Ata do Copom destaca suavização da atividade e fomento do pleno emprego

Documento divulgado nesta terça detalha decisão em que BC reduziu a taxa de juros a 13,25% ao ano

Luiz Felippo 08/08/2023 11:42 2 min Atualizado em: 08/08/2023 14:17
Ata do Copom destaca suavização da atividade e fomento do pleno emprego

A ata é um momento em que o Copom tem espaço para elaborar mais sobre a sua decisão na semana anterior. A ata da última reunião, que na semana passada decidiu pela redução da taxa básica de juros de 13,75% para 13,25%, destaca alguns pontos que acredito serem importantes.

A primeira discussão da ata do Copom é sobre a força da atividade econômica e do mercado de trabalho. O que foi avaliado é que, neste momento, estão com uma visão de que o hiato (diferença entre o ponto atual e o potencial) está mais fechado que se antecipado.

Um mercado de trabalho mais apertado pressiona mais a inflação de serviços, fazendo com que a desinflação leve mais tempo.

Essa é uma discussão que é importante, principalmente para a inflação de serviços. Esse é um segundo ponto da ata do Copom e que mostra mais a divergência dos membros.

Quem votou por 50 bps está mais confortável com a dinâmica de inflação recente e quem teria votado por 25 bps mais preocupado com a inflação de serviços à frente (a segunda fase da desinflação).

A ata do Copom também chama a atenção para a discussão de expectativas de inflação e sua ancoragem parcial. Dois motivos para essa (re)ancoragem parcial são os mais interessantes, sendo eles a crença de que a regra fiscal não será cumprida e o risco de o Copom ser mais leniente com a inflação.

Essa é uma mensagem importante em um ambiente em que você tem mudança de diretores ainda este ano e o fiscal saiu do balanço de riscos.

Por fim, a ata do Copom cita o ponto mais importante: as condições necessárias para aumentar o ritmo para uma queda de 75 bps (cenário que julga menos provável).

Entre eles, estão uma dinâmica da inflação, tais como uma reancoragem bem mais sólida das expectativas, uma abertura contundente do hiato do produto ou uma dinâmica substancialmente mais benigna do que a esperada da inflação de serviços.

O resumo dessa história? Todos parecem concordar com a ideia de que o Copom precisa de tempo para validar o processo de desinflação, principalmente em relação à dinâmica da inflação de serviços, e isso passa por um desaquecimento maior da atividade.

O Copom ficou mais dependente dos dados. A barra para o Copom acelerar o ritmo será revista a cada novo dado e nesta sexta-feira, 11, teremos o primeiro teste com o IPCA de julho.

Tópicos Relacionados

Compartilhar