Os títulos de capitalização são produtos oferecidos por bancos com a possibilidade de participar de sorteios em dinheiro. Muito usados por quem busca disciplina financeira ou uma alternativa de garantia de aluguel, eles despertam dúvidas sobre rendimento e segurança. 

Neste conteúdo, você vai entender em detalhes como funciona um título de capitalização, suas vantagens e desvantagens, e se ele é realmente uma boa escolha para seu dinheiro.

Sumário

O que é um título de capitalização

Um título de capitalização é uma aplicação financeira na qual o cliente paga um valor único ou parcelas mensais para formar uma reserva que pode ser resgatada ao fim do prazo contratado. Durante esse período, o cliente concorre a sorteios com prêmios em dinheiro.

Embora pareça um investimento, ele não é: o título funciona mais como um produto de seguro com objetivo de formar um hábito de poupança. Ele é regulado pela Susep (Superintendência de Seguros Privados) e amplamente distribuído por bancos.

Como funciona

O funcionamento do título é simples: o cliente escolhe o valor e a forma de pagamento (único, mensal ou periódico). A cada pagamento, o valor é dividido em três partes:

  • cota de capitalização: parte que será devolvida no resgate final;
  • cota de sorteio: destinada a bancar os prêmios dos sorteios;
  • cota de carregamento: cobre despesas administrativas e custos do produto.

A vigência pode variar de 6 a mais de 12 meses. Se todas as parcelas forem pagas corretamente, o cliente resgata parte ou todo o valor da cota de capitalização. Os sorteios ocorrem mensalmente ou conforme estipulado no contrato.

É vantagem investir em título de capitalização?

Na maioria dos casos, não. Os títulos de capitalização apresentam rentabilidade muito baixa, não são protegidos pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC) e ainda cobram taxas que diminuem o valor final resgatado.

Entretanto, podem fazer sentido em situações específicas, como na garantia locatícia (aluguel), onde o valor aplicado pode substituir o fiador ou o seguro-fiança, servindo como caução durante a vigência do contrato.

Quanto rende um título de capitalização?

A rentabilidade geralmente é atrelada à Taxa Referencial (TR) mais uma pequena taxa de juros, e incide apenas sobre a cota de capitalização. Isso significa que o rendimento é muito inferior ao de outros produtos de renda fixa. Além disso, taxas administrativas e a cota de sorteio reduzem ainda mais o valor que volta ao cliente.

Exemplo prático

Imagine que uma pessoa adquira um título de capitalização com pagamentos mensais de R$ 200 durante 12 meses. Ao fim do período, o valor total aplicado seria R$ 2.400.

Desse valor:

  • cerca de 70% vai para a cota de capitalização (R$ 1.680);
  • o restante é dividido entre custos administrativos e cotas de sorteio.

Mesmo considerando a correção pela TR, o montante final resgatado após um ano ficaria próximo de R$ 1.700, ou seja, abaixo do total pago.

Agora, se essa mesma quantia fosse aplicada mensalmente na poupança, o saldo final poderia chegar a aproximadamente R$ 2.480, considerando o rendimento médio atual.

Já em um Tesouro Selic, o investidor teria algo em torno de R$ 2.500 ao fim do período, com segurança, liquidez diária e sem perder poder de compra.

Esse exemplo mostra que o título de capitalização não é indicado para quem busca retorno financeiro.

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O que rende mais: título de capitalização ou poupança?

Como observamos no exemplo anterior, apesar da poupança ter rendimento considerado baixo, ela ainda supera o título de capitalização em rentabilidade. Na poupança, todo o valor aplicado é remunerado, enquanto no título apenas uma parte rende. Isso faz com que, no longo prazo, o título de capitalização perca até mesmo para a inflação.

Vale ressaltar, no entanto, que a poupança também não é uma recomendação de investimento, já que rende menos que outras aplicações de renda fixa, como Tesouro Selic e CDBs.

É possível perder dinheiro com títulos de capitalização?

Sim. Como a rentabilidade é baixa e parte do dinheiro vai para despesas administrativas e sorteios, o valor resgatado pode ser inferior ao total aplicado, especialmente em resgates antecipados. Além disso, por não ter a proteção do FGC, o cliente fica exposto ao risco da instituição financeira.

Qual o melhor investimento hoje?

A resposta depende do seu perfil e objetivos. Mas, para quem busca segurança e rentabilidade, há opções mais atrativas:

Diversificar é essencial. Antes de investir, defina seus objetivos, avalie seu perfil de risco e compare alternativas com foco em rentabilidade real.