houve um incremento de +10% a/a, resultado do ganho de produtividade ao longo do ano passado.
Em linha com a produção, as vendas da companhia recuaram -12% a/a e -13% na comparação trimestral.
No entanto, a disparada do preço do ouro mais do que compensou o recuo das vendas. Com o preço médio de venda do ouro atingindo US$ 2.786/oz (+39/ a/a), a receita líquida totalizou US$ 161,8 milhões, uma alta de +22% versus o 1T24.
Lucro sobe 24% no ano e alavancagem segue baixa
Do lado dos custos, o AISC (All in Sustaining Costs ou Custo de Produção) encerrou o trimestre em US$ 1.461/GEO, um aumento de +14% a/a, refletindo principalmente os maiores custos nas operações de Aranzazu e Apoena.
Os maiores custos foram parcialmente compensados pela alta da commodity, refletindo em uma margem bruta de 48% (+13 p.p. a/a).
A redução das despesas impulsionou o Ebitda, que somou US$ 81 milhões (+53% a/a), e a margem Ebitda que encerrou o 1T25 em 50% (+10 p.p. a/a).
O lucro líquido ajustado da Aura, que exclui os efeitos não caixa com operações de hedge, totalizou US$ 26,9 milhões, um aumento de +136% na comparação anual.
Com uma estrutura de capital confortável, a mineradora de ouro encerrou o trimestre com uma alavancagem (dívida líq./Ebitda) de 0,9x, leve aumento no indicador reportado no trimestre anterior.
Apesar do crescimento de +59% da geração de caixa operacional, a companhia reportou um fluxo de caixa livre negativo no período, devido aos maiores investimentos (capex) e o pagamento da aquisição da Bluestone.
O que esperar de Aura Minerals (AURA33) no 2º semestre de 2025?
Após um desempenho excepcional ao longo de 2024, a Aura mantém um ritmo sólido de resultados no primeiro trimestre deste ano.
A perspectiva para o segundo semestre é de aceleração do crescimento, com o início da produção comercial da mina de Borborema, atualmente em fase de ramp-up.
O guidance de 2025 projeta um intervalo para produção entre 266 e 300 GEO, um incremento de +6% considerando o ponto médio do guidance.
Já para os custos, a projeção é de aumento versus o reportado em 2024, devido aos maiores custos com o início da produção da mina de Borborema.
Diante dos resultados entregues, sua visibilidade de crescimento e fatores macros, as ações da Aura acumulam mais de +200% de alta nos últimos 12 meses.
Negociando a 11x lucros e 4x Ebitda para o final de 2025, a Aura faz parte da carteira Nord Deep Value.
Listagem na Bolsa dos EUA
Além da divulgação dos resultados do 1T25, a Aura informou que protocolou um formulário para listagem e oferta de ações na bolsa dos Estados Unidos, o qual será submetido à análise da SEC.
Esse movimento vai em linha com a estratégia da companhia na geração de valor aos seus acionistas e maior liquidez para as ações.
Vale lembrar que, apesar de ser controlada por brasileiros e possuir operações na América Central e Latina, a Aura é listada na Bolsa de Valores de Toronto, no Canadá, que é referência para empresas do setor de mineração.
Aura Minerals anuncia dividendos de US$ 0,13/BDR
Além dos resultados do 1T25, a Aura anunciou a aprovação do pagamento de dividendo no valor de US$ 0,40 por ação ordinária (aproximadamente US$ 30,0 milhões no total).
O Dividendo será pago em dólares americanos no dia 20 de maio de 2025 aos acionistas registrados até o encerramento do pregão de 13 de maio de 2025.
Aos detentores das BDRs (AURA33), receberão US$ 0,1333 por cada BDR e devem receber o pagamento até 30 de maio de 2025. O valor será pago em Reais, com base na taxa de câmbio de mercado, que será divulgada em um comunicado ao mercado antes da data de pagamento.
O dividend yield de Aura (AURA33) dos últimos 12 meses é de 5%.
Vale a pena investir na ação AURA33?
A Aura Minerals é uma mineradora de ouro e cobre canadense, com controladores e gestores brasileiros, com operações em três países: Honduras, Brasil e México.
A companhia está focada em mais do que dobrar a sua produção nos próximos anos.
Para 2025 o grande destaque fica para início das operações da mina de Borborema no 1T25 com a expectativa de iniciar a produção comercial no 3T25. Para este ano a perspectiva é uma produção entre 33-40 mil onças e alcançar a sua capacidade máxima de produção 80 mil onças/ano próximo ano.
A mineradora ainda anunciou recentemente a aquisição de uma mineradora com capital aberto no Canadá, que possui um projeto de ouro relevante. Com isso, a Aura possui pelo menos mais 2 projetos relevantes para manter o seu ritmo de expansão nos próximos anos.
Dada a perspectiva de aumento da produção e preço da commodity em patamares elevados, a AURA33 é uma das posições da carteira Nord Deep Value.
Para investir nas ações (BDR) da Aura é necessário ter uma conta em uma corretora de valores. A empresa é negociada na B3 sob o ticker AURA33.
