Classificação de risco: entenda o rating em investimento de renda fixa
Saiba o que é rating, quem atribui, escalas nacionais e internacionais e por que essa classificação de risco é essencial nos investimentos em renda fixa
Quando você escolhe um investimento em renda fixa, provavelmente já viu uma coluna com letras que identificam o ativo — esse é o rating. Entender esse conceito é essencial para avaliar risco e decidir melhor onde aplicar seu dinheiro.
Neste conteúdo, você vai aprender o que é, para que serve, como é medido o rating, quais tipos existem e como usar essa informação na prática.
Sumário
- O que é rating e qual a sua importância
- Como funciona a classificação de rating?
- Rating de emissor e rating de emissão
- Quem atribui os ratings
- De quanto em quanto tempo o rating é atualizado
- Limitações do rating
- Impactos práticos para o investidor
- Taxas de juros e remuneração
- Escolha de emissores e diversificação
- Regras de fundos e regulamentos
- Estratégia do investidor: risco x retorno
- Monitoramento ativo
- Ratings dos principais bancos do Brasil
- Invista com mais segurança com o Nord Renda Fixa PRO
O que é rating e qual a sua importância
O rating é uma nota dada por agências classificadoras de risco a emissores de dívida — governos, empresas ou instituições financeiras — que expressa, de forma comparativa, a capacidade e a disposição de pagar dívidas no prazo, sem inadimplência.
Ele não garante segurança absoluta, mas indica o quanto outras pessoas (agências especializadas) acreditam que aquele emissor esteja “bem” ou “mal” de crédito.
Para definir esse rating, são consideradas variáveis como:
- ambiente macroeconômico do país ou região;
- setor ou indústria da empresa;
- características internas do negócio, governança, desempenho financeiro passado e projeções futuras.
Como funciona a classificação de rating?
As agências de classificação de risco atribuem notas de crédito com base em uma escala padronizada, que vai de AAA (nota mais alta) até D (inadimplência). Cada faixa indica o nível de risco percebido quanto à capacidade de pagamento do emissor. Veja como funciona:
- AAA a AA: ratings de alto grau. Indicam que a instituição tem uma forte capacidade de pagamento e que o risco de inadimplência é muito baixo;
- A a BBB: considerados grau de investimento. Mostram que a instituição é sólida, mas pode ser mais vulnerável a mudanças econômicas;
- BB a B: faixas especulativas. Indicam maior risco de crédito. A empresa ainda pode honrar suas dívidas, mas é mais suscetível a instabilidades;
- CCC a C: indicam risco significativo de inadimplência. A capacidade de pagamento é frágil e depende de condições favoráveis;
- D: representa inadimplência efetiva. O emissor já deixou de cumprir com suas obrigações financeiras.
As notas podem conter sinais “+” ou “–” para indicar variações dentro da mesma faixa (por exemplo, BB+, BB, BB–), tornando a avaliação ainda mais precisa.
Diferentes escalas: global x nacional
Quando falamos de rating, é importante entender que existem diferentes escalas de classificação. Cada uma serve a um propósito específico e ajuda o investidor a comparar riscos de maneira adequada:
- escala global permite comparação entre emissores de diferentes países e setores. Um rating “BB‑” global no Brasil deve ter risco parecido ao “BB‑” em outros países;
- escala nacional é específica para emissores dentro de um país, indicada por prefixo ou sufixo como “br” ou “bra” no Brasil, comparando somente entre empresas brasileiras. Essa escala pode apresentar ratings elevados, mas que não correspondem necessariamente ao mesmo nível de risco de uma nota global equivalente.
Grau de investimento vs. grau especulativo
O rating também ajuda a categorizar os investimentos conforme seu nível de segurança. Com base nas notas atribuídas, é possível distinguir ativos considerados mais estáveis daqueles que apresentam maior risco de inadimplência. Essa classificação é fundamental para alinhar escolhas ao seu perfil de investidor. Confira a seguir:
- grau de investimento: ratings considerados mais seguros, em escala global, geralmente acima de “BBB‑”;
- grau especulativo: ratings abaixo desse nível. Indicam maior risco, potencial de default ou necessidade maior de cuidado.
Rating de emissor e rating de emissão
Além disso, é importante diferenciar o rating do emissor e o rating de uma emissão específica:
- rating de emissor (corporativo): avaliação da empresa como um todo — sua capacidade de honrar dívidas em geral;
- rating de emissão: relativo a uma dívida específica — pode variar conforme subordinação, garantias e características da emissão.
