O que fazer depois que acabou o caixa?
Avaliamos como agir na bolsa durante fortes recuos — oportunidade de comprar ações, realocação estratégica e dicas para não se perder no pânico do mercado
Quando o mercado entra em purgatório de quedas bruscas — como aconteceu recentemente com múltiplos circuit breakers — muitos investidores ficam sem saber o que fazer. Nós explicamos por que esse momento pode ser uma oportunidade de comprar ações, mostra como realocar sua carteira com inteligência e evita decisões guiadas pelo medo.
Por que essas quedas ocorrem
O mercado caiu com força nos últimos dias por três fatores principais:
- Medo gerado pelo coronavírus, que traz incerteza global.
- Colapso nos preços do petróleo, depois do rompimento de acordos entre grandes produtores.
- Ruídos políticos e fiscais internos, como disputas no Congresso que elevam a instabilidade.
Esses elementos se combinaram para provocar uma forte aversão ao risco e vendas intempestivas no mercado.
Circuit breaker: o que representa no cenário atual
Ter dois circuit breakers no mesmo dia é algo incomum — o último registro semelhante ocorreu em 2008. Esse mecanismo acontece quando o Índice Bovespa recua cerca de 10% ou 20% numa sessão, gerando interrupções para evitar pânico exacerbado.
No dia em questão, estávamos muito próximos de um terceiro circuit breaker, o que reforçou o temor no mercado.
O que fazer se você tiver caixa: aproveite para comprar
Para quem ainda tem caixa parado, esse é um momento ideal para aproveitar bons preços.
- A bolsa passou a negociar a ~12 vezes lucro, muito abaixo de patamares anteriores.
- O conselho não é “tentar acertar o timing exato”, mas sim “comprar consistentemente quando cai”.
- Se surgir nova baixa, ótimo — você pode comprar mais. Se não, terá entradas já posicionadas.
E se você não tiver caixa? Realoque com estratégia
Se seu caixa já foi utilizado, ainda há como agir:
- Rebalanceie sua carteira — se sua posição em ações ultrapassou o percentual estratégico desejado, venda parte para restaurar o equilíbrio.
- Troque ativos de menor convicção por empresas que você acredita mais e que tenham sofrido quedas maiores.
- Evite vender no desespero — priorize movimentações baseadas em convicção e análise, não em pânico.
O papel psicológico: sua maior arma ou inimiga
Tomar decisões guiadas pelo medo ou pela euforia pode custar caro.
- Mantenha convicção nas empresas em que você acredita.
- Não invista em negócios que você não compreende.
- Tenha um “estoque psicológico” para suportar volatilidades sem perder a racionalidade.
Exemplos que ilustram a oportunidade
- Movida — apresentou alta expressiva de resultados, mesmo caindo no mercado.
- CVC — negociando a múltiplos baixos, com potencial de recuperação.
- Banco do Brasil — cotado a poucas vezes sobre o patrimônio líquido, mesmo com lucros recentes elevados.
Esses casos mostram como ativos sólidos podem ficar “em promoção” em momentos de crise.
Risco e retorno: como balancear
Empresas com maior potencial costumam ter maior risco. Compare o risco de falha (dificuldades operacionais, modelagem contábil, instabilidade) com o potencial de valorização no curto e longo prazo. No momento atual, muitas dessas empresas estão precificadas de forma que o upside (ganho possível) supera amplamente o downside (risco de queda adicional).
Podemos te ajudar a ajustar sua carteira de forma estratégia hoje mesmo.

