Giorgio Armani faleceu aos 91 anos como viveu: cercado por elegância, dedicação e discrição. Mas por trás da comoção internacional com a perda do estilista, há uma dimensão menos explorada — e crucial. 

A sucessão de um império avaliado em US$ 9,6 bilhões escancara o que está por vir em escala ainda maior aqui no Brasil.

Poucos sabem, mas o nosso país será palco da segunda maior transferência de patrimônio do mundo nas próximas décadas — perdendo apenas para os EUA. Estima-se que cerca de US$ 9 trilhões em heranças mudarão de mãos entre pais, filhos e netos brasileiros. A diferença? Por aqui, a maioria ainda não está pronta.

Enquanto o testamento de Armani revela estratégia, estrutura e continuidade, o cenário brasileiro é marcado por improviso, conflitos e perda de valor. 

O que a sucessão de um ícone do luxo pode nos ensinar — e por que entender isso hoje pode proteger o seu legado amanhã — é o que você verá a seguir.

Quando a sucessão não é planejada, o prejuízo é inevitável

Se tem algo que é certo na vida de qualquer família empresária, é que a sucessão vai acontecer. A questão não é se, mas como. 

Quando esse processo não é planejado via planejamento sucessório, o resultado costuma ser previsível: conflitos familiares, perda de valor patrimonial e até o enfraquecimento da própria empresa.

Um bom planejamento sucessório tem três pilares centrais:

  • Alinhamento familiar, para evitar disputas e preservar relações;
  • Continuidade operacional, garantindo que o negócio siga firme mesmo após a saída de seu fundador ou líder;
  • Eficiência tributária, reduzindo o peso de impostos em heranças e doações.

E se engana quem pensa que esses desafios estão restritos ao Brasil. A sucessão é um tema delicado e complexo em qualquer lugar do mundo. 

Mas, por aqui, o cenário é ainda mais desafiador: alta carga tributária, burocracia excessiva e uma legislação cheia de nuances tornam esse processo mais lento, caro e arriscado quando não há preparo prévio.

O caso Giorgio Armani: planejamento sucessório com estratégia e tempo

No início de setembro, o mundo da moda perdeu um de seus maiores ícones: Giorgio Armani. Mais do que seu legado criativo, o estilista deixou uma lição valiosa sobre como conduzir um processo sucessório com estratégia e visão de longo prazo.

Seu testamento foi preciso. Determinou que 15% da empresa fosse vendida a grandes grupos estratégicos — entre eles LVMH, EssilorLuxottica e L’Oréal —, garantindo não apenas liquidez, mas também a preservação e continuidade da marca sob o olhar de players globais.

A estrutura montada por Armani vai além de um simples repasse de patrimônio. Trata-se de um verdadeiro planejamento sucessório pensado em cada detalhe:

  • Fundação herdeira principal: uma entidade institucionalizada, preparada para cuidar do futuro da grife.
  • Compradores preferenciais definidos em vida: escolha criteriosa de grupos que compartilham da visão e podem somar força ao negócio.
  • Controle gradual: possibilidade de os novos acionistas ampliarem participação de forma progressiva, entre 30% e 54,9% ao longo de 3 a 5 anos — um mecanismo que evita decisões bruscas e dá tempo para adaptação.

O que chama atenção neste planejamento sucessório são os acertos:

  • Antecipação: Armani não transferiu essa responsabilidade para herdeiros ou para a incerteza do mercado. Planejou em vida.
  • Visão estratégica: entendeu que permitir a entrada de mentes externas poderia fortalecer ainda mais o legado de sua marca.
  • Clareza: eliminou espaço para conflitos familiares ou empresariais, criando um roteiro objetivo para o futuro.

O paralelo com a realidade brasileira é inevitável. Se até ícones globais, à frente de marcas consolidadas e bilionárias, se preocupam em estruturar sua sucessão, o que dizer de empresas familiares, que muitas vezes concentram a maior parte do patrimônio de uma família? 

O planejamento sucessório de Armani mostra que não se trata de tamanho ou setor, mas de responsabilidade com o futuro.

Desafios da sucessão patrimonial no Brasil

O caso de Giorgio Armani deixa claro: sucessão não é apenas sobre patrimônio, mas sobre legado. É um processo complexo, inevitável, e que precisa ser enfrentado em vida, com clareza e estratégia. 

Quanto antes for estruturado, maiores são as chances de preservar o valor construído, reduzir a carga de impostos e, acima de tudo, manter a harmonia entre familiares e sócios.

No Brasil, essa necessidade se torna ainda mais evidente. Aqui, enfrentamos três desafios adicionais que não podem ser ignorados:

  • Tributação: o ITCMD (Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação) já é elevado e existe uma tendência de aumento nos próximos anos.
  • Inventário: os processos costumam ser longos, caros e cheios de litígios, drenando energia e recursos que poderiam ser destinados à continuidade do negócio.
  • Cultura: ainda falta no país a profissionalização da sucessão em empresas familiares, o que faz com que muitos deixem a decisão para a Justiça — com consequências imprevisíveis.

O papel da Nord Wealth na sucessão familiar

A imagem abaixo mostra, de forma clara, a diferença entre deixar a sucessão correr via inventário ou estruturá-la com um planejamento sucessório:

Diferença entre inventário x planejamento sucessório. Elaboração: Nord Wealth

Essa comparação deixa evidente o quanto a antecipação pode evitar burocracia, reduzir custos, trazer previsibilidade e poupar os herdeiros de desgastes emocionais desnecessários.

É justamente nesse ponto que a Nord Wealth atua. Nosso papel é transformar um tema difícil e muitas vezes adiado em um processo estruturado, eficiente e alinhado aos objetivos de cada família. 

Com independência, experiência e visão de longo prazo, ajudamos nossos clientes a proteger o que construíram e garantir que seu legado seja preservado da forma correta.

O que você pode fazer agora

Se até Giorgio Armani, à frente de uma das maiores grifes de luxo do mundo, se preocupou em planejar minuciosamente sua sucessão, o que impede você de começar agora?

A sucessão não é algo que se improvisa. É um processo que exige visão, estrutura e tempo para ser feito da forma certa. Quanto antes você começar, maior será sua capacidade de reduzir custos, evitar conflitos e proteger o que construiu.

Agende ainda este ano uma conversa com um consultor Nord Wealth. Isso pode ser decisivo para garantir um planejamento sucessório estruturado e eficiente — inclusive do ponto de vista tributário — antes do fechamento do ano fiscal de 2025.

Planejar sua sucessão não é apenas um gesto de responsabilidade. É o passo mais estratégico para proteger sua história e o futuro de quem você mais ama.