Quem atribui os ratings
Agora que já sabe o que é rating, é hora de saber quem é responsável por essas atribuições. As principais agências globais são:
- Moody’s;
- Standard & Poor’s (S&P);
- Fitch Ratings.
Cada uma possui metodologia própria, que considera dados públicos e privados, análises financeiras, projeções, e avalia periodicamente os emissores.
De quanto em quanto tempo o rating é atualizado
O rating não é algo fixo. As agências exigem uma revisão pelo menos anual, mas podem fazer atualizações com mais frequência se houver eventos relevantes que alterem o risco do emissor — como fusões, aquisições, crise financeira, deterioração ou melhora nos resultados, mudança regulatória ou no macro ambiente econômico.
Essas revisões são importantes porque, por exemplo, um banco que tinha avaliação “estável” pode ver sua perspectiva rebaixada para “negativa” se surgirem indícios de aumento de inadimplência ou de riscos macroeconômicos.
Assim, acompanhar comunicados das agências (Moody’s, S&P, Fitch) pode dar pistas de quando um rating pode mudar — e isso pode afetar taxas de juros, custo de captação ou riscos percebidos do investimento.
Limitações do rating
Embora o rating seja uma ferramenta muito útil, ele tem algumas limitações que todo investidor precisa ter em mente:
- não é recomendação de compra ou venda de ativos;
- não mede exatamente a chance de calote, mas indica como o emissor se compara a outros do mesmo tipo. Ou seja, mostra se ele é considerado mais ou menos seguro dentro de um grupo, sem garantir que não haverá problema.
- deve ser usado junto com seu perfil de investidor, horizonte, tolerância ao risco e outros critérios.
Impactos práticos para o investidor
Para quem investe em renda fixa, entender bem o rating pode fazer diferença concreta:
Taxas de juros e remuneração
Quanto maior o risco percebido (ou menor o rating), maior será a taxa de juros que o emissor precisa oferecer para atrair investidores. Isso significa que um investimento com retorno mais alto pode parecer tentador, mas pode estar compensando um risco de calote maior ou de deterioração da empresa/banco.
Escolha de emissores e diversificação
Ao escolher entre diferentes emissores (bancos, empresas, governo), você pode comparar ratings para ver quais têm histórico mais sólido, menor probabilidade de sair de escala de grau de investimento, ou garantir que parte da carteira esteja em emissores de rating alto para reduzir risco.
Regras de fundos e regulamentos
Alguns fundos de investimento, regulados ou com políticas internas muito conservadoras, têm restrições para aplicar em emissores com rating abaixo de certo nível. Se você for investir por meio desses fundos, verifique se o emissor tem rating compatível com as exigências do fundo.
Estratégia do investidor: risco x retorno
Compreender que retorno maior está quase sempre associado a risco maior. Se você aceita risco, pode optar por emissores com rating menor, mas precisa estar preparado para possíveis perdas ou volatilidade. Se for conservador, priorizar ratings mais altos pode reduzir retorno, mas aumentar segurança.
Monitoramento ativo
Seguir os comunicados das agências sobre perspectivas (estável, positiva, negativa) pode antecipar mudanças no cenário do emissor, no ambiente regulatório ou macroeconômico que impactem sua carteira. Isso permite ajustar escolha de ativos, sair de posições antes de problemas maiores ou realocar se surgir oportunidade com risco/recompensa melhor.
Ratings dos principais bancos do Brasil
Para ajudar investidores a comparar o risco dos principais bancos do país, apresentamos abaixo os ratings atribuídos pelas principais agências.
A coluna “Perspectiva” indica se a classificação está estável, positiva ou negativa, sinalizando possíveis alterações futuras. Quando não há avaliação de uma agência específica, marcamos com “–”.
Banco | Fitch | Perspectiva | S&P | Perspectiva | Moody’s | Perspectiva |
Itaú Unibanco S.A. | AAA(bra) | Estável | – | – | AAA.br | Estável |
Banco Bradesco S.A. | AAA(bra) | Estável | brAAA | Estável | AAA.br | Estável |
Banco Santander (Brasil) S.A. | – | – | brAAA | Estável | AAA.br | Estável |
Banco do Brasil S.A. | AAA(bra) | Estável | – | – | AAA.br | Estável |
Caixa Econômica Federal | AAA(bra) | Estável | brAAA | Estável | AAA.br | Estável |
Banco Inter S.A. | – | – | brAA+ | Estável | AA+.br | Estável |
Invista com mais segurança com o Nord Renda Fixa PRO
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