Comprar Tesouro Selic parece simples, mas envolve decisões importantes que impactam sua rentabilidade. Descubra se vale mais a pena investir em títulos curtos ou longos, como evitar prejuízos com marcação a mercado e o que considerar da política monetária antes de escolher seu investimento.

Qual Tesouro Selic escolher: curto ou longo?

Todos os títulos do Tesouro Selic rendem, essencialmente, a taxa Selic. A diferença entre eles está em um pequeno adicional, como Selic +0,05% ou Selic +0,11%, e na data de vencimento.

Para quem busca um investimento conservador e de emergência, a recomendação é clara: optar pelo título mais longo. Isso porque:

  • o rendimento é praticamente igual;
  • evita-se o pagamento antecipado de imposto de renda;
  • aproveita-se melhor a tabela regressiva do IR;
  • reduz-se a necessidade de reinvestimento frequente, o que pode gerar custos adicionais.

Como a marcação a mercado impacta o Tesouro Selic

Apesar de ser um título pós-fixado, o Tesouro Selic pode sofrer oscilações de preço se houver variações abruptas na “taxinha” adicional. Um exemplo foi na pandemia, quando o excesso de emissão elevou essa taxa, causando prejuízos temporários de até 1,5%. Quanto mais longo o título, maior é a sensibilidade à marcação a mercado. Mas esse efeito é raro e tende a se normalizar com o tempo.

Títulos prefixados e IPCA+: quando escolher os mais longos

Nos títulos prefixados e IPCA+, o cenário muda. Se a expectativa é de queda de juros, os títulos mais longos são mais vantajosos. Isso se deve ao fenômeno da marcação a mercado: uma queda de 1% na taxa pode gerar ganhos expressivos em títulos longos — por exemplo, até 20% em um título de 20 anos.

Entre 2016 e 2020, por exemplo, uma forte queda nas taxas gerou uma valorização de quase 600% em alguns títulos longos.

Política monetária: a chave da decisão

A escolha entre curto ou longo prazo depende da leitura sobre o comportamento do Banco Central:

  • Se o BC for dove (leniente), pode haver queda na Selic no curto prazo, mas o mercado teme inflação no futuro, elevando as taxas longas.
  • Se o BC for hawk (austero), ele pode controlar a inflação, reduzindo as taxas longas.

Assim, títulos curtos são melhores em cenários de leniência, enquanto os longos brilham com uma postura austera do Banco Central.

Resumo prático para investir com segurança

  • Tesouro Selic: prefira os mais longos para reduzir custos e manter a rentabilidade líquida;
  • Prefixado e IPCA+: escolha os mais longos se acreditar em queda de juros;
  • Sempre observe o cenário macroeconômico antes de investir;
  • Em momentos de dúvida, procure carteiras recomendadas que ponderam essas variáveis, como o Renda Fixa PRO.