A Suzano (SUZB3) divulgou resultados abaixo do consenso do mercado no primeiro trimestre de 2025 (1T25), registrando receita líquida de R$ 11,5 bilhões, o que representa um crescimento de 22% em relação ao mesmo período do ano anterior. O Ebitda ajustado atingiu R$ 4,8 bilhões, com alta de 7% na mesma base de comparação. Apesar disso, o lucro líquido superou as expectativas, alcançando R$ 6,3 bilhões, frente ao lucro de R$ 220 milhões apurado no primeiro trimestre de 2024 (1T24). 

Outros destaques financeiros

No primeiro trimestre deste ano, o aumento de 10% no volume de vendas de celulose, aliado à valorização do dólar, compensou a redução de 10% no preço médio líquido da commodity.

 Destaques do 1T25. Fonte: Suzano RI

No negócio de Celulose, que representa cerca de 75% da receita total, o aumento das vendas e valorização do dólar refletiu em um crescimento de +17% da receita do segmento.

O custo caixa de celulose sem paradas encerrou o trimestre em R$ 859 por tonelada, alta de +6% a/a, refletindo os maiores custos da madeira de dos insumos no período. Assim, o Ebitda do negócio de celulose totalizou R$ 4,2 bilhões (+9% a/a).

No negócio de Papel, os volumes cresceram +25% e o preço médio +12% a/a. Esse desempenho contribuiu para uma alta de +40% da receita do segmento. 

Com o crescimento em ambos os segmentos, a Suzano reportou uma receita líquida consolidada de R$ 11,5 bilhões (+22% a/a). 

Entretanto, a alavancagem operacional foi pressionada pela alta de +36% dos custos totais. Desse modo, observamos uma retração de -7 p.p. da margem bruta, que encerrou o período em 40%. 

O Ebitda ajustado encerrou o 1T25 em R$ 4,8 bilhões (+7% a/a), refletindo os fatores mencionados acima, e o aumento das despesas gerais e administrativas. Assim, a margem Ebitda ajustado ficou em 42% no trimestre, uma queda de -6 pontos percentuais.

O resultado financeiro foi positivo totalizando R$ 7,7 bilhões, refletindo, principalmente, o resultado com as operações de operações com derivativos (hedge) e a variação cambial.

Impulsionado pelo resultado financeiro, a Suzano reportou um lucro líquido de R$ 6,3 bilhões no 1T25.

Apesar do desempenho operacional, a Suzano entregou um fluxo de caixa livre negativo de R$ -1,2 bilhão, contra os R$ -2,6 milhões reportados no mesmo trimestre do ano anterior.

Com 89% do seu endividamento em dólar, a Suzano reportou uma dívida líquida de US$ 12,9 bilhões (+8% a/a). Assim, a alavancagem encerrou o 1T25 em 3x Ebitda, ante 3,5x Ebitda do 1T24.

Quais as perspectivas para a Suzano em 2025?

Devido aos maiores volumes e a valorização do dólar, a Suzano entregou resultados positivos no 1T25.

Para os próximos meses, o Projeto Cerrado, em fase de ramp-up, deve adicionar cerca de 2 milhões de toneladas anualmente de capacidade a partir do segundo semestre de 2025 (+15%). Assim, a expectativa para 2025 é um crescimento de cerca de +11% para a receita e de +13% do Ebitda.

A companhia não anunciou a distribuição de dividendos nos resultados do 1T25. O dividend yield dos últimos 12 meses da companhia é de apenas 3,9%.

Vale a pena comprar ações da Suzano (SUZB3) após resultados do 1T25?

A Suzano produz e comercializa produtos de papel e celulose de eucalipto no Brasil e no exterior. Apesar da boa gestão e da perspectiva de expansão da sua capacidade produtiva, a Suzano depende dos preços internacionais da commodity.

Além disso, ficamos desconfortáveis com a sua alavancagem em meio a um cenário de juros elevados. Sendo assim, mesmo negociando a 6x Ebitda, abaixo da sua média histórica, preferimos ficar de fora de SUZB3.