Ata do Copom reforça cortes de juros em meio ponto

O Comitê avalia que houve um progresso desinflacionário no país, mas vê necessidade de manter a política monetária ainda contracionista

Christopher Gomes Galvão 19/12/2023 12:00 2 min Atualizado em: 04/01/2024 11:17
Ata do Copom reforça cortes de juros em meio ponto

A ata da última reunião do Copom, encerrada no dia 13 de dezembro, não trouxe grandes novidades.

A autoridade monetária seguiu com um tom mais leve em relação ao mercado internacional, diante dos sinais mais claros de arrefecimento dos núcleos de inflação dos Estados Unidos e quedas dos seus juros futuros.

Com esses sinais, a autoridade enxerga um aumento da probabilidade de um pouso suave na economia americana, que significa reduzir a inflação sem grandes custos para a atividade (sem uma recessão, por exemplo).

Apesar dessa moderação em sua linguagem promovida por um cenário externo mais favorável, o Copom segue afastando a ideia de uma possível aceleração do ritmo de queda da Selic.

Por outro lado, devemos observar uma continuidade do ciclo de corte ao ritmo de 50 basis points adiante, visto que a inflação doméstica segue qualitativamente benigna de forma consistente.

Um ponto interessante na ata foi a fala de que “a incorporação de cenários e variáveis exógenas, como a dinâmica fiscal ou o cenário externo, se dá por meio de seus impactos na dinâmica prospectiva de inflação, sem relação mecânica com a determinação da taxa de juros”.

Apesar desse recado parecer indicar que esses fatores não terão impactos nos juros, eles devem ser levados em consideração na determinação da Selic terminal por meio dos seus impactos sobre as expectativas de inflação.

Como não sabemos exatamente os efeitos prospectivos desses cenários e variáveis exógenas, a discussão sobre a Selic terminal irá ganhar corpo à medida que observamos os próximos dados domésticos e internacionais.

O Banco Central segue afastando essa discussão sobre qual será o nível terminal de juro, mas podemos esperar mais quedas de 50 basis points nas próximas reuniões.

Vale ressaltar que, nesse momento, o mercado precifica na curva uma Selic terminal de 9,20%, ante 9,80% há 1 mês.

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