Rede D’Or (RDOR3): por que a ação subiu 7% após o balanço do 1T25
No primeiro trimestre, a rede hospitalar registrou lucro líquido de R$ 1,01 bilhão, uma alta de 21,1%
As ações da Rede D’Or (RDOR3) fecharam em forte alta de +7%, a R$ 33,70, no pregão desta quinta-feira, 8, em reação ao balanço do primeiro trimestre de 2025 (1T25).
Principais destaques do 1T25
A Rede D’Or encerrou o trimestre com mais de 13 mil leitos totais, representando um crescimento de 11%, enquanto o número de leitos operacionais aumentou 4%, ultrapassando a marca de 10 mil. Esse resultado foi positivamente influenciado pela inauguração de diversos hospitais e, em menor escala, negativamente impactado pelo descredenciamento de contratos que deixaram de ser estratégicos.
A taxa de ocupação foi de 77%, -2,7 p.p. inferior a do 1T24, que apresentou uma ocupação atípica, com as emergências muito cheias e -1,3 p.p. abaixo da ocupação média histórica dos primeiros trimestres, o que é explicado grande quantidade de hospitais recém inaugurados.
O volume de pacientes-dia se manteve estável, mas a quantidade de cirurgias cresceu +7%, sendo que as cirurgias complexas cresceram +9%. Já o volume de infusões oncológicas, cresceu +4%. O ticket médio cresceu +7%, sendo que na oncologia o crescimento foi de +12%.
Dessa forma, a receita da operação de serviços hospitalares cresceu +7%, com a receita nos hospitais crescendo +6% (89% da total) e a de oncologia +16,5% (11% da total).
Impacto das novas unidades
Os custos apresentaram aumento de 10%, impulsionados principalmente por maiores gastos com pessoal, decorrentes da inauguração de novos hospitais. As despesas administrativas, por sua vez, cresceram 30%.
Cabe destacar que os números do 1T24 foram positivamente impactados pela reversão de provisões judiciais; desconsiderando esse efeito, o crescimento das despesas foi de apenas 3%. Em razão disso, o Ebitda dos serviços hospitalares registrou queda de 3%, com margem Ebitda de 23,5%, representando uma redução de 2,3 pontos percentuais.
SulAmérica acelera e volta ao pré-pandemia
Na Sulamérica (seguros), o número de beneficiários totalizou 5,4 milhões (+8,5%, aceleração do crescimento) e a sinistralidade (relação entre os custos com sinistros e os prêmios recebidos pelos planos de saúde) foi reduzida para 78,6% (-3,9 p.p.), finalmente alcançando os patamares pré pandemia.
A receita cresceu +12%, com a evolução do ticket médio e da base de beneficiários, enquanto o Ebitda cresceu +106%, reflexo da menor sinistralidade e do bom controle de despesas.
No consolidado, a receita cresceu +7%, o Ebitda +21% (margem Ebitda de 20%, +2,4 p.p.) e o lucro cresceu +20%. O Retorno Sobre o Capital Investido (ROIC) foi de 16%, queda de -2,1 p.p. enquanto a companhia faz o ramp up dos hospitais recém inaugurados.
Rede D’Or acelera desalavancagem
O investimento total do trimestre foi de R$ 208 milhões (-72%), mas é importante ressaltar que este valor foi reduzido em R$ 383 milhões por conta do reembolso do montante proporcional despendido nos investimentos no São Luiz Campinas, conforme previsto no acordo com a Bradesco na JV Atlântica D’Or, o capex exclusivo da Rede D’Or foi apenas -20% menor.
O menor investimento líquido e a forte geração de caixa levaram a uma redução na alavancagem da companhia, de 2,2x no 1T24 para 1,7x Ebitda no 1T25.
.webp/public)
O que esperar da Rede D’Or em 20205?
Após dedicar grande parte de sua energia à recuperação da rentabilidade de suas operações nos últimos anos, que foi severamente afetada pela pandemia (tanto na operação hospitalar, quanto em seguros), a companhia está finalmente podendo virar a chave e voltar a se dedicar mais ao seu crescimento.
Com a inauguração de diversos hospitais, o número de leitos totais foi incrementado em 1,3 mil em apenas 12 meses, enquanto na Sulamérica o número de beneficiários foi incrementado em mais de 420 mil.
A margem da operação hospitalar foi afetada por efeitos não recorrentes e pelo elevado número de hospitais em fase de ramp up. No entanto, a tendência é de crescimento progressivo da rentabilidade, à medida que essas novas unidades amadurecem e contribuem para o aumento da alavancagem operacional.
Na operação de seguros, as diversas iniciativas como a recomposição de preços, lançamento de novos produtos, combate a fraudes e aumento da coparticipação, aliadas a um time comercial robusto, têm permitido a dobradinha de crescimento + ganho de rentabilidade ao mesmo tempo.
RDOR3: fundamentos sólidos sustentam nossa convicção
O micro da empresa está excelente. No âmbito macro, o único ponto de atenção recai sobre a questão regulatória e o crescimento da judicialização no setor. Há diversas consultas públicas em andamento envolvendo temas relevantes, e a ANS tem deixado de apresentar, de forma consistente, os estudos de análise de impacto regulatório exigidos.
No entanto, as notícias mais recentes sugerem que tais questões deverão ser conduzidas de maneira mais adequada a partir de agora, o que contribui para mitigar parte das preocupações do setor.
A Rede D’Or é (de longe) a maior e mais sólida empresa do setor, apresentando fundamentos robustos em todos os aspectos relevantes — incluindo vantagens competitivas, crescimento e gestão de riscos.
Negociando atualmente a um múltiplo de apenas 8x Ebitda, mantemos elevada convicção em relação à tese de investimento na companhia. Mantemos "compra" para RDOR3.