Sobre a Copel 

A Copel (CPLE6) é uma empresa integrada do setor elétrico, com participação nos segmentos de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica. A sua característica integrada é um dos principais destaques positivos da empresa, uma vez que a presença nos diferentes segmentos do setor elétrico traz um perfil diversificado e resiliente para os seus resultados. Recentemente, a Copel foi privatizada, o que também é ótimo pensando em mais eficiência a longo prazo. 

Receita por segmento

Geração

Na parte de geração, que representa cerca de 55% do EBITDA da companhia, sendo predominantemente composto de fontes hídricas, a Copel opera 7,0 GW de capacidade instalada, com aproximadamente 4,0% da capacidade do Brasil. 

Nessa vertente, basicamente, a empresa trabalha sob o regime de concessões com prazo longo (30 anos), estabelecendo contratos de energia que podem ser comercializados (volume de energia comercializado e preço de energia praticado) tanto no mercado regulado (que é vendido via leilão às distribuidoras) quanto no mercado livre (diretamente para as empresas, sem a ponta da distribuição).

Cabe ressaltar que o preço da energia vendida é corrigido por índices de inflação (como o IPCA) enquanto o prazo da concessão estiver vigente.

O risco hidrológico é um ponto de atenção.

Não há nenhuma concessão relevante vencendo no curto prazo. 

Transmissão

Em transmissão (aproximadamente 20% do EBITDA), a empresa dispõe de concessões que totalizam 9,4km de linhas de transmissão, agregando uma RAP (Receita Anual Permitida) em operação de R$ 1,6 bilhão.

Também funcionando por um regime de concessão, com prazos de 30 anos, a geração de resultado se dá por meio da disponibilidade das linhas (e não do volume, o que traz mais previsibilidade ao negócio) e assim como o que falamos em geração, ocorre a correção anual das receitas por um índice inflacionário. 

O risco de execução e competição nos leilões de concessão são pontos de atenção.

Não há nenhuma concessão relevante vencendo no curto prazo. 

Distribuição

Por fim, no segmento de distribuição, o foco fica no sul do país, atendendo 400 municípios nos estados do Paraná e Santa Catarina, com mais de 5 milhões de unidades consumidoras. A distribuição de energia depende de alguns fatores, como o PIB, influenciando no volume, e seu faturamento é composto pelo volume de energia distribuído e o preço praticado, com tarifas corrigidas por meio de reajustes periódicos (RTPs). 

As perdas de energia e a inadimplência são pontos de atenção. 

Desempenho das ações CPLE6

O histórico de resultados da Copel nos últimos 10 anos é razoável, mas com alguns impactos em não recorrentes recentes que influenciaram positivamente os números em 2020 (reconhecimento de créditos de PIS/Cofins) e 2021 (repactuação do risco hidrológico). 

Em 2022, por outro lado,  o resultado foi negativamente afetado (também por um não recorrente) pela provisão para destinação de créditos PIS/Cofins. O salto e o impacto negativo ficam bem claros no gráfico abaixo. 

Ebitda versus cotações de CPLE6.
 Fonte: Bloomberg

Com diversos benefícios oriundos da privatização, trazendo renovação de usinas relevantes no portfólio e alongando o prazo médio das suas concessões, certamente temos mais visibilidade dos resultados da Copel.

Em transmissão, também agregam ao resultado investimentos em reforços e melhorias, bem como novas oportunidades em leilões. 

CPLE6 vale a pena?

Trata-se de uma boa empresa, com bons projetos, mas negociando a 8,5x EBITDA e 13x Lucros, ficando acima da média histórica e de muitos outros pares do setor elétrico.

Por esse motivo, entendemos que nos níveis atuais da bolsa existem outras oportunidades mais atrativas. 

Inclusive, a nossa conclusão sobre outras empresas, pensando sob uma ótica de dividendos, se reforça considerando a expectativa de dividendo futuro (abaixo de 5% de DY para 2024).

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