Governo volta atrás no aumento do IOF para investimentos no exterior

Após críticas do mercado e divergências internas, governo recua no aumento do IOF e mantém isenção para fundos de investimentos no exterior

Nord Research 23/05/2025 08:48 2 min Atualizado em: 23/05/2025 12:27
Governo volta atrás no aumento do IOF para investimentos no exterior

O governo federal voltou atrás parcialmente na decisão de elevar as alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), após forte repercussão negativa entre investidores e dentro do próprio governo. A medida havia sido anunciada para aumentar a arrecadação, mas provocou instabilidade no mercado e divergências internas.

Decisão de recuar no aumento do IOF

A alíquota de IOF sobre aplicações de fundos de investimentos nacionais no exterior, que passaria de zero para 3,5%, continuará isenta. O Ministério da Fazenda justificou a reversão como um "ajuste com equilíbrio", feito após diálogo técnico e político. Também foi mantida em 1,1% a alíquota sobre remessas de pessoas físicas ao exterior com finalidade de investimento.

Impacto no mercado e reação interna

A proposta de aumento gerou imediata reação negativa no mercado financeiro, pressionando a cotação do dólar e revertendo ganhos na bolsa de valores. Além disso, houve desencontro de informações entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o secretário-executivo da pasta, Dario Durigan, sobre a articulação com o Banco Central. Haddad negou ter tratado o tema com o presidente do BC, Gabriel Galípolo, contradizendo declarações de Durigan.

Alterações mantidas no pacote do IOF

Apesar do recuo parcial, outras mudanças seguem válidas. Entre elas:

  • aumento da alíquota de IOF para compra de moeda estrangeira em espécie, de 1,1% para 3,5%;
  • elevação da tributação para crédito a empresas;
  • criação de uma nova alíquota de 5% para aportes altos em planos de previdência complementar (VGBL).

Repercussão e próximos passos

Especialistas apontam que o recuo evita um retrocesso nos investimentos de fundos no exterior, importantes para diversificação e rentabilidade das carteiras. A Fazenda ainda não divulgou uma nova projeção de arrecadação, mas inicialmente estimava R$ 20,5 bilhões em 2025 e R$ 41 bilhões em 2026 com o pacote original.

O governo deve editar um novo decreto para oficializar a revogação parcial.

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