Governo volta atrás no aumento do IOF para investimentos no exterior
Após críticas do mercado e divergências internas, governo recua no aumento do IOF e mantém isenção para fundos de investimentos no exterior

O governo federal voltou atrás parcialmente na decisão de elevar as alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), após forte repercussão negativa entre investidores e dentro do próprio governo. A medida havia sido anunciada para aumentar a arrecadação, mas provocou instabilidade no mercado e divergências internas.
Decisão de recuar no aumento do IOF
A alíquota de IOF sobre aplicações de fundos de investimentos nacionais no exterior, que passaria de zero para 3,5%, continuará isenta. O Ministério da Fazenda justificou a reversão como um "ajuste com equilíbrio", feito após diálogo técnico e político. Também foi mantida em 1,1% a alíquota sobre remessas de pessoas físicas ao exterior com finalidade de investimento.
Impacto no mercado e reação interna
A proposta de aumento gerou imediata reação negativa no mercado financeiro, pressionando a cotação do dólar e revertendo ganhos na bolsa de valores. Além disso, houve desencontro de informações entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o secretário-executivo da pasta, Dario Durigan, sobre a articulação com o Banco Central. Haddad negou ter tratado o tema com o presidente do BC, Gabriel Galípolo, contradizendo declarações de Durigan.
Alterações mantidas no pacote do IOF
Apesar do recuo parcial, outras mudanças seguem válidas. Entre elas:
- aumento da alíquota de IOF para compra de moeda estrangeira em espécie, de 1,1% para 3,5%;
- elevação da tributação para crédito a empresas;
- criação de uma nova alíquota de 5% para aportes altos em planos de previdência complementar (VGBL).
Repercussão e próximos passos
Especialistas apontam que o recuo evita um retrocesso nos investimentos de fundos no exterior, importantes para diversificação e rentabilidade das carteiras. A Fazenda ainda não divulgou uma nova projeção de arrecadação, mas inicialmente estimava R$ 20,5 bilhões em 2025 e R$ 41 bilhões em 2026 com o pacote original.
O governo deve editar um novo decreto para oficializar a revogação parcial.